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CRISE SANITÁRIA
Chega de contar corpos! Por leitos, contratação e auxílio, lutar contra o Teto de Gastos
Rafael Barros
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Foto: Reprodução

Em todo o país a população trabalhadora e pobre vive na pele o caos da pandemia. Com mais de 3 mil mortes por dia nas últimas 72 horas, e atingindo uma média móvel de quase 3 mil mortos, os hospitais sofrem com a falta de leitos e de trabalhadores e trabalhadoras para atender a todos, e a população sofre com as filas pelo direito a UTI, e com as consequências econômicas da pandemia e das políticas de Bolsonaro e dos governos estaduais.

Em todo o país, trabalhadores contam corpos. De familiares e amigos, que muitas vezes morrem ser nem ao menos passar da fila para um leito de UTI. De colegas de trabalho, forçados a todos os dias se aglomerarem em transportes lotados, verdadeiros caixões em nome dos interesses dos capitalistas, ou então dentro de locais de trabalho insalubres, sem direito a distanciamento social e EPIs adequados.

No entanto, o combate a pandemia, com suas novas cepas, mais letais e perigosas, exige dinheiro dos estados e da federação, para medidas emergenciais que não passam perto dos planos nem de Bolsonaro, e nem de Doria e outros governadores

Em diversos textos publicados aqui no Esquerda Diário, foi levantada a necessidade de medidas emergenciais de combate à pandemia.

Medidas essas como a fila única para leitos de UTI, colocando sob controle dos trabalhadores e trabalhadoras do SUS todos os leitos da rede privada. Como também a expropriação de grandes hotéis para a criação de novos leitos, ligados às testagem massiva da população para mapeamento do vírus, de mutações e possibilitando um isolamento feito de forma ordenada a partir de identificar os casos.

Além disso, frente ao fechamento de comércios, ao crescimento gigantesco de demissões e, por consequência, de desemprego no país, é necessário que se coloque de pé um auxílio emergencial de, ao menos, um salário mínimo para a garantia do básico para àqueles e aquelas que perderam seus empregos, ou se tornaram impossibilitados de trabalhar.

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Todas estas medida partem de pontos em comum: são medidas que atacam o lucro dos capitalistas em nome de salvar vidas, ao mesmo tempo em que exigem também que se questione a ferramenta que serve de justificativa para os governos contra maiores investimentos no combate à pandemia - o Teto de Gastos.

Afinal, é a Lei do Teto de Gastos, aprovada em 2016, que garantiu um enorme sucateamento do SUS, e que se chegasse também ao estado de calamidade que nos encontramos hoje. Assim como é também um dos pontos de acordo entre Bolsonaro e todos os atores do regime brasileiro.

Lutar para que a classe trabalhadora possa parar de contar corpos pela pandemia passa também por questionar a paralisia das centrais sindicais, como a CUT e a CTB, que permitem que governos e patrões deixem trabalhadores nas condições mais cruéis, como relatado em denúncia publicada aqui, de um trabalhador da indústria que relatou a realidade em seu trabalho: "Chegou às 5:50, tossiu seco e sentou com a cabeça baixa em uma plataforma".

É fundamental que as centrais sindicais, como CUT e CTB, dirigidas por PT e PCdoB, rompam com essa trégua que deixam correr com os governos, e organizem os trabalhadores de todos os setores, essenciais e não essenciais, que segue tendo de se expor todos os dias, bem como os que não, e trabalham de casa, com assembléias e reuniões virtuais se necessário, para por de pé um plano de luta, e batalhar por medidas como estas citadas acima.

Combater o Teto de Gastos significa combater o mecanismo garantidor do pagamento da Dívida Pública, que suga recursos do Brasil diretamente para o bolso de Banqueiros nacionais e internacionais, como o Itaú, Bradesco, Santander, Merrill Lynch, Goldman Sachs, entre outros.

No entanto questionar estes mecanismos, significa questionar o regime brasileiro de conjunto, e todos os seus ataques desde o Golpe de 2016, como as reformas, trabalhista e da Previdência, justificadas pelo mesmo Teto de Gastos.

Significa também uma luta na qual não cabe a confiança que depositam o PT e outros partidos da esquerda, em alianças com opositores de Bolsonaro que representam o golpismo, como Dória e os governadores, e como o STF. Exige, sim, uma saída que parta do fim da paralisia das Centrais Sindicais, e da organização independente dos trabalhadores, para definir os rumos do país.

Apenas assim é possível impor medidas e desenvolver respostas para a pandemia que façam a classe trabalhadora parar de contar corpos, e que coloque a vida afrente dos lucros dos capitalistas.

 
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