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POBREZA E EXTREMA POBREZA
Desemprego e falta de auxílio acelera crescimento da pobreza e extrema pobreza no Brasil
Redação

Governos negacionistas e todo regime do golpe, com sua administração em prol do lucro do agronegócio e dos empresários, podem levar 17,9 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza. Isso significaria como se de uma vez só quase toda a população do Chile se tornasse pobre.

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Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado/FotosPúblicas

Não faltam indicativos que mostrem o quanto o capitalismo faz de tudo para que essa crise seja paga pela vida da classe trabalhadora. Com o fim do auxílio emergencial, os índices mostram a escalada de crescimento da pobreza no país. A extinção total do apoio do governo negacionista de Bolsonaro e os ataques advindos do regime do golpe de conjunto deverá tirar impulso da demanda econômica - o alerta mais recente veio do tombo de 6,1% nas vendas do varejo em dezembro - e poderá levar 17,9 milhões de brasileiros abaixo da linha de pobreza. É como se, de uma vez, quase toda a população do Chile se tornasse pobre no Brasil.

As contas, citadas inicialmente pelo jornal O Globo, partem da estimativa, projetada pelo pesquisador Daniel Duque, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), de que, sem os auxílios e o aprofundamento do desemprego e informalidade de grande parte dos trabalhadores, quase um terço (29,5%) da população brasileira estava na pobreza em janeiro. São 62,4 milhões de pessoas. Em 2019, antes da pandemia, 21% (44,5 milhões) estavam já nessa condição.

Para fazer os cálculos, Duque usou dados do IBGE e a linha de pobreza do Banco Mundial, de US$ 5,50 por dia por pessoa. Convertido pelo método do poder de paridade de compra - que leva em conta o custo de vida em cada país - e atualizado pela inflação, o valor equivale a R$ 455 por mês por pessoa no domicílio. É a situação de um casal que mora com dois filhos e vive com R$ 1.820 por mês.

Dentro do grupo abaixo da linha da pobreza, também haverá aumento do número de brasileiros na extrema pobreza - pelo critério do Banco Mundial, aqueles que vivem com até US$ 1,90 por dia por pessoa, ou R$ 157 mensais por pessoa em valores de hoje. Sem o auxílio, em janeiro, serão 6,9 milhões de brasileiros a mais nessa condição, na comparação com 2019. A proporção dos extremamente pobres saltará de 6,4% (13,6 milhões) em 2019 para 9,7% (20,5 milhões) da população total.

Apesar da crise, o pagamento do auxílio emergencial derrubou a extrema pobreza. No fim de maio a proporção de brasileiros abaixo da linha de extrema pobreza foi a 3,5% (7,4 milhões de pessoas) da população, nas mínimas históricas. O auxílio fez com que, temporariamente, 6,2 milhões deixassem a extrema pobreza, na comparação com 2019, conforme cálculos feitos por Duque em junho, como mostrou o Estadão/Broadcast à época.

O efeito do aumento da pobreza na economia é que, sem o auxílio, as famílias com renda mensal de até R$ 2.600 deverão perder 23,8% de sua renda disponível - o dinheiro que sobra para gastar depois de comprar itens básicos - em relação a 2020, segundo estudo da consultoria Tendências, como mostrou o Estadão na semana passada. Serão R$ 48 bilhões a menos circulando entre os mais pobres.

Como resposta totalmente insuficiente e à base de ataques, o governo pretende lança um novo auxílio emergencial, mas que seria entre R$200 e R$250 (cerca de um décimo da média salarial brasileira); com duração de três ou quatro meses, com base nos atrasados planos de vacinação; para uma quantidade menor de beneficiários em comparação com o ano passado, ainda que para mais de 40 milhões de pessoas; e financiado pelo congelamento dos salários dos servidores públicos federais.

Com conteúdo da Agência Estado.

 
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