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PRIVATIZAÇÃO DA PETROBRAS
Escândalos na Petrobras: privatização, aumento do combustível e interferência política
Redação

Na última semana, o tema da Petrobras tem sido bastante abordado. Vamos entender o porquê.

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Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Após a criminosa venda da RLAM da Bahia, a segunda maior refinaria do país, por 50% de seu preço, ao Mubadala Capital, fundo soberano de investimentos dos Emirados Árabes, os preços dos combustíveis aumentaram, com o objetivo de garantir os interesses do agronegócio e dos grandes empresários das companhias de logística. Ao mesmo tempo, esse aumento também faz parte da política da Petrobras de adotar um “equilíbrio competitivo” com os preços internacionais de combustíveis, aumentando os custos para os consumidores e servindo para gerar lucro para seus acionistas privados. A Petrobras pretende também vender o campo de petróleo de Carmópolis, em Sergipe, para empresas estrangeiras.

A venda da Refinaria Landulpho Alves pode gerar uma imensa perda de empregos e perda de direitos. A empresa que está para adquirir a refinaria se comprometeu a manter os funcionários e mesmos salários por alguns meses, no mais longo e medio prazo, portanto, esses empregos e direitos ficam em cheque. A revolta com a privatização e a abusiva política de preços fez com que os petroleiros da Bahia entrassem em greve na última quinta-feira (18).

Em meio à crise que se abriu entre o presidente de extrema-direita e o antigo presidente neoliberal da empresa, Castello Branco, Bolsonaro, nesta sexta-feira (19), resolveu intervir no comando da empresa e nomear em seu lugar o general Joaquim Silva e Luna, atual diretor da Itaipu Binacional, como novo presidente da Petrobras. Desde a ditadura, um militar não comandava a maior empresa do país. A escolha do governo, porém, precisa ser aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobras. O mandato de Castello Branco se encerra em 20 de março.

Como consequência desse campo minado em torno da Petrobras, as suas duas ações negociadas na bolsa registraram queda desde as primeiras horas da manhã de sexta-feira e fecharam o dia com as maiores baixas: a do tipo preferencial caiu 6,6 %; e a ordinária, a mais negociada, quase 8%.

Somente nesse ano, a gasolina teve um aumento de 34,7% e o diesel de 27,7%. Bolsonaro anunciou que o preço médio do litro da gasolina na refinaria irá para R$ 2,48, aumento de 10,2%, e o do diesel para R$ 2,58, aumento de 15,1%. É o quarto aumento da gasolina em 2021 e o terceiro do diesel, impactando diretamente no preço do gás de cozinha e dos alimentos. Longe ao que Bolsonaro afirma de gerar uma "competitividade" para a Petrobrás, a verdade é que essa política de preços só serve para garantir que as grandes empresas privadas estrangeiras possam vender seu petróleo no Brasil, assim como também garantir as privatizações.

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"Imagine eu, presidente, em casa, com medo do Covid, ficando aqui o tempo todo no Alvorada. Não justifica isso aí. Inclusive, o ritmo de muitos servidores lá está diferenciado. Ninguém quer perseguir servidor, muito pelo contrário, temos que valorizar os servidores. Agora, o petróleo é nosso ou é de um pequeno grupo no Brasil", indagou Bolsonaro, falando contra o mercado financeiro, enquanto ele e todo o regime golpista têm vendido petróleo e privatizado refinarias.

Bolsonaro tem criticado o reajuste de combustíveis, dizendo que irá zerar os tributos federais sobre o óleo diesel durante 2 meses, a partir de 1º de março, para anular possíveis efeitos nas bombas de reajuste de 15% feitas pela Petrobras nas refinarias, dando a entender que está defendendo as exigências dos caminhoneiros. Porém, essa tática de zerar os impostos, não vai beneficiar os caminhoneiros e trabalhadores por muito tempo, e sim garantir o preço internacional para remunerar os acionistas privados da Petrobras e abrir caminho para mais privatizações. Com isso, o presidente se encontra pressionado em cumprir a exigência do mercado financeiro, que o apoia, desde que foi arquitetado pelo governo Temer de entregar os recursos naturais do país ao imperialismo, por meio da paridade dos preços de combustíveis com o dólar e a cotação do petróleo no mundo, e busca garantir seu apoio entre os caminhoneiros e frear sua perda de popularidade entre os trabalhadores.

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A privatização da Petrobras e a entrega de todos recursos naturais do país ao imperialismo é um projeto caro a todo golpismo, unifica cada ator político do governo e do regime político, passando por Bolsonaro, centrão, a direita e o STF. Os petroleiros devem aproveitar esse cenário para fazer uma forte greve que barre as privatizações, mostrando a toda população que os combustíveis estão caros justamente devido a privatização. Se as centrais sindicais onde atuam movimentos sociais e políticos socialistas, como a CSP-Conlutas e partidos de esquerda e suas figuras, como os parlamentares do PSOL e Boulos, colocassem sua energia a apoiar a mobilização petroleira, poderíamos começar a fazer que a causa petroleira se tornasse uma causa de todos trabalhadores brasileiros. Isso não somente é necessário mas é possível, para tentarmos vencer e fazer emergir uma voz independente dos trabalhadores em meio à crise política que atravessa as diferentes alas e instituições do governo e do golpismo.

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