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REGIME DO GOLPE
Pragmático, Centrão já mostra fissuras entre Bolsonaro e Lula
Yuri Capadócia

Caciques do bloco já relatam divisões em torno do apoio a Bolsonaro ou Lula para 2022. É possível derrotar o bolsonarismo usando seus aliados?

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O termo "centrão" em nada tem a ver com a posição do bloco no espectro ideológico, em que bastaria um rápido vislumbre nas votações dos partidos que compõe esse bloco para ver que estão alinhados a direita ou a extrema-direita. O conceito diz mais respeito ao comportamento fisiológico dessas agremiações, de se posicionarem entre as alas em disputa para maximizar seus ganhos em troca de cargos e dinheiro.

Nesse sentido, não é de se surpreender que de imediato após o reabilitamento de Lula, o colocando como possível e forte candidato para 2022, parcelas do Centrão já se coloquem dispostas a atender seu chamado de conciliação. Lula estendeu o perdão, se dizendo "sem mágoas" e disposta a unir o Brasil contra o atual desgoverno. Nenhuma surpresa também pelo fato de que boa parte desses partidos foram também base de apoio dos governos de Lula e Dilma, que lhes deram crescente espaço até serem atacados por eles.

Segundo fontes no Congresso, líderes do Centrão já discutem as perspectivas para 2022, rachando o apoio do bloco a Bolsonaro. Na opinião de caciques cinco legendas do centrão tendem a apoiar Bolsonaro: PTB, PP, PSC, Patriota e Republicanos. A seu favor o atual presidente detém o controle da máquina e a capacidade de distribuir emendas e cargos para saciar o apetite dos partidos, como parece na disputa o ministério da saúde. Já PROS, Avante e Solidariedade tendem a apoiar um candidato de oposição. PL e o PSD são considerados uma incógnita.

Para ficar apenas nos prováveis, o Solidariedade votou 88% das vezes junto com o governo Bolsonaro, seguido pelo Avante com 84% e o PROS com 81% de governismo (fonte: Radar do Congresso). Esses números mostram o fracasso da estratégia de conciliação que busca disputar até na base aliada de Bolsonaro apoios para se enfrentar contra o reacionarismo e os ataques econômicos desse governo nefasto. Não há como combater o bolsonarismo se aliando com aqueles partidos que lhe dão sustentação, que ratificaram cada uma das reformas aprovadas após o golpe para descontar nos trabalhadores a crise criada pelos capitalistas.

Contra essa estratégia de conciliação é preciso batalhar pela mobilização independente dos trabalhadores para combater o conjunto desse regime golpista que arrasta não só a saúde de nosso país ao colapso, transformando a pandemia num verdadeiro massacre contra a população, mas também contra o colapso das condições de vida de cada trabalhador devastadas pelo conjunto dos ajustes fiscais implementados, como a PEC Emergencial recém aprovada por esses partidos que irá congelar por 15 anos o salário do funcionalismo público.

Essas fissuras da base do governo mostram sua fragilidade, mas tem de ser aproveitadas para golpear com a força do movimento de massas. As centrais sindicais precisam sair da paralisia, convocando um plano de luta nacional, organizando em cada local de trabalho o rechaço contra Bolsonaro e todo o regime do golpe que juntos são os responsáveis pela catástrofe sanitária e econômica no país.

 
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