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O desemprego tem rosto de mulher: elas são 99,5% dos mais de 5 mil desempregados em PE
Redação

Dos 5.163 empregos formais fechados em Pernambuco no ano passado, 5.137 foram de mulheres e apenas 26 de homens. Outros estados do país apresentam a mesma tendência, como Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo.

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Foto: Valdecir Galor/SMCS

A desigualdade de gênero no mercado de trabalho é uma marca de como o sistema capitalista se utiliza das opressões sociais para aumentar a lucratividade pela exploração do trabalho. Mulheres e não brancos são os primeiros a serem demitidos, e os últimos a serem recontratados ou a ocuparem postos de maior valorização salarial, ainda que tenham a mesma formação educacional e capacidade técnica que os homens e os brancos.

A pandemia de coronavírus aprofundou ainda mais essa realidade, pois as mulheres estão empregadas principalmente em setores de serviços (educação, cultura, turismo, comércio), que foram os mais afetados pela pandemia e ainda não conseguiram uma retomada econômica consistente. O trabalho doméstico, de maioria feminina e negra, sofreu com o desemprego devido à diminuição de renda das famílias de classe média.

A educação é outro grande exemplo de desemprego feminino. Na educação básica, 86% dos professores são mulheres, assim como também são maioria nas creches. Com a necessidade de isolamento social, muitas professoras e cuidadoras perderam seus empregos.

Segundo dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) para 2020 divulgados no fim de semana passado, em Pernambuco, dos 5.163 empregos de carteira assinada perdidos em 2020, 5.137 (99,5%) foram de mulheres, e 26 (0,5%) de homens.

Outras regiões do país mostram essa mesma tendência: na Bahia, 3.476 postos formais de trabalho foram abertos aos homens, enquanto 8.783 foram fechados às mulheres. Em Minas Gerais, houve um saldo positivo de 40.114 vagas de trabalho masculinas, enquanto as mulheres perderam 7.397 vagas. No Espírito Santo, foram 8.861 vagas positivas para os homens, contra 2.049 negativas para as mulheres.

No entanto, isso não quer dizer que os homens não foram afetados pelo desemprego aprofundado na crise sanitária e no governo Bolsonaro e Mourão. No Rio de Janeiro, por exemplo, os números são assustadores para homens e mulheres: 69.129 postos de trabalho fechados a eles e 58.026 a elas.

No país, o saldo de empregos com carteira assinada (diferença entre as admissões e as demissões) foi positivo em 230.294 vagas para os homens, enquanto as mulheres perderam 87.604 postos de trabalho. Assim, o Brasil teve uma criação de 142.690 empregos, embora com essa profunda marca de desigualdade de gênero e com o pior resultado desde 2015-2016.

Bolsonaro e Mourão, assim como os setores golpistas que pavimentaram o caminho para seu governo, sempre foram inimigos declarados das mulheres, destilando machismo e preconceito e impedindo direitos como o do aborto legal, seguro e gratuito. É preciso, como parte da luta pela igualdade salarial entre mulheres e homens, negros e brancos, e por emprego para todos, se enfrentar com o sistema capitalista que anda de mãos dadas com as opressões sociais.

Saiba mais: Com governo Bolsonaro, Brasil atