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Crise sanitária
Vacinação no DF: a demagogia de Ibaneis
Julio C
Rosa Linh
Estudante de Ciências Sociais na UnB

O governo do Distrito Federal de Ibaneis tentou, desde o início da pandemia, mostrar serviço a sua base eleitoral dura - os burocratas do alto funcionalismo público e toda pequena burguesia do comércio e serviço - mas a realidade é catastrófica para a maioria trabalhadora que mora nas satélites e entorno. O resultado de sua gestão conta mais de 5 mil óbitos e quase 300 mil infectados de COVID, números que o governador Ibaneis tentará esconder em seu projeto falho (desde o início) de vacinação.

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Com o avanço da pandemia em Brasília, o governador Ibaneis Rocha tentou se equilibrar entre o pragmatismo elitista ao estilo de João Dória e, por outro lado, a dependência política do governo federal pautado pelo negacionismo de Bolsonaro. A aposta de sua gestão foi, como nos outros estados, a de sacrificar as populações mais vulneráveis e dispensar qualquer programa sério de medidas profiláticas que deveriam ser necessárias mesmo em situações consideradas normais. Assim, somou-se à covid-19 o aumento de outras enfermidades, como dengue e HIV.

O Distrito Federal, em meados de fevereiro, estima quase 5 mil óbitos oficiais - isto é, fora as subnotificações, efeito lógico da conveniente falta de testagem massiva da população. O interesse mais urgente de Ibaneis foi o de manter sua agenda de privatizações, negligenciando a necessidade de equipamentos de proteção individual para os trabalhadores da linha de frente (mesmo com protestos de profissionais da saúde e da assistência social), muito menos organizou uma quarentena racional e não garantiu emprego nem renda.

Agora, com o fim do auxílio emergencial, a tendência é de aumentar as taxas de extrema pobreza somada à projeção de desemprego crescente desde de 2019. Submetidas à segregação de território que funda a capital, essas camadas do povo, transitando entre o medo do vírus e o do desemprego, vão compor as estatísticas “razoáveis” do GDF que insiste no descaso e assiste à passagem das novas cepas do vírus. Diante do agravamento, o desleixo com a população trabalhadora e (literalmente) marginalizada do DF segue à deriva, sem qualquer horizonte de planejamento racional da prevenção contra quaisquer das ameaças sanitárias.

Ao invés de resolver os problemas, a medida do GDF agora é apostar na ansiedade popular sobre a vacina como se essa fosse a solução imediata dos problemas e, por fim, legitimar sua necropolítica e o esquema de corrupção por superfaturamento na secretaria da saúde. A vacina se converte em trampolim publicitário a ser capitalizado nas próximas eleições - tal como Dória, mas, diferente deste, Ibaneis demonstrou-se intimamente ligado a Bolsonaro e seu negacionismo, estando ao lado do fascistóide na reabertura indiscriminada do comércio e sempre subserviente às do secretário Pazuello.

Como todo fruto do regime pós golpe institucional de 2016, o atual executivo do GDF é um inimigo declarado da classe trabalhadora, dos professores, dos terceirizados, além de coligado com Bolsonaro. Ambos praticam os planos imperialistas da “guerra das vacinas” operado pela Big Pharma e monopólio de patentes que priorizam a capitalização dos recursos de combate à pandemia.

Leia mais: "Guerra pelas vacinas": frente à irracionalidade capitalista, anulação das patentes e vacinas para todo mundo

Mesmo cumprindo ordens do governo Bolsonaro e da indústria farmacêutica, o governo do Distrito Federal é também culpado pelas mortes em decorrência da COVID-19 e outras doenças oriundas da violência político-econômico que rege a sociedade.

A política é irracional de uma ponta a outra. Agora, quer reabrir as escolas em março, enquanto o DF retoma hoje vacinação contra Covid-19, mas o estoque para 1ª dose deve durar menos de uma semana. A racionalidade burguesa de Ibaneis se restringe em dar lucros para os capitalistas e deixar que a população trabalhadora morra sem condições mínimas de prevenção.

Nesse sentido, é fundamental a luta da esquerda socialista, no DF e em todo país, pela quebra das patentes dos burgueses, estatização de todo o sistema de saúde (incluindo a indústria farmacêutica e os laboratórios) sob controle das e dos trabalhadores da saúde. Só o controle operário da distribuição, pesquisa e produção das vacinas pode realmente apontar no sentido da disponibilização universal da vacina para todos que precisam e querem.

Para derrotar Bolsonaro/Mourão, Ibaneis e todo o regime do golpe institucional, é necessário nos aliarmos à classe trabalhadora, como nas lutas do HU da USP pela vacinação imediata de todos os trabalhadores linha de frente; da Greve pela Vida dos professores do estado de São Paulo contra a volta às aulas negacionista de Dória. É a força da mobilização, dos métodos da luta de classes, da organização independente da classe trabalhadora que pode dar uma resposta contundente à crise sanitária.

 
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