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Covas reduz quadro de limpeza de 8 para 3 funcionárias em dezenas de escolas, às vésperas da reabertura em SP
Redação

Diante da finalização do contrato da Prefeitura de São Paulo com as empresas Califórnia e Higilimp, Bruno Covas e Fernando Padula reduzem o quadro de limpeza de inúmeras escolas da capital de 8 para 3 funcionárias, nos novos contratos temporários que acabam de assinar. A decisão e profundo ataque A educação pública e as condições de trabalho das terceirizadas que hoje atuam na Prefeitura não são consideradas nesse ataque do governo municipal, além dele se somar ao bojo dos fatores que impedem um retorno presencial às aulas seguro, como vem questionando a categoria frente a imposição da Secretaria Municipal de Educação e o PSDB.

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Mesmo às vésperas da anunciada reabertura das escolas no município de São Paulo que Bruno Covas (PSDB) e seu secretário Fernando Padula querem reduzir o quadro de funcionários da limpeza das escolas , buscando economizar nos novos contratos de limpeza (que seguem ainda imensamente lucrativos para os empresários e cada vez mais precários para as trabalhadoras), diminuindo o número de trabalhadoras à uma equipe ainda menor do que antes da pandemia, com a "novidade" de terem que dar conta dos protocolos de sanitização. Aquilo que já era difícil antes agora é totalmente impraticável. Sem reverter essa situação, como o mínimo, no sentido de dar condições reais de cumprimento de um protocolo racional e praticável para o retorno presencial, e agora num contexto de pandemia, Covas e Padula ainda expandem esse cenário para mais escolas da rede. Exigimos a contratação de mais trabalhadores e efetivação imediata dos trabalhadores terceirizados das escolas.

No final de 2019, Covas reduziu o quadro de limpeza de muitas escolas para menos da metade. Milhares de trabalhadoras de várias empresas terceirizadas da limpeza, em sua maioria mulheres negras, arrimos de família, sofreram com demissão após a finalização dos contratos da Prefeitura com as empresas terceirizadas. Para citar um exemplo da redução, em escolas que contavam com 8 trabalhadoras para dar conta dos dois turnos de limpeza, uma rotina que já era bastante desgastante e difícil, o quadro de trabalhadoras foi reduzida para apenas 3 trabalhadoras! Em escolas com menos salas, recebemos denúncias de quadros com 2 e até 1 trabalhadora para dar conta de toda uma escola, um verdadeiro absurdo!

Mesmo com a pandemia e o anúncio de reabertura das escolas que quer impor aulas presenciais que começarão no próximo dia 15 de fevereiro esse quadro não foi revertido. Agora com o fim dos contratos milionários com as empresas Califórnia e Higilimp, que atendem dezenas de escolas em toda capital, o Prefeito da cidade São Paulo e o Secretário de Educação do município optam pela economia nos novos contratos e pela ampliação dos já precários contratos que calculam a quantidade de funcionárias pela metragem da escola, o que faz com que independente de quantos turnos e estudantes a escola tenha o número de trabalhadoras não ultrapasse 3. Barganham as condições dignas de trabalho dessa categoria já terceirizada e portanto precária, junto a nossa segurança sanitária e a qualidade do ensino na escola pública, por uma medida irracional e que desmascara que longe do que dizem, Covas, João Doria (PSDB) e seus secretários da educação não estão nem de longe preocupados com nossas vidas ou com a educação de nossos filhos, mentem em suas declarações, inclusive sobre seu "compromisso" com a ciência - se não o quadro de limpeza não seria reduzido no momento da volta às aulas e sem qualquer debate com a comunidade escolar.

Recebemos um denuncia de uma professora de uma EMEI na DRE Ipiranga em que ela relata como a insuficiência do número de trabalhadores de limpeza e apoio das escolas é mais um fator que inviabiliza um retorno seguro das aulas presenciais nas escolas nesse momento de agravamento da pandemia:

