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ANULAÇÃO DAS CONDENAÇÕES DO LULA
Atores do golpe institucional, de Maia à rede Globo, acenam de volta ao discurso de Lula
Redação

Discurso de Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC na tarde desta quarta, 10, embora tenha sido contundente contra Sérgio Moro e o governo Bolsonaro, não poupou acenos favoráveis a diversos setores que estiveram por trás do golpe institucional. A repercussão na grande mídia mostra que esta recebeu o recado e acenou de volta com uma cobertura que mostrou abertura à movimentação do ex-presidente como peça fundamental da política nacional.

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Foto: Adonis Guerra / CUT

O ex-presidente Lula, em seu discurso na tarde desta quarta, 10, buscou carregar nas tintas de esquerda para se dirigir à sua base social, antagonizando com a política espúria do governo Bolsonaro frente à pandemia, que bateu novo recorde diário de mortes pela covid-19, dizendo também que é contra as privatizações, contra as ingerências do mercado financeiro, que sua prioridade são as condições de vida da maioria da população.

Não é por acaso, no entanto, que essas “tintas de esquerda” do discurso de Lula sequer tocaram nos ataques históricos à condição de vida da maioria da população, como a lei do teto de gastos (PEC do fim do mundo) e as reformas trabalhista e da previdência, que nada mais são do que a consolidação da obra econômica do golpe institucional.

O silêncio em relação a essas questões é a base do aceno a seus principais interlocutores em seu retorno ao xadrez político nacional: os setores por trás do golpe institucional. Com direito a elogios ao próprio lavajatista Edson Fachin e inclusive defendendo mais armas para o exército e a polícia entre outros acenos, Lula quer fincar novamente a sua viabilidade para administrar o capitalismo brasileiro, mantendo o legado golpista dos principais ataques ao conjunto da população num eventual retorno do PT ao governo federal.

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Os setores do golpismo institucional demonstraram que receberam o recado e acenaram de volta com manifestações nas redes e coberturas jornalísticas que mostraram, ainda que em diferentes nuances, bastante abertura à movimentação do ex-presidente em seu retorno como peça chave à política nacional. Para isso, lançam mão da comparação de Lula com Bolsonaro, seja nos tweets de Rodrigo Maia, seja com a colunista de O Globo, Miriam Leitão, ressaltando a sensatez do ex-presidente em relação à pandemia. Após a coletiva de Lula, também a GloboNews ajustou seu enfoque, que passou de um discurso que criticava, até então, de forma veemente a polarização Lula x Bolsonaro, tentando emplacar um espaço para uma “terceira via”, para um discurso que diminui o tom do “extremismo” do ex-presidente.

Mas para além das nuances, boa parte dos conglomerados midiáticos fizeram coro em ressaltar, no discurso do ex-presidente, os momentos em que ele acena “para fora”, principalmente para o centro. Como disse Thiago Flamé, “a reabilitação de Lula é a melhor aposta para a classe dominante para uma retirada organizada, que mantenha os ataques dos últimos anos sem provocar uma grande revolta de massas. Mas o discurso conciliador de Lula não vai resolver nenhum dos problemas que afetam a classe trabalhadora o povo brasileiros, não vai anular as reformas e as privatizações. Somente a luta classe trabalhadora e do povo pode reverter os enormes ataques dos últimos anos. Lula perdoou os golpistas, o povo não perdoará”.

 
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