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Movimento estudantil
Estudantes junto aos trabalhadores: UNE e Centrais precisam unificar os dias de luta
Marie Castañeda
Estudante de Ciências Sociais na UFRN
Giovana Pozzi
Estudante de história na UFRGS

Nesta semana, a UNE saiu com um novo chamado de Jornada de Lutas para o dia 30 de Março, por Vida, Pão, Vacina & Educação, seis dias após a data convocada pelas Centrais Sindicais no dia 24. Com 3 mil mortes diárias e aprofundamento da crise social, não podemos nos dividir, para lutar contra Bolsonaro, Mourão, os golpistas e seus ataques e a tenebrosa resposta à pandemia dos governadores, precisamos unificar estudantes e trabalhadores para lutar. Que se convoque um dia de luta nacional unificado.

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Os estudantes brasileiros vivem um cenário caótico. Enquanto em 24 horas mais de 3 mil pessoas vêm a óbito por conta da COVID-19 e são anunciados cortes milionários na educação, como na Comissão Mista de Orçamento que ontem aprovou um de R$ 22 milhões, muitos estudantes se aproximam do fim do que seria o segundo semestre de 2020 pelos calendários acadêmicos e o produtivismo e altas taxas de evasão se impõe. Em hospitais universitários e por todo o país, pessoas morrem pela falta de bobinas de oxigênio, falta de leitos de UTI e sedativos, faltam até mesmo testes e o papel que as universidades poderiam cumprir é ainda mais limitado pelos cortes. Os servidores públicos, professores, trabalhadores da saúde, podem ter o salário congelado até 2036 pela PEC Emergencial, agora aprovada na Câmara dos Deputados, para pagar um auxílio emergencial de R$ 150, enquanto a cesta básica chega a custar R$ 630.

Por isso, qual a melhor forma de fortalecer a luta dos estudantes, para que ela possa de fato barrar ataques e defender o conhecimento à serviço da classe trabalhadora e da população? Unificando esta luta com a força da classe trabalhadora. Por isso colocamos esta urgência: que se unifiquem as datas de luta dos estudantes e trabalhadores em uma só, para que possamos golpear Bolsonaro, Mourão, golpistas, militares e governadores com um só punho. Para isso, a UNE e UBES precisam convocar plenárias e assembleias de base em cada universidade, instituto federal e escola, para que existam espaços de auto-organização e se vote a unificação com os trabalhadores na sua data.

É inadmissível que os dias de luta sigam sem ser verdadeiramente construídos em um cenário onde se multiplicam as perseguições e censura contra estudantes e professores que denunciam a responsabilidade de Bolsonaro pelas mortes, em especial por meio da Lei de Segurança Nacional herdeira da Ditadura Militar e o avanço das intervenções nas Reitorias. A PEC Emergencial se soma à Lei do Teto de Gastos, que asfixia a educação e a saúde à serviço do pagamento da dívida pública. A juventude é a principal atingida pelas reformas, que impõem precarização do trabalho.

Queremos lutar com toda força contra Bolsonaro, e por isso não alimentamos ilusões no seu Impeachment, defendido pela UNE e UBES, que só levaria o General Mourão à presidência com semblante de superioridade, sendo este um militar igualmente responsável pelas mais de 280 mil mortes pra COVID 19 no Brasil. Por isso destacamos: a responsabilidade é de Bolsonaro, Mourão e de todo regime do golpe institucional, assim como dos governadores, já que ninguém garantiu vacinas, auxílio suficiente para escapar da escolha entre a fome, a covid e o desemprego. Portanto é preciso lutar contra todos eles de conjunto, não há como confiar em Mourão, tampouco no Congresso que historicamente impõe ataques à juventude e aos trabalhadores. Os próprios governadores do PT, como Fátima Bezerra (RN) e Rui Costa (BA) não oferecem nada além de repressão nos toques de recolher.

Nossa luta é agora e não em 2022. Não podemos aceitar esta lógica adotada pelas direções da UNE, UBES e ANPG, conformadas pelo PT, PCdoB e Levante Popular da Juventude. Quantos milhares vão morrer e quantos milhões seguirão sendo cortados até lá? Qual será o percentual de desempregados e informais na juventude? Um plano de emergência contra a pandemia e a fome só pode ser arrancado por meio da luta unificada entre estudantes e trabalhadores, por isso nossa exigência também inclui as Centrais Sindicais. Precisamos urgentemente de mais leitos de UTI, contratações na saúde, compra de insumos, vacinação para todos com a quebra das patentes, um auxílio emergencial de pelo menos 1 salário mínimo, liberação de todos os trabalhadores não essenciais com remuneração paga pelos patrões e nenhum corte na educação, que sejam suspensas as aulas e todo o conhecimento seja revertido para o combate à pandemia. As entidades estudantis nas quais fazemos parte da gestão estão à serviço de defender esta unificação.

Chamamos organizações de esquerda, como PSOL e toda a oposição de esquerda da UNE, a também ser parte de exigir que esta entidade estudantil e centrais sindicais se unifiquem nas datas, colocando as gestões das quais são parte em DCEs e Centros Acadêmicos a serviço dessa batalha. Mais do que isso, que não sejam mais um dia de atos burocráticos e isolados, e sim grandes manifestações nacionais, com medidas de segurança sanitária, contra todos os absurdos cotidianos vividos no país. É preciso organizar estudantes e trabalhadores para exigir a construção de um plano de luta nacional para enfrentar essa barbárie.

 
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