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REABERTURA DAS ESCOLAS \ EUA
Biden lidera a batalha para reabrir as escolas, mas os docentes se defendem
Tatiana Cozzarelli

Existe uma verdadeira unidade bipartidista em torno da agenda de reabertura de escolas graças a aliança entre Joe Biden e os sindicatos.

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No dia de natal, o professor Patrick Key, de uma escola de Educação Infantil da Geórgia, nos Estados Unidos, morreu por complicações com o coronavírus. Alguns dias mais tarde, o distrito confirmou a morte de outros dois educadores: Dana Johnson, uma professora de uma escola infantil e Cynthia Lindsey, auxiliar de classe. Três professores morreram em menos de um mês.
Esse é o preço de reabrir as escolas.

Ao redor do país, ainda há muitas regiões com altas taxas constantes de infecção e mortes. Inclusive com escolas fechadas, uma em cada três pessoas em Los Angeles contraiu o coronavírus. E agora, há um ataque contra os sindicatos docentes para forçar planos inseguros e fazer com que professores e estudantes voltem para as aulas presenciais. Isto vem de cima, com a administração de Biden colocando a reabertura de escolas no começo de sua lista de prioridades para os primeiros 100 dias de governo. Os governadores locais e a imprensa seguiram seu exemplo tratando de demonizar os professores que estão protestando para proteger sua própria segurança, a de seus estudantes e a das comunidades. Isso é o que a unidade bipartidista de Biden prometeu desde o dia das eleições: a unidades dos funcionários democratas e republicanos, Forbes, o Wall Street Journal e o New York Times. Essa semana, enquanto os professores ao redor de todo o país lutavam para se proteger dos planos de reabertura inseguros, Joe Biden disse que as escolas fechadas constituíam uma “emergência nacional”. A mensagem é clara para os funcionários locais e para o público em geral: não importa se é inseguro, é hora de reabrir.

Mais além dos políticos e dos meios de comunicação, o consenso em torno das reaberturas se estende às lideranças dos sindicatos de docentes que deram as costas para os professores da educação básica e para as comunidades que sofrem com os efeitos da pandemia. De fato, enquanto os docentes de Chicago e Filadélfia arriscam suas vidas para permanecer distantes até que as escolas sejam seguras, o New York Times publicou um artigo em sua primeira página sobre os esforços da presidente da Federação Estadounidense de Professores (AFT), Randi Weingarten, para obrigar os professores e estudantes a regressar para as aulas presenciais. A preocupação com os estudantes é só uma fachada para ganhar o apoio devido esses ataques contra os educadores. A reabertura das escolas são um eixo para que toda a economia volte a funcionar, tendo em vista os lucros capitalistas.

Mas contra tudo e todos, os professores estão lutando bravamente.

Ainda que o ensino remoto seja difícil, a solução não é a reabertura prematura e perigosa das escolas. Também não é a solução fazer os estudantes voltarem a prédios superlotados e mal ventilados sem testes sistemáticos e massivos de coronavírus. A responsabilidade de controlar a pandemia está diretamente nas mãos do governo. Não deveria depender dos políticos capitalistas que já têm a vacina, decidir quando está tudo bem para os professores voltarem a dar aula presencial. Os professores, estudantes e membros das comunidades devem discutir e decidir quando é seguro reabrir.

A luta pela reabertura das escolas

Os Estados Unidos falharam espetacularmente em seu esforço de responder ao coronavírus. Esta falha levou a cerca de 500 mil mortes, desproporcionalmente devastadoras para as comunidades negras e latinas. E essas mortes são o efeito direto da negativa do Estado em todos os níveis de tomar medidas apropriadas para proteger a classe trabalhadora, incluindo o fechamento do trabalho não essencial e o pagamento das pessoas para que possam ficar em suas casas. Logo no início da pandemia, a classe capitalista pressionou a abertura dos negócios e manteve a economia aberta a todo custo; forçaram os trabalhadores não essenciais a trabalhar sem as medidas de segurança adequadas, enquanto que ao mesmo tempo culpavam as reuniões individuais pela propagação exponencial do vírus. E apesar de que houve pausas no vírus, o Estado se negou a utilizar os recursos do país mais rico do mundo para produzir a quantidade necessária de testes e investir em suficientes esforços de rastreamento que eram necessários para manter o vírus sob controle. E ainda que agora haja pelo menos duas vacinas disponíveis nos EUA, as patentes privadas impedem que se produzam e distribuam em grande escala.

