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CRISE SANITÁRIA E ECONÔMICA
Fora Bolsonaro, Mourão e os golpistas! Por um plano de luta contra a crise sanitária e econômica
Cássia Silva
Rafael Barros

A reabilitação de Lula e os desdobramentos em disputa das decisões do Judiciário e no Ministério da Saúde, diante de quase 280 mil mortes por covid no Brasil, reatualiza com urgência a luta por Fora Bolsonaro, Mourão e os golpistas, sem depositar nenhuma confiança no STF, nos governadores como Doria e no regime político de conjunto. É necessário um plano de luta que imponha um programa emergencial para que as crises sanitária e econômica não sejam mais descarregadas nas costas dos trabalhadores e do povo pobre.

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(foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Na semana passada, o ministro ironicamente lavajatista Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), indicou a anulação de todas as condenações de Lula relacionadas à Operação Lava Jato. No entanto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou no dia 12 um recurso contra a decisão do ministro que defende a competência da 13ª Vara Federal de Curitiba (juiz Sergio Moro) para julgar os processos em que Lula foi condenado, motivo pelo qual quer a reversão da decisão.

Enquanto isso, neste domingo (14), o Brasil registrou 1.111 mortes pela COVID-19, totalizando 278.327 óbitos no país desde o início da pandemia, responsabilidade da política negacionista de Bolsonaro e também dos golpistas e governadores, que deixam os trabalhadores e o povo pobre a mercê de toques de recolher repressores à noite, transportes lotados para trabalhar todos os dias e com salários de fome e uma dura alta de preços no país. Um exemplo do escancaramento mais cruel dessa crise e do descaso de Bolsonaro e do golpismo é a UTI da capital do Alagoas, Maceió, com 15 recém-nascidos internados com Covid.

Somente os trabalhadores, mulheres, negros e LGBTs, com uma luta organizada por Fora Bolsonaro, Mourão e os golpistas, pode dar um verdadeiro combate tomando os rumos da política contra as crises sanitária e econômica, sem confiança em nenhum setor desse regime apodrecido, orquestrado por militares e juízes. Não será um novo nome na pasta do Ministério da Saúde, negociado na disputa entre Bolsonaro, generais e Arthur Lira (PP), ou esperar as eleições de 2022 que farão com que as necessidades de leitos, vacinas, testes, sejam correspondidas.

Um programa emergencial se faz urgente: por vacinas para todos, testagem massiva, liberação remunerada de todos os setores não-essenciais, comissões de higiene em cada local de trabalho, unificação dos sistemas público e privado de saúde, sob controle das trabalhadoras e trabalhadores da linha de frente.

Nenhum setor do regime político herdeiro do golpe institucional está disposto a implementar um plano emergencial porque estão a serviço de garantir os lucros dos patrões. Enquanto propõem um auxílio emergencial de fome que pode ser de R$175, usam como moeda de troca os salários de professores e servidores da saúde, com a PEC Emergencial, promulgada hoje (15) pelo Congresso Nacional. O auxílio emergencial deve ser de pelo menos um salário mínimo e os preço dos alimentos devem ser urgentemente congelados.

Não será também confiando no judiciário, o mesmo que pelas mãos do STF teve papel crucial na obra do golpe institucional e na manipulação das eleições de 2018, e que agora se pinta de “democrático” com a revogação das condenações de Lula. Afinal, é o mesmo STF que, sob tutela dos generais, proscreveu sua candidatura, e que deu aval em duros ataques nos últimos anos, como a terceirização irrestrita.

Não temos tempo de esperar 2022, como quer o PT, para eleger Lula. Seus governadores são gestores das crises sanitária e econômica em seus estados, como Rui Costa na Bahia, Wellington Dias no Piauí e Fátima Bezerra no Rio Grande do Norte, com repressão pelo toque de recolher à noite e ônibus lotados de dia. Foi o PT que deu as bases para a extrema-direita e o golpismo almejarem assentar-se hoje, com o fortalecimento das forças armadas, da bancada evangélica e dos lucros dos bancos, como o próprio Lula já repetiu diversas vezes, que nunca lucraram tanto como em seu governo.

Mas para uma resposta que não se paute em esperar milagres eleitorais em 2020, é necessário que as centrais sindicais, como a CUT e a CTB, dirigidas pelo PT e pelo PCdoB, saiam imediatamente da paralisia que se encontram hoje, para organizar a luta pela garantia das medidas necessárias de combate à crise.

Ao mesmo tempo, chamamos todas as entidades dirigidas por organizações como o PSOL, e também a Conlutas, para a construção de um polo anti-burocrático, que aponte a necessidade de organizar nossa classe, e fortaleça em unidade essa exigência para as centrais sindicais.

Somente construindo uma alternativa que tome este caminho, de se apoiar na força da classe trabalhadora, da luta das mulheres, dos negros e dos LBGTs, é que se pode por de pé uma força não apenas capaz de derrubar Bolsonaro, mas todos os golpistas, e impor as medidas necessárias para garantir a saúde, as condições de vida e o emprego da população, com base em atacar o regime do golpe de conjunto, com uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana. Uma Constituinte imposta por nossa luta, e que não tenha vetos de nenhum outro poder deste regime que atua apenas para nos atacar, e que possa decidir tudo, desde medidas para garantia de leitos, insumos e EPIs, até a revogação de todas as reformas e a proibição de demissões, impondo as necessidades dos trabalhadores e do povo pobre contra as medidas daqueles que visam apenas o lucro de um punhado de empresários.

 
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