“Ano passado na primeira onda todas as empresas aéreas, Latam, Gol, Azul, aproveitaram para demitir, reduzir salário e cortar direitos e agora com a redução dos voos a ameaça voltou. As demissões já começaram nas empresas terceirizadas. E a gente sabe também que a Latam está querendo diminuir os salários dos comissários de bordo.”
As empresas terceirizadas Word Service e Dinata já estão demitindo se aproveitando da divisão da base sindical dos terceirizados. Enquanto isso, a Gol aproveita da situação para expandir a terceirização nas atividades principais, essa mesma empresa que já cortou VR dos trabalhadores. As demais empresas como a Latam também estão contratando para jornadas de apenas 4h e 3h horas, como salários que não dá nem para sobreviver, mas ao mesmo tempo reduzindo os efetivos e obrigando esses trabalhadores trabalharem a mais sem pagar hora extra.
Mas o depoimento da trabalhadora continua:
“A gente vive cotidianamente com colegas que estavam do nosso lado e depois ficamos sabendo que ficaram doentes, e a gente não tem direito a testes e quem fica doente nem pode fazer quarentena para não contaminar os outros. Trabalhamos com pessoas que estão doentes e podem estar contaminadas sem saber”
Esse é o relato de uma trabalhadora aeroviária da Latam. Com a nova onda e as novas cepas do coronavírus, trabalhadores dos aeroportos e das empresas aéreas revivem o pesadelo da contaminação em um dos setores mais expostos pela pandemia. Mesmo com a redução do turismo, o setor aéreo é estratégico e não pode parar, inclusive transportando vacinas e insumos hospitalares para todo o país. Ainda assim as empresas não oferecem testes para que haja a prevenção e controle de contaminação, o que seria o mínimo para frear o contágio. Enquanto isso, os aviões seguem subindo lotados, sem respeitar o mínimo de distanciamento exigido pelas normas básicas de prevenção.
Os aeroviários estão espremidos entre a ameaça do desemprego e a pandemia devido a política nefasta negacionista de Bolsonaro e o total desprezo dos governadores para com os trabalhadores. A categoria já se mobilizou no ano passado para tentar resistir e impedir a retirada de tantos direitos e as demissões. Mas o sindicato da categoria, dirigido pela CUT, jogou contra os trabalhadores, isolando a luta e negociando com a empresa pelas costas da categoria, tornando-os ainda mais vulneráveis nessa nova ofensiva das empresas aéreas que buscam de todas as formas manter suas enormes taxas de lucro retirando tudo que podem dos dos aeroviários.
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