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VACINA COVID-19
Maíra Machado: "A ButanVac é fruto de pesquisa e muito trabalho, não da demagogia de Doria"
Redação

Reproduzimos aqui declaração da professora da rede estadual de São Paulo, Maíra Machado, sobre a vacina desenvolvida no Instituto Butantan, fruto do trabalho incansável dos trabalhadores, e a tentativa do governador Doria alçar sua imagem como oposição racional e defensor da ciência, rumo a 2022.

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Essa semana o Instituto Butantan anunciou o desenvolvimento de um novo imunizante, a Butanvac, que é 100% nacional, desenvolvido e produzido no Brasil, para a vacinação da população contra a Covid-19. A ideia é encaminhar o quanto antes para a Anvisa, pedindo autorização para realizar os testes clínicos e comprovar sua eficácia.

Diante da possibilidade da produção nacional dessa vacina, em que o Brasil se tornaria independente das vacinas estrangeiras, o governador do PSDB, João Doria, tenta impulsionar essa nova vacina vinculado à sua imagem, querendo se promover com claros objetivos políticos para 2022. Como parte da mesma jogada, também nessa semana, Doria apresentou um plano de vacinação de professores e policiais, ainda que bastante limitado, querendo ganhar apoio da opinião pública, depois de ter forçado a reabertura insegura das escolas. A vacinação destinada para os policiais é também um claro gesto de Doria para agradar as bases bolsonaristas em São Paulo, e também garantir que os agentes dessa instituição estejam imunizados e preparados para reprimir os trabalhadores e o povo pobre nos momentos de luta.

Leia mais: Doria e as vacinas no olho do furacão das disputas políticas para 2022

Mas a disputa pela vacina entre o governador Doria e Bolsonaro não é de hoje. Se colocando como oposição racional ao negacionismo do presidente que condenou milhares de vidas à morte pela Covid-19, Doria vem se colocando como padroeiro da vacina, defensor da ciência e da pesquisa com discursos que transbordam demagogia, dado que seu partido, o PSDB, e sua gestão são responsáveis por inúmeros ataques aos centros de pesquisa, às universidades e, inclusive, ao próprio Instituto Butantan, que há anos vem processo de privatização, com a realização de parcerias publico-privadas com grandes indústrias farmacêuticas, pelos governos tucanos.

Não bastasse os ataques à ciência, usar dessa vacina desenvolvida pelos trabalhadores do Instituto Butantan e se colocar como oposição racional no combate à pandemia é também bastante demagógico, quando vemos a situação em São Paulo atualmente, com mais de mil mortes por dia pela Covid-19, com o sistema de saúde quase colapsado, com pessoas morrendo na fila de espera por leitos.

Na verdade, ao longo de toda a pandemia no último ano, o governador não apresentou um plano de emergência que fosse de fato racional, que atendesse e protegesse a população de São Paulo, pelo contrário, obrigou a milhões seguirem se aglomerando no transporte público lotado. Não forneceu testes massivos, para realizar o isolamento dos casos para rastreio do vírus, sequer forneceu EPIs para os profissionais da saúde pública, e nos últimos meses, prestes a começar o pior momento da pandemia e já na fase vermelha, Doria e Covas estiveram de mãos dadas forçando a reabertura das escolas, condenando profissionais da educação, estudantes e suas famílias.

A Butanvac, vacina desenvolvida no Instituto Butantan, é fruto de pesquisa e muito trabalho, não da demagogia de Doria que já provou que não se importa com a vida dos trabalhadores. Essa vacina 100% nacional só comprova a importância do financiamento e investimento na área da ciência, ao mesmo tempo, a importância de que todo o processo de pesquisa e desenvolvimento de vacinas seja controlado pelos trabalhadores e pesquisadores que hoje trabalham incansavelmente para salvar vidas, enquanto os governos usam de seu trabalho para fazer propaganda de si, explorando a força de trabalho em prol de seus interesses.

Se no Brasil hoje contamos com a possibilidade de um imunizante nacional, é vitória dos trabalhadores e pesquisadores, e não dos governos que só se importam com jogadas políticas, com os olhos virados para 2022, e atendem os interesses das grandes empresas da indústria farmacêutica que monopolizam a pesquisa e produção de insumos para medicamentos e vacina contra a Covid-19.

É por isso também é necessário enfrentar os grandes monopólios farmacêuticos e sua ganância capitalista frente a irracionalidade que estamos vendo com a distribuição das vacinas. é preciso exigir a anulação imediata das patentes de vacinação, só assim será garantida vacina para todos, e os trabalhadores não ficarem a merce do interesses lucrativos dessas grandes empresas.

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