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ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA
Brasil racista: 55 mil pessoas foram resgatadas de trabalho escravo nos últimos 25 anos
Redação

De acordo com dados da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho, só nos últimos 25 anos são 55 mil pessoas que foram resgatadas de trabalho que são considerados análogos à escravidão, ou seja, o número de pessoas nessas condições é ainda maior.

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imagem: Reprodução MPT

Segundo dados que são advindos da Auditoria Fiscal do Trabalho, além do número de 55 mil pessoas resgatadas de trabalhos escravos contemporâneos em 25 anos, só no de 2020, foram 942 pessoas resgatadas, e as condições que a pandemia coloca tendem a aprofundar esse quadro.

Há casos, como de uma fazenda no interior de São Paulo, onde 18 trabalhadores foram encontrados pelos auditores do trabalho sem banheiro, sem pagamento ou equipamentos de segurança, e ainda com diversas dívidas por trabalho que os faziam permanecer na fazenda.

Esse quadro assustador sobre o trabalho escravo no Brasil pode ser ainda mais difícil de ser escancarado e combatido. Isso porque, segundo relatório da ONU, o Brasil reduziu sua capacidade de monitorar e detectar violações de direitos trabalhistas e de escravidão contemporânea.

Segundo o colunista do UOL, Leonardo Sakamoto, dos 3644 cargos de auditores fiscais do trabalho no país, somente 56% está ocupado e pode aumentar ainda mais o déficit diante da pandemia, já que há profissionais em teletrabalho.

Uma realidade que mostra também que o governo Bolsonaro atua para desmantelar qualquer possibilidade, já limitada, de fiscalização de direitos trabalhistas. A própria reforma trabalhista, votada ainda no governo Temer e apoiada por Bolsonaro, também veio atacando direitos elementares trabalhistas, e a organização dos trabalhadores, colocando que o “acordado” entre patrão e trabalhador valeria mais do que a própria legislação.

Num país marcado pela escravidão negra, que deixa marcas profundas do racismo até os dias de hoje, e que vem escalando na pandemia, não precisa de muito para dizer que boa parte desses homens e mulheres que são resgatados são negros. Esse quadro mostra que seguem as marcas tanto do racismo, mas também do que significou a escravidão e em como o desenvolvimento nos países semi-coloniais é desigual e combinado, como mostrou Trotski, aliando o avanço tecnológico com as marcas mais nefastas da colonização.

 
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