Trabalhadores da Ford de Camaçari (BA) se mobilizando contra as demissões. Fonte TNH1.
Contudo, a empresa não voltou atrás na decisão de acabar com a produção no Brasil até o final do ano. A Ford, há cerca de um século, lucra com o trabalho dos operários e incentivos do governo para a indústria automobilística, que em 2021 receberá R$5,9 bilhões do Governo Bolsonaro.
5 mil trabalhadores perderão seus empregos; cerca de outros 118 mil postos de trabalho indiretos desaparecerão e uma massa salarial de R$ 2,5 bilhões de reais será extinta caso a produção da montadora se encerre no Brasil.
Nas audiências de conciliação nos tribunais regionais do Trabalho da 15ª em São Paulo, e da 5ª Região, na Bahia, a empresa afirma que garantirá a negociação com os empregados e a empresa, assim como a manutenção dos salários e direitos por mais 90 dias. A patronal também afirma que manterá diálogo semanal com os sindicatos, mas nada sobre o cancelamento do fechamento das montadoras.
A suspensão das demissões é um avanço para os trabalhadores e demonstra a força desta categoria histórica na luta de classes do país. Contudo, os sindicatos da CUT, que dirigem essa enorme e poderosa categoria, vem respondendo de forma passiva e insuficiente esse ataque brutal.
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O fim da produção e as milhares de demissões da Ford significam um golpe a toda classe trabalhadora brasileira. As medidas judiciais e mobilizações pontuais são insuficientes para preservar os empregos e manter as plantas em funcionamento.
É necessário que a partir das assembleias de base, onde todo trabalhador tenha voz e poder para organizar sua luta, os próprios operários da Ford se unifiquem nacionalmente e decidam os rumos de sua luta.
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O Esquerda Diário defende os métodos próprios da classe, com greves, piquetes, manifestações e ocupações de fábricas em uma luta unificada entre todos os setores da classe operária, e não negociações e pequenas manifestações de pressão que se subordinam à pró-patronal Justiça do Trabalho.
As grandes centrais sindicais precisam sair da paralisia, parar de alimentar a confiança dos trabalhadores na justiça do estado burguês, que existe para garantir somente os direitos dos patrões e sua necessidade de aumentar seus níveis de exploração sobre os trabalhadores.
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