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PRIVILÉGIOS DOS MILITARES
Almir Garnier Santos, novo comandante da Marinha, tem mulher e filho em cargos no governo
Pedro Costa

Juntamente com o governo Bolsonaro vieram os militares, ocupando mais ministérios do que na época da ditadura. Com isso aumentaram também os privilégios da alta cúpula, com aumento de salários e uma reforma da previdência militar que favoreceu o alto comando em detrimento dos praças.

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Garnier assume o comando da Marinha após a conturbada semana em que houve a reforma ministerial e a debandada dos comandantes das 3 forças. O almirante não é nada estranho na vida política nacional, atuou como assessor especial do ministério da Defesa de três ministros do governo Dilma (Celso Amorim, Jacques Wagner e Aldo Rebelo) e de um no governo Temer (Raul Jungmann). No governo Bolsonaro, era até o momento secretário-geral do Ministério da Defesa, número 2 de Azevedo.

Em julho de 2019, Almir Garnier Júnior, advogado formado pela PUC do Rio tendo, foi contratado pela Emgepron, empresa pública criada no final da ditadura em 1982, que é vinculada ao Ministério da Defesa por intermédio do Comando da Marinha e tem por objetivos, entre outros, promover a indústria naval e gerenciar projetos que integram programas aprovado pelo Comando da Marinha.

Na época houveram pedidos feitos pela Lei de Acesso à Informação sobre a contratação do filho almirante, e a empresa pública foi obrigada a prestar esclarecimento, mencionou que o advogado foi contratado porque tinha "formação e experiência profissional compatíveis com a área" de trabalho e "por não haver, no quadro funcional desta empresa, empregado público com os requisitos necessários”. Mesmo assim, vários ex-integrantes de governos anteriores se pronunciaram desconfiados quanto a contratação do filho do secretário-geral do MD para o cargo, ainda mais sendo na área de compliance.

Selma Foligne Crespio de Pinho, esposa do agora comandante da Marinha, assumiu em novembro de 2019, poucos meses depois de se aposentar na Marinha, um cargo no governo Bolsonaro, um cargo comissionado na SG (Secretaria-Geral da Presidência), encabeçada pelo ministro-chefe Jorge Antônio Oliveira Francisco, policial militar da reserva, que hoje ocupa o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).

Mas em julho de 2020, o ministro exonerou Selma do cargo e a nomeou para exercer outro cargo no órgão, o de diretora de Estratégia, Padronização e Monitoramento de Projetos da Seme (Secretaria Especial de Modernização do Estado) da SG. Esta unidade, que passa a ser dirigida por Selma, havia sido criada um mês antes.

Juntos, a família Garnier recebe mais de R$ 50 mil reais todo mês, Selma ganha pouco mais de R$ 20 mil e Almir júnior em torno de R$ 10 mil.

Os privilégios dos Generais e a corrupção dos militares não são de hoje, como mostram os casos da época da ditadura, como o da Hidrelétrica de Itaipu, Ponto Costa e Silva, a estrada Transamazônica, entre outras, todos esses casos tem a ver com sua relação com o Estado e com os capitalistas. Hoje já são quase 3000 militares da ativa ocupando cargos no governo, e se tornam repetidos os casos de nepotismo e favorecimento próprio, passando praticamente impunes.

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