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LATAM
"O sindicato precisa organizar os trabalhadores contra os ataques da Latam", diz comissária
Redação

Sou comissária de voo da Latam. Infelizmente, pelo momento político, não posso me identificar. Porém, acompanho vocês [ o site Esquerda Diário] e vejo que estão do lado dos trabalhadores.

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(Foto: Jorge Araújo/Fotos Públicas)

Gostaria de dizer que estamos sob pressão. A empresa continua, desde março de 2020, a nos atacar com uma proposta de redução de salário. Anteriormente, a proposta da LATAM trazia redução permanente dos salários, e foi rejeitada amplamente pela categoria. Agora tentam nos enganar com uma proposta igualmente predatória nos dizendo que é temporária. Isso depois de terem colocado 2.700 famílias na rua, sem contar as demais demissões nos setores de solo e terceirizados.

Todo voo que eu participo sinto que meus colegas estão clamando por mobilização, mas estamos sem uma direção que nos organize nesse sentido. Uma vez que o sindicato não se dispõe a organizar a categoria para resistir.

Com uma direção sindical anti burocrática e sem desvios, reverteremos esses ataques. Isso teria um peso nacional gigantesco. Vi recentemente que as trabalhadoras terceirizadas da Faculdade de Odontologia da USP fizeram greve contra as demissões, e conseguiram vencer a empresa, isso é um grande exemplo para nós.

No dia 6 de agosto do ano passado, alguns comissários se auto organizaram em Guarulhos e gritaram bravamente por NENHUMA DEMISSÃO. No site e redes do nosso sindicato não há sequer uma menção dessa auto organização. Além de não terem nos organizado, quando lá chegaram, representado por um dos seus, pediram pra parar o ato.

Na minha opinião deveria ser o oposto, agora mais do que nunca, o sindicato usar seu peso na categoria e organizar uma assembleia onde pensemos juntos um plano de mobilização, com atos, manifestações e onde coloquemos nossas demandas salariais. E mais, vejo que podemos cumprir um grande papel social nessa crise, que existe necessidade humanitária de mais vôos para levar insumos contra o COVID para vários lugares, e também para produção da vacina. Essa logística poderia ser feita por nós, recontratando os demitidos.

Eu fico imaginando o Jerome Cadier, que é o CEO, indignado com os comissários em ato como se dissesse: “Eu ordenei que não houvesse “ativismo”. Exijo que retirem aquelas jabuticabas de lá”!

Esse ato que começou no dia 6 de agosto precisa ser retomado, mas parece que não passa pela cabeça da direção uma medida como a greve. Nem se fala nisso. Dizem que estão “exaustos”, que as reuniões foram intensas. Nos dirigem como se fôssemos tolos!

Não há um tom combativo por parte da direção sindical, pelo contrário, fizeram 30 lives nos chamando de “excedentes”, citando filosofia vazia e cheia de desvios, e hoje, na trigésima live foi dito que a proposta apresentada “é uma evolução por ser temporária e que deveríamos levantar uma bandeira branca, parar com a briga e pagar à empresa até 12% do nosso salário para a empresa parar de nos incomodar”. A empresa fala em contratação e diminuição de salário ao mesmo tempo. É um absurdo. Precisamos tirar o véu que embeleza esses discursos.

A intenção sempre foi precarizar e nos fazer pagar pela crise. A intenção é também roubar nosso salário e nos fazer financiar a própria rescisão no futuro próximo.

Precisamos pressionar o sindicato a retomar seu papel de defesa política dos nossos direitos. Dizer NÃO aos ataques da empresa e lutar.

Não podemos aceitar que nos dividam e nos forçe a escolher quem terá menos direito e quem será demitido. Ou seja, entre o ruim e o menos pior. Numa situação de recorde de desemprego, não podemos aceitar mais nenhuma família na rua.

 
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