Desde o começo da pandemia, a batalha pela reabertura das escolas esteve encoberta, dado o papel vital que cumprem os educadores na economia capitalista e na vida das famílias. Depois de tudo, não só as escolas educam a seguinte geração de trabalhadores, mas também provém cuidado essencial das crianças da classe trabalhadora. Tal como a manchete do Bloomber News declarou: “Escolas fechadas significam economia fechada”. O Brookings Institution mostrou que um mês de escolas fechadas em todos os Estados Unidos, tem um gasto para a economia de mais de $50 bilhões de dólares perdidos em produção, ou 0,2% do PIB. É por isso que desde cedo, a classe capitalista se alinhou atrás das tentativas de Trump de forçar os professores e estudantes a voltarem para as salas de aula - se os pais têm que ficar em suas casas para cuidar de seus filhos, então eles também não podem ir trabalhar e fazer dinheiro para os capitalistas.

Na primeira onda do vírus, os professores de algumas cidades efetivamente lutaram contra a pressão para a reabertura. Os docentes de Los Angeles e os de Chicago fizeram uma paralisação em 2019 e estão entre os mais notáveis. O Sindicato Nacional de Docentes falou contra a reabertura insegura desafiando Donald Trump e os políticos locais.

Sendo uma das forças trabalhadoras sindicalizadas mais massivas do país, os professores estão entre os poucos setores de trabalhadores que puderam se levantar contra os chefes que tentam forçá-los a voltar ao trabalho em condições inseguras. Diferentemente de muitos trabalhadores na indústria alimentícia, por exemplo, que também estão enfrentando condições insalubres similares, os professores são capazes de usar seu direito à organização para proteger seus interesses. Suas ações de protesto em relação aos esforços capitalistas de sacrificar suas vidas em nome do lucro, é parte de uma longa história que posiciona os professores no centro da militância trabalhista, especialmente nos últimos anos. Em Chicago e Los Angeles, os mesmos professores que estão protestando contra a reabertura, são os que paralisaram nos últimos anos, seguindo o exemplo de professores de Virgínia do Leste, Oklahoma e Arizona.

Famílias e estudantes foram colocados em uma posição impossível como resultado da desastrosa falta de ação ao longo da pandemia, forçados a trabalhar e aprender da forma que fosse possível no ensino remoto. Isto é exponencialmente mais difícil pelo fato de que 14% das crianças nos EUA não têm acesso à internet em suas casas no mês de abril de 2020. Enquanto os filhos de famílias mais abastadas estão em condições de contratar tutores privados, os filhos da classe trabalhadora têm que se virar ou ficam para trás. Os políticos estão tentando atribuir este “ano perdido” de educação aos sindicatos “codiciosos” e colocar as famílias contra os professores, mas a verdadeira causa desse horrível cenário é um governo que durante quase um ano se negou a responder adequadamente à pandemia devido o preço que teria para os lucros capitalistas.

Além disso, é falso dizer que todos os pais querem a reabertura das escolas para mandar seus filhos de volta. Essa falsa afirmação feita por muitos, de que são as crianças e as famílias negras e latinas que querem a reabertura, simplesmente não é verdadeira. Apesar do esforço propagandístico em massa pensado para convencer o público de reabrir as escolas, uma recente pesquisa do coronavírus de Axios/Ipsos mostrou que 55% dos pais negros e 40% dos pais latinos reportaram que estavam extremamente ou muito preocupados com a reabertura das escolas em suas comunidades tão rapidamente. Em Chicago, somente 19% de todos os estudantes regressaram às aulas presenciais durante as três semanas que as escolas abriram no ano passado, e mais de dois terços das famílias negras e latinas querem permanecer distantes.

Entretanto, os políticos estão pressionando as escolas a reabrirem antes de que seja seguro. Isso significa uma variedade de coisas, dependendendo da cidade pode significar uma reabertura antes de que as taxas de infecção pelo coronavírus tenham estado constantemente abaixo de certo umbral, antes de que uma adequada ventilação tenha sido garantida nas escolas, ou antes de que um número significativo de membros da comunidades tenham sido vacinados.

