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CENTRAIS SINDICAIS
3 mil mortos por dia: o que as centrais estão esperando para armar a mobilização do dia 24?
Tatiane Lopes

As manchetes do dia estampam uma situação dramática, foram registradas 2.736 mortes em 24h, 15 estados do país já estão com 90% dos leitos de UTIs ocupados, das capitais, 19 têm a taxa acima de 90%, estamos em meio ao "maior colapso sanitário da história", segundo especialistas. Em meio a esse cenário e os desdobramentos da crise política, que deixa aparecer fissuras no regime, o que falta para que as direções das grandes centrais sindicais comecem a organizar imediatamente o dia 24 de março, que poderia se transformar em uma grande mobilização unificada contra todos os ataques econômicos, pela anulação das reformas e por um plano de emergência para enfrentar a crise sanitária?

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Definitivamente não falta nada, em meio a catástrofe sanitária o governo Bolsonaro, em comum acordo com governadores e Congresso golpistas, usam a pandemia para fazer chantagem e, diante do desespero da população que morre nas filas dos hospitais e passa fome sem auxílio, dizem que é preciso cortar gastos para ter recursos agora. Eles mentem! A PEC Emergencial que congela salários de professores e profissionais da saúde até 2036 em troca de um auxílio emergencial irrisório, mantém vigentes todos os privilégios dos políticos e juízes do alto escalão. Não se preocupam com nossas vidas, apenas em proteger a “responsabilidade fiscal”, que garante o pagamento da dívida pública que enriquece banqueiros e especuladores no mundo inteiro.

Se, é verdade que Bolsonaro e sua gestão negacionista da pandemia são grandes responsáveis pelo nível de barbárie aonde chegamos, também é verdade que no quesito economia todos os golpistas que hoje querem aparecer como oposição “democrática e responsável” ao governo federal, aplaudem as medidas de Paulo Guedes sem titubear. Fingem preocupação com a crise sanitária, mas fazem campanha sistemática a favor das reformas, afinal quem precisa de salário, de aposentadoria, de direitos trabalhistas para poder se cuidar diante da crise sanitária? Certamente os ministros, juízes e grandes empresários os quais representam, não.

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É nesse cenário que dia 24 está sendo anunciado como um dia de “‘lockdown’ dos trabalhadores em defesa da vida”. Infelizmente, ao que tudo indica, mais um dia de encenação midiática das grandes Centrais, onde as direções não estão organizando nada na base das categorias e pretendem deixar para o trabalhador decidir individualmente se vai ou não ficar em casa, sem decisão coletiva, sem respaldo sindical. Isso porque o que realmente prima na política da CUT e CTB, dirigidas pelo PT e PCdoB é a passividade, absorvidos pelo mantra do #FicaEmCasa sem apontar nenhuma alternativa para a maioria dos trabalhadores que seguem se arriscando nos serviços essenciais, como os da linha de frente da saúde ou os que saem em busca do sustento mais básico. Dirigidos por Lula e sua estratégia puramente eleitoral, querem que esperemos 2022, como se não fosse necessário agir agora para estancar o colapso sanitário com um plano de emergência e revogar as reformas que atingem a vida dos trabalhadores agora.

Por isso é urgente que os trabalhadores se organizem para exigir das suas direções que parem de trégua e organizem os trabalhadores começando pelo dia 24, mesmo com as dificuldades da pandemia, com assembleias e reuniões de base presenciais ou virtuais de acordo com as possibilidades e com cada categoria, impondo também a formação de Comissões de Higiene e Segurança Sanitária, auto organizadas pelos trabalhadores para averiguar e implementar todas as medidas de segurança necessárias nos locais de trabalho, especialmente entre os setores da linha de frente.

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Enquanto as direções das Centrais comemoram reuniões a portas fechadas que vem sendo feitas com governadores como Dória e os presidentes da Câmara e do Senado, fiéis defensores e implementadores de todas as reformas, é apenas a organização de base dos trabalhadores que pode colocar as direções contra a parede para construir um real plano de luta que apenas comece com o dia 24. Nas reuniões dessas direções, chegam ao absurdo de defender "unidade" com os governadores, como se quisessem combater a pandemia e fossem vítimas do governo federal, quando estes estão concretamente unificados com Bolsonaro em toda agenda econômica que ataca os trabalhadores, assim como são co-responsáveis pelo colapso nos sistemas de saúde estaduais e municipais.

Lutar pelo Fora Bolsonaro, Mourão e todo esse regime podre como parte de enfrentar a crise econômica e sanitária, passa por enfrentar os efeitos econômicos do golpe, fazer essa ligação é papel da esquerda que poderia cumprir uma importante tarefa se construísse um polo anti-burocrático que apontasse para os trabalhadores esse caminho da mobilização e mostrasse que é necessário ter uma política alternativa a conciliação das grandes Centrais, para impor que estas se movimentem e coloquem de pé uma verdadeira frente única operária que possa lutar por um plano de emergência contra a pandemia, pela anulação de todas as reformas e privatizações, contra todas as medidas autoritárias do judiciário golpista e por um programa operário para que sejam os capitalistas e não os trabalhadores os que paguem por essa crise.

 
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