Além dessa remessa, há previsão de novo recebimento do IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) na quarta (10) na quantia de 5,6 mil litros, suficientes para mais 8,6 milhões de doses e também a negociação para liberação de mais 8 mil litros da matéria-prima.
A meta do Governo do Estado é produzir através do contrato junto ao Ministério da Saúde entre 46 e 54 milhões de doses disponibilizadas para todo Brasil através do Programa Nacional de Imunizações.
A carga chegou ao Brasil pelo Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, e contou com a presença do Governador de SP João Doria (PSDB),do secretário de Saúde do estado, Jean Gorinchteyn, e do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.
Apesar de toda demagogia de Doria em torno da “Guerra das Vacinas”, dizendo ser opositor da política negacionista e genocida de Bolsonaro em relação a pandemia da covid-19, fica escancarada a contradição sendo que SP é um dos Estados onde mais ocorreram casos e mortes, onde temos visto uma nova crescente de contágios, novas variantes do vírus no país e ainda sim um plano de retorno presencial das aulas com ameaça aos professores que protestam e falam até mesmo em greve contra esse retorno.
Dentro da própria USP recentemente as trabalhadoras e trabalhadores da saúde, linha de frente durante a pandemia, do Hospital Universitário paralisaram exigindo que fossem garantidas vacinas para todos do Hospital: Efetivos, terceirizados e residentes. Após dias de luta, com atos na frente do hospital e cobertura da mídia foram capazes de arrancar da superintendência do HU, da reitoria e do Governador as vacinas necessárias para garantir que mais nenhum funcionário morra por adoecer em seu local de trabalho.
Isso leva também a reflexão sobre o plano de imunização em si, completamente irracional e seguindo os interesses dos grandes capitalistas e das indústrias farmacêuticas que especulam e lucram com nossas vidas e mortes, gerando uma desigualdade no abastecimento mundial de vacinas e que não nos apresenta outra opção senão esperar até que possamos ser vacinados. Isso enquanto setores da burguesia, hospitais privados e afins possuem liberação para compra direta do imunizante, ou seja: Quem puder pagar (e pagar caro) receberá a vacina antes daqueles que teoricamente teriam prioridade!
É urgente se apoiar no exemplo de força e luta dos trabalhadores do HU, para que contagie o conjunto dos trabalhadores para que tomem em suas mãos os rumos e os planos da vacinação no país, exigindo a quebra das patentes, a nacionalização das grandes farmacêuticas e a publicação de toda pesquisa referente as vacinas para a população, de modo a garantir que haja vacina para todos e que sua produção e aplicação sejam voltadas para um combate eficaz e eficiente da pandemia, visando salvar vidas e não os lucros dos grandes capitalistas.
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