Primeiro foi Trump que pressionou o departamento estatal de educação a reabrir e se recusou a dar pautas federais sobre planos de reabertura; os docentes lutaram heroicamente para rechaçar esses esforços. Atualmente, dois terços das escolas estão pelo menos parcialmente fechadas. Mas agora a urgente demanda de voltar às aulas presenciais vem de Biden e de todo o Partido Democrata, os mesmos políticos que os sindicatos docentes fizeram forte campanha para eleger. Ao longo da eleição, Biden fingiu ser um defensor dos professores, promovendo vários eventos com sua esposa, Jill Biden, que ensina em um colégio comunitário, para demonstrar que se relaciona profundamente com as lutas dos docentes. Seu primeiro plano de política importante foi seu plano de educação e, ao longo de sua campanha, afirmou que a educação é “a profissão mais importante nos Estados Unidos”.

Com Biden na Casa Branca, a pressão sobre a reabertura das escolas aumentou em outro nível. Enquanto promove as vacinas, o lançamento delas foi desastroso, e a maioria dos docentes não foi vacinado, muito menos as famílias e os membros da comunidade que fazem parte. Como Trump, a preocupação principal de Biden é como a reabertura de escolas mantém a economia funcionando e aumenta as taxas de lucro capitalista. Ele mesmo disse: “Pensem em todas as pessoas que podem voltar ao trabalho, todas as mães e pais solteiros que ficam em casa cuidando de seus filhos”. Trump impulsionou as reaberturas sem sequer fingir preocupação pelos interesses dos professores. Biden, por sua vez, é um "policial bom”: cheio de empatia pela difícil situação dos docentes, mas mantendo a mesma agenda assassina.

Demonizando os sindicatos docentes

A pressão por reabrir de forma insegura esteve de mão dada com a demonização dos sindicatos de docentes por parte dos políticos e da mídia.

Recentemente, Forbes publicou um artigo intitulado “O que os funcionários escolares de Chicago e D.C. podem aprender sobre a greve de controladores de tráfego aéreo de 1981”. O artigo recorda alegremente a política anti operária de Ronald Reagan que rompeu a greve dos controladores aéreos ao demitir mais de 11 mil trabalhadores. Essa foi uma das maiores derrotas do movimento operário dos EUA e foi o começo de mais ataques neoliberais contra a classe trabalhadora. O artigo sugere que as escolas adotem a mesma política com os professores de Chicago e D.C. Os autores dizem: “Ou eles (os funcionários locais) cedem covardemente à extorsão sindical, ou fazem o correto e obrigam a cumprir a lei e o sentido comum. O futuro de milhões de estudantes, literalmente, está em jogo”. Aqui há uma pista para os funcionários eleitos de Ronald Reagan: “Ataque os sindicatos docentes”. Forbes está fazendo um chamado descarado para romper a greve federal.

De maneira similar, David Brooks do New York Times argumenta:

“São crianças negras e latinas que vivem em cidades com prefeitos progressistas e sindicatos poderosos, e estes são os lugares onde se fecharam as escolas. Leitores, muitos de nós nos envolvemos nas marchas do Black Lives Matter no verão passado. Suponho que você se perguntaria ‘importam as vidas dos negros só quando servem a um propósito político?’ Se não é assim, não deveríamos estar todos marchando para que as crianças negras e latinas regressem às escolas de maneira segura e agora?”

Este argumento faz eco da retórica usada pelos fanáticos das escolas autônomas durante os anos de Obama que tentaram colocar os sindicatos contra as comunidades de cor com o propósito de privatizar as escolas públicas. Agora, estão utilizando essa retórica para enviar professores e estudantes a escolas inseguras, expondo-os assim como às comunidades ao coronavírus.

O multimilionário e ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomber, também diz que Biden necessita “defender os sindicatos docentes”. O líder da minoria do Senado, Mitch McConnell, (R-Ky), argumenta que as reaberturas de escolas estão sendo bloqueadas pelos “sindicatos ricos e poderosos que doam enormes quantias aos democratas e obtêm um domínio absoluto sobre a educação em muitas comunidades”. Afinal, todos estão do mesmo lado em um acordo bipartidista: os sindicatos de docentes devem se afastar e deixar que as escolas voltem a abrir.

