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POBREZA
Fim do auxílio emergencial escancara crise econômica com 2 milhões de novos pobres
Redação

Com o fim do auxílio emergencial, os índices de pobreza do país não retornaram apenas ao que era antes, mas se aprofundaram, com um crescimento de 2 milhões de pessoas na taxa da pobreza.

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O auxílio emergencial gerou uma situação de diminuição da pobreza, gerando um impacto econômico maior principalmente em regiões com altos índices de desemprego, o que é o caso de alguns estados do norte e do nordeste principalmente. A taxa de pobreza, registrada em 12% antes da pandemia, chegou a 8% durante o pagamento do auxílio, sendo que a extrema pobreza caiu de 3% para 1%.

Mas as condições econômicas impostas pela crise e agudizadas pela pandemia impediram a continuidade da política assistencialista que em certa medida segurou por um tempo os índices de aprovação do governo Bolsonaro.

Mas não se trata diretamente das condições econômicas do momento, mas sim das prioridades elencadas pelo governo e a serviço de quais parcelas da população que ele está. Além dos recentes escândalos envolvendo empresas fantasmas e gastos milionários em supermercado, agora surgiu um dado que aponta para compras destinadas para churrascos das forças armadas que contam com 714 mil kg de picanha.

Enquanto surgem escândalos como esse, o governo alega necessidade de responsabilidade fiscal e segue comprometido integralmente com o pagamento da dívida pública, que vem aumentando nos últimos anos.

Ao mesmo tempo, o governo estuda como seria possível retornar a uma política assistencialista como essa sem abrir mão do seu comprometimento com seus próprios privilégios e os interesses da burguesia, já que de fato o impacto dos índices de pobreza afetam a taxa de aprovação do governo. Além disso, o impacto do auxílio na pobreza é imediato. Com a redução para 300 reais já foi possível notar um aumento dos níveis de pobreza, chegando em dezembro aos números anteriores à pandemia

Guedes estuda agora como retomar o pagamento do auxílio à metade dos beneficiários de antes, para isso algumas PECs estão “engatilhadas” para serem aprovadas em 2022, entre elas está a possibilidade de reduzir a jornada e o salário de servidores públicos, indo no sentido de atacar a categoria como já havia expressado interesse com a proposta da Reforma Administrativa.

O interesse no retorno do auxílio só existe para que o governo contenha a desidratação da aprovação de Bolsonaro pela população, almejando uma reeleição dele se possível. Porém as previsões que são apontadas pelos economistas não colocam um cenário muito otimista no horizonte, isso porque para impedir um novo crescimento da dívida em relação ao PIB seria necessário ainda um ajuste de R$84 bilhões até 2023.

Para o cálculo do não crescimento da dívida ainda está colocada a necessidade de respeito ao teto de gastos, isso significa que as despesas do governo devem sempre vir seguidas de ajustes para proporcionar o equilíbrio necessário. Ou seja, vai ser necessário seguir atacando as massas trabalhadoras através de reformas, PECs e outras medidas de redução dos nossos direitos.

Além disso, todo o cálculo se dá em base a um crescimento do PIB que tem grandes possibilidades de acontecer, mas também em meio a ataques como retorno dos gastos em saúde aos marcos do que era antes da pandemia, proporcionando colapsos e crises em sistemas de saúde em todo o país.

Em resumo, o governo Bolsonaro não se preocupa em nada com a agudização da taxa de pobreza, mas sim com a possibilidade de segurar sua base até 2022 além de seguir se mostrando viável para os interesses da burguesia e deixar a população sofrer ainda as consequências da pandemia.

Enquanto os ataques já ocorrem em diversas categorias de trabalhadores como no caso da Ford, as centrais sindicais como CUT e CTB seguem na sua paralisia enquanto os partidos que as dirigem se colam cada vez mais à direita através de saídas institucionais como o impeachment. É preciso um plano emergencial de combate a pandemia atrelado a uma forte luta nas ruas exigindo Fora Bolsonaro e Mourão, colocando a necessidade de uma Assembleia Constituinte que seja livre e soberana para que sejamos os trabalhadores a decidir os rumos do país.

 
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