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Consórcio de governadores do nordeste e os acenos do petismo ao regime
Juninho Caetano

Em meio as disputas das frações burguesas, o petismo segue sua via de se adaptar ao regime. Se por um lado negocia com os atores golpistas por meio do consorcio do nordeste na reunião com o governo Bolsonaro e da carta dos governadores assinada junto com o PSDB, por outro, garante a paralisia total no movimento de trabalhadores, como pudemos ver no último dia 24, chamado para ser um dia nacional de luta.

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Bolsonaro foi obrigado, por todo desgaste da última semana e a carta com assinatura de 500 empresários, além de outras manifestações, a chamar a reunião como uma forma de se contrapor as medidas que vieram tomando os governadores e anunciar um novo pacto nacional. Usando de uma via mais organizada, por meio de uma coesão de setores que o apoiam, anunciou a criação de um comitê de combate à pandemia, algo inusitado depois de 300 mil mortes e índices cada mais maiores com relação à pobreza, desemprego e impopularidade do mandatário.

Desta reunião participaram com mais peso os governadores alinhados ao governo, como Romeu Zema (NOVO- Minas Gerais), Ronaldo Caiado (DEM-Goiás), Wilson Lima (PSL-Amazonas), Marcos Rocha (PSL-Rondônia). Renan Filho (MDB-Alagoas) foi o representante do Consórcio Nordeste, de nove governadores da região, incluindo PT e PCdoB, que também apresentaram propostas para o pacto.

A aposta do encontro foi a de "quebrar o isolamento" de Bolsonaro frente às medidas que os governadores vieram tomando, em base nas articulações no Congresso, para frear uma "nova rivalidade" entre união e estados, entorno de uma unidade nacional com aliados, que contou também com os presidentes do Congresso, Mourão e o STF, na presença do presidente da corte. Também importa aqui a tentativa, em hipótese, de Bolsonaro reverter em parte sua postura negacionista ao estar à frente do comitê, que tanto Arthur Lira como Rodrigo Pacheco afirmaram, após encerrar a reunião, que cabia ao presidente estar a frente do comitê encaminhado.

Ainda que nos "bastidores", os gestores do PT membros do consórcio estiveram de acordo e participaram do novo pacto nacional com bolsonaristas e o centrão, e essa postura vem acompanhada de seus índices de impopularidades aumentando, o que conduz os governadores a descarregarem o peso da crise sobre o presidente também.

Wellington Dias (PT), presidente do consórcio e governador do Piauí deixou categoricamente esclarecido que "Não queremos uma reunião só para fotografia e discurso”, em nota. Isto é, estão dispostos a atuar prontamente em conjunto com o governo. Para além disso, colocam eventual "colaboração de um governador de cada região sugerindo alternativas para o desenvolvimento do país", que conta com apoio na reforma tributária, ou seja, futuros ajustes econômicos pós-pandemia e não apenas a organização de um programa responsável de vacinação.

No entanto, o tucanato de maior força, como o caso de Dória e Eduardo Leite, PSDB, ficaram de fora direta ou indiretamente, numa jogada pela reunião de os ofuscar do pacto. Ainda assim, para acusar o golpe, o setor saiu exigindo em pressão externa à reunião o retorno do auxílio emergencial por uma carta que compõe 16 estados, dos quais participaram os governadores petistas do nordeste e também o PCdoB (na figura de Flávio Dino) pela volta dos R$ 600,00. Mais um movimento que ensaia uma possível aliança entre PT e PSDB, como já veio colocando Rui Costa em "se depender de mim, vamos trabalhar para isso. Sou a favor de que a gente coloque o Brasil acima das nossas divergências políticas secundárias” nas aproximações com FHC.

A via utilizada pelo PT, com seus governadores, é consolidar diferentes exemplos de atuação para apresentar-se mais viável para a burguesia. Embora sem provocar muita exposição, e elegendo Renan Filho como melhor representante para se articular com o presidente, participou da reunião pelo pacto com o governo federal e, por outro lado, se aliou ao setor do PSDB que ficou mais isolado da reunião (majoritariamente alinhada a Bolsonaro), pressionando pela volta do auxílio e acenando com disposição de atuar em conjunto com os antigos golpistas, que é um sinal de alerta de viabilidade para a burguesia mirando um futuro cenário de apoio em 2022.

Enquanto Gleise Hoffman aproveita para elogiar a criação do comitê de enfrentamento à pandemia, como resultado do "efeito Lula", sabemos que os interesses no PT é cada vez mais se integrar ao regime golpista, preservando os duros ataques econômicos da PEC de teto de gastos, as reformas trabalhistas e da previdência, que corroem cada dia mais a qualidade de vida dos trabalhadores. Tão evidente é sua estratégia de negar uma organização de um plano nacional de lutas foi o último dia 24, no qual as centrais chamaram um "lockdown da classe trabalhadora". Um dia que devia ser organizado em cada sindicato dirigido pela CUT (PT), para mobilizar os trabalhadores em paralisações e greves, foi, pelo contrário, uma completa passividade a serviço da desmoralização da classe trabalhadora, refletido tão somente para canalizar a revolta no processo eleitoral.

 
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