Este tipo de demonização de professores e sindicatos docentes é perigoso para toda a classe trabalhadora. A Associação Nacional de Educadores (NEA) é atualmente o maior sindicato dos EUA e estes ataques aos professores têm como objetivo debilitar a capacidade de luta de todos os sindicatos no próximo período. Como a Forbes sabe muito bem, romper as costas de uma luta laboral pode abrir o caminho para mais derrotas arrebatadoras da classe trabalhadora.

Entregar os sindicatos

O que é ainda pior, é que os sindicatos nacionais de docentes - que denunciaram energicamente Trump - agora aplaudem Biden. A NEA diz que "o plano do presidente Biden proporciona uma grande razão para o otimismo que tanto se necessita”. Mas o plano de Biden é essencialmente o plano de Trump: reabrir as escolas.

Randi Weingarten da AFT, por exemplo, apoiou as “greves de segurança” contra as reaberturas de Trump, mas agora com Biden, exige que os professores “enfrentem seus medos” e aceitem as reaberturas inseguras. Um perfil recente do New York Times sobre Weingarten afirma que ela “passa 15 horas por dia no telefone com líderes sindicais locais, prefeitos, com a Casa Branca e o Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças”, tratando de averiguar como reabrir as três quartas partes dos sistemas escolares que permanecem total ou parcialmente fechados”.

Em outras palavras, enquanto os docentes de todo o país estão se organizando com famílias e comunidades para discutir as greves e outras ações laborais para reabrir só quando seja seguro, sua liderança sindical passa todo o dia no telefone organizando o ataque. O Times afirma que essa dinâmica “coloca a Sra. Weingarten, líder da Federação Estadounidense de Professores de 1,7 milhões de membros, o segundo maior sindicato do país, como um aliado próximo do presidente Biden, em uma situação difícil”.

De fato, está entre os interesses dos professores e os interesses de Joe Biden, que governa unicamente em nome do capital. Como é seu papel, ela está ativamente do lado do estado e contra os professores.
Mas os professores ainda estão lutando, apesar da falta de apoio por parte dos sindicatos nacionais docentes. Depois de tudo, esses sindicatos têm vínculos estreitos com o Partido Democrata e foram patrocinadores centrais de Biden. Isso ressalta a profunda falha do NEA e do AFT: gastaram os fundos sindicais para que fosse eleito, e agora está atacando diretamente os professores e pressionando a reabertura insegura. Isso é em si mesmo uma profunda traição ao movimento docente.

A batalha pela reabertura das escolas

Em muitos distritos, as escolas abriram de forma irregular, tendo que fechar uma ou outra vez, dado os casos de Covid-19 em seus edifícios. Alguns docentes pagaram pelas reaberturas inseguras com suas vidas. Outros se aposentaram em um ritmo alarmante: em Michigan, um terço dos educadores estão pensando em renunciar devido à pandemia. Truthout falou com muitos destes professores, como Christine Vehar, uma professora de música, que deixou seu posto porque vive com sua mãe imunodeprimida. Ou pessoas como Cheryl Dubberly que disse: “Não poderia me manter segura porque era responsável por ensinar música para toda a escola, de 500 a 600 crianças. Este trabalho não vale a minha vida”.

Não é seguro e os docentes sabem disso

A batalha pela reabertura de escolas foi ainda mais aguda em Chicago, onde o Sindicato de Docentes de Chicago (CTU) estava enfrentando a prefeita “progressista” Lori Lightfoot. Se supunha que os professores regressariam ao trabalho na semana passada, mas depois de uma intensa batalha com a CTU, o distrito escolar decretou um “período de esfriamento”, mostrando a força da luta dos professores. Parece que se chegou a um acordo provisório depois que o sindicato estivesse a ponto de convocar uma greve.

Na Filadélfia, os professores organizaram uma paralisação por enfermidade e forçaram o prefeito a cancelar o chamado de reabertura das escolas até que se resolvesse o caso legalmente. Isto está em marcha até agora.

Em Washington D.C, o distrito pediu a um juiz que detenha o Sindicato de Docentes de Washington de participar de conversas sobre uma possível greve emitindo uma ordem de restrição temporal. O distrito quer que os professores e estudantes regressem aos prédios escolares pela primeira vez desde março. Em novembro, os professores de D.C. organizaram uma paralisação por enfermidade que manteve as escolas fechadas.

