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PORTO ALEGRE
Com médicos e enfermeiros esgotados, para Melo “o hospital sempre vai poder pôr mais alguém"
Bruna Camargo

O prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo afirma que sabe que há limites para leitos nos hospitais, mas de acordo com ele “o hospital vai sempre por mais alguém”. Para Melo, mesmo sem ter leitos sua política será colocar mais pacientes na fila de espera da UTI e deixados para a morte.

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Giulian Serafim /PMPA

Iniciamos mais uma semana com superlotação nos hospitais em Porto Alegre, nessa terça-feira (16), os números informam 117,43% de ocupação dos leitos de UTI, confirmando o pior cenário da pandemia desde os primeiros casos de covid-19 na capital. Apesar do evidente colapso do sistema de saúde o prefeito Sebastião Melo (MDB) em uma fala concedida hoje pela manhã a Rádio Gaúcha fez uma análise superficial e displicente sobre a superlotação dos hospitais e mais uma vez defendeu um punhado de comerciantes que protestaram pela suspensão das restrições impostas pelo governo do Estado.

O prefeito afirma que sabe que há limites para leitos nos hospitais, mas de acordo com ele “o hospital vai sempre por mais alguém”. Melo pauta suas prioridades de acordo com visitas que ele afirmou ter feito as emergências de hospitais porto alegrenses. A decisão da prefeitura é de não construir hospitais de campanha e sim empurrar mais pacientes para as emergências públicas da capital.

Melo ainda afirma em sua fala que “abertura de leitos é finita, mas a doença é infinita” e com essas palavras justifica que reconhece ‘o que os profissionais da saúde estão dizendo’ mas que é o momento de dar as mãos e salvar vidas. O prefeito parece seguir a mesma linha das declarações dadas por Eduardo Leite no final de fevereiro “60% das pessoas que vão para uma UTI infelizmente não sobrevivem. Leito não é a garantia de não perder a vida.” Com declarações vulgares e que minimizam os problemas seguimos em uma situação urgente de caos sanitário, onde os trabalhadores e trabalhadoras da saúde que encaram de forma exaustiva a covid-19.

Essas declarações desrespeitam aqueles que são linha de frente no combate da pandemia, exaustos com sua jornada de trabalho, palmas na televisão não pagam as contas desses trabalhadores e trabalhadoras. Nós do Esquerda Diário entramos em contato com uma trabalhadora da saúde:

“Sou a Bianca Técnica de Enfermagem do Hospital Santa Clara ( Complexo Santa Casa de Misericórdia POA). Todos os leitos estão mais de 100% ocupados desde o carnaval, inclusive um quarto que não era para ser quarto era pra ser um dispensa de aparelhos de bomba de infusão, suporte de soro, cama... até esse quarto está ocupado com um paciente grave dentro e que muitas vezes as parede de oxigênio não funcionam e de ar comprimido o que debilita muito o paciente, mesmo assim ele está lá. Eu acabei me infectando no fim de semana, descobri que me infectei com o vírus também atuando como linha de frente eu e minha família. Eu tenho apenas 23 , mas estou bem debilitada com muita falta de ar muita dor no peito e nas costas, enfim, já perdi muitos amigos profissionais dessa luta. E tudo que a gente sabe é que não da mais o jeito que está não tem mais onde colocar pessoas no hospital as emergências da Santa casa estão todas fechadas do Hospital Dom Vicente Scherer que é emergência covid está fechada eu mesma precisei de atendimento não pude comparecer lá. Um apelo em nome dos profissionais da saúde é EPIS para todos os profissionais, salário digno para todos os profissionais e competência também que tem alguém centrado que entenda de saúde pra comandar a pandemia.”

É urgente a necessidade de um plano para ampliação de leitos, atendendo a demanda, abertura de hospitais de campanha, contratação de mais trabalhadores da saúde: médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. E a centralização da gestão de todo o sistema de saúde da região sob o controle dos trabalhadores e especialistas. É preciso que laboratórios, clinicam e hospitais privados estejam disponíveis e se for necessário que também as redes de hotéis forneçam quartos para pacientes da covid-19. Não se pode mais adiar a ampliação do orçamento emergencial de saúde é uma demanda dos trabalhadores do setor e da situação de colapso do sistema de saúde."

 
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