“Boa tarde, na verdade o meu relato é sobre a Emei -----------, da Dre Ipiranga. Lá tem 9 salas de aula, e pasmem só terá 1 profissional de limpeza por turno de trabalho (manhã, tarde e intermediário). É claro que isso é ordens da Prefeitura, que quer pintar para os pais um cenário surreal, seguro e desinfetado. Só que não existe a possibilidade de manter uma escola de tamanha proporção limpa e desinfetada com apenas 1 funcionário por turno. O protocolo de retorno das aulas prevê uma limpeza e desinfecção impecável, mas para isso precisa -se de funcionários. Um outro ponto a ser citado é que a escola terá agora para este retorno presencial somente 1 ATE para auxiliar no atendimento às crianças, os outros não poderão voltar no presencial, por fazer parte do grupo de risco para covid. Só quem vive o dia-a-dia da escola, sabe da importância do trabalho dos ATEs, sobretudo em um momento de pandemia, como este, em uma escola com mais de 500 alunos, e ainda que volte com 35% da sua demanda, não pode trabalhar com somente 1 ATE e 1 profissional de limpeza por turno. Isso colocará a saúde de muitos em risco e até mesmo culminando no contágio em massa e óbitos. Não sei se isso se enquadra em uma denúncia, mas aqui está um relato de algo irresponsável que está acontecendo.”

E como se não bastasse ser essa a realidade de muitas escolas na rede municipal. E junto ao anúncio do fim dos contratos, é preciso lembrar que é também o PSDB responsável por permitir que essas trabalhadoras tão essenciais para escola, passem agora a engrossar as estatísticas de desemprego no país no meio da pandemia. Expandindo para mais escolas, às vésperas da anunciada reabertura, o quadro de super exploração das trabalhadoras da limpeza. Um absurdo que mostra o quanto Covas não dá à mínima para as vidas de nós trabalhadores, de nossos alunos e seus familiares.

Enquanto isso, na rede estadual, em que Doria e Rossieli já obrigaram os professores a voltar para as escolas e as aulas deverão recomeçar já na próxima segunda-feira, 08/02, já chove notícias de casos de contaminações nas escolas.

E o Esquerda Diário também recebeu denúncias da falta de condições estruturais para um retorno seguro e da impossibilidade de aplicação do próprio protocolo da secretaria de educação. Protocolo que, diga-se de passagem, foi construído à revelia da comunidade escolar e dos trabalhadores da saúde dos bairros, que são realmente aqueles que conhecem a realidade das escolas e que realmente poderiam definir como e quando voltar. Frente à tudo isso, consideramos mais que legítima a greve deflagrada hoje pela categoria de professores estaduais, por condições sanitárias reais para o retorno presencial, o que se torna ainda mais urgente frente ao anúncio de Doria de reinserir a capital de São Paulo e inúmeras cidade do interior na fase amarela, abrindo caminho para que em breve não apenas os inviáveis 35% dos estudantes voltassem à escola presencialmente sem segurança, mas sim 70% em duas semanas, aumentando ainda mais o número de estudantes expostos ao vírus e sua variante.

Nessa mensagem que ilustramos abaixo essa professora de uma escola integral da rede estadual na cidade de São Paulo denuncia a impossibilidade de cumprir os protocolos e a insuficiência de trabalhadoras da limpeza na escola:

Frente a essa realidade das escolas públicas, nós do movimento Nossa Classe Educação e do Esquerda Diário, defendemos a unidade da luta entre os trabalhadores, entre efetivos e terceirizados, como vimos recentemente com as trabalhadoras terceirizadas da faculdade de Odontologia que conseguiram barrar as demissões de diversas trabalhadoras. E exigimos a efetivação de todos os trabalhadores terceirizados das escolas e contratação de mais funcionários para suprir as necessidades de cada unidade de ensino. Mas além disso, não podem ser nem Doria, nem Covas, do alto de seus gabinetes junto com seus secretários de Educação, Rossieli e Fernando de Pádua, que decidam sobre nossas vidas, de nossos alunos e seus familiares. Acreditamos que deve ser a comunidade escolar, junto com os trabalhadores da saúde, quem deve decidir como e quando as aulas presenciais nas escolas devem voltar!

O Esquerda Diário é uma mídia independente feita por e para trabalhadores e estudantes, por isso queremos dar voz aos milhares de professores, estudantes, familiares e trabalhadores da educação que sabem que precisamos desmascarar as cruéis mentiras de Doria e Covas sobre a realidade das nossas escolas.

Envie você também sua denúncia sobre a real condição das escolas. Entre em contato conosco pelo whatsapp (11) 97750-9596 ou pelo e-mail: [email protected]

 
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