Na Califórnia, o governador Gavin Newsom sustenta que as escolas deveriam encontrar uma maneira de reabrir, apesar de que Los Angeles seja agora o epicentro da pandemia nos EUA. Newson propôs oferecer $2 bilhões de dólares em incentivo para reabrir escolas primárias a partir deste mês. Na Califórnia nenhum dos distritos escolares se encontra na fase de “baixa transmissão”. Os sindicatos docentes de muitas cidades importantes frearam as reaberturas forçadas.

Em Cincinnati, os docentes perderam uma batalha contra a reabertura das escolas depois de que um juiz negou uma demanda do sindicato de professores por motivos de segurança. A cidade não alcançou os níveis de taxa de infecção acordados para reabrir e, mesmo assim, os tribunais o obrigaram a fazê-lo.

Na Virgínia, o superintendente do condado de Fairfax apresentou um plano para que os estudantes comecem a retornar dia 16 de fevereiro, mas o sindicato diz que 8 em cada 10 professores carecem de confiança no plano e menos de 10% se sentem seguros para regressar. Ainda que a Fairfax aponte as vacinas como o caminho a seguir, cancelaram a agenda de imunização dos professores devido à escassez em todo o país. E os professores não estão somente na luta. As famílias de todos o país também organizaram ações de solidariedade com os docentes. Por exemplo, pais e estudantes das escolas públicas de Chicago, assim como das escolas do condado de Orange, CA, organizaram uma paralisação por enfermidade em solidariedade com os professores.

O caminho a seguir

Os docentes, em especial os de Chicago e Filadélfia, mostraram muita disposição de luta, sendo um grande exemplo para toda a classe trabalhadora. Os docentes e outros trabalhadores são essenciais e podemos fazer tremer os políticos capitalistas e seus meios de comunicação. Entretanto, neste momento, cada uma destas lutas está separada e desconectada. E cada cidade está começando a ser pressionada mediante demandas e acordos provisórios.

No lugar de se organizar para reabrir as escolas, os sindicatos nacionais de educação deveriam coordenar todas as lutas docentes em uma luta nacional contra as reaberturas inseguras e por uma política pandêmica adequada para toda a classe trabalhadora que coloque nossas necessidades acima do lucro capitalista.

É essencial que os professores chamem seus sindicatos nacionais e exijam que deixem de pressionar por reaberturas inseguras e que deixem de se aliar com os capitalistas contra a classe trabalhadora. Fundamentalmente, é hora dos trabalhadores fazerem um exame de consciência. A estratégia de doar fundos e tempo aos democratas só deixou os sindicatos atados aos interesses do capital. Joe Biden deixou muito claro que está contra os professores. É hora de que os sindicatos deixem de doar fundos e energia aos capitalistas e seus partidos. Mas fazer essa ruptura requer mais ações dentro dos próprios sindicatos: devem estar dirigidos por trabalhadores de base que se reúnam, debatam e decidam onde se atribuem seus fundos e como lutar por seus interesses.

E os professores, os pais e os membros da comunidade devem ser os que decidam quando e como é seguro reabrir as escolas, em discussão com os cientistas e em base aos dados dos testes. Não deveria depender do presidente Biden ou dos políticos desde a segurança de suas oficinas.

E no que diz respeito à reabertura, não há opção que possa conciliar a segurança dos professores, estudantes e toda a classe trabalhadora com a necessidade capitalista de manter a economia totalmente aberta. Necessitamos pagar os trabalhadores não essenciais para que possam ficar em casa e implementem um programa amplo e vasto de testes de rastreamento. Necessitamos que todos os fabricantes possíveis produzam testes de Covid-19 sejam nacionalizados e produzam o dobro ou o triplo da quantidade de testes que temos agora para que cada comunidade tenha um local de teste ao redor de uma quadra. Também significa que a produção e distribuição da vacina deve se nacionalizar sob controle dos trabalhadores; necessitamos que todas as fábricas que possam produzir uma vacina esteja produzindo, necessitamos que as escolas se convertam em centros de vacinas e um programa de emprego em torno da distribuição de vacinas, testes e rastreamento.

Biden, os democratas e os republicanos têm outro plano: uma reabertura insegura da economia enquanto as pessoas seguem morrendo pela pandemia. Os professores não podem nem devem aceitar isso. É hora de lutar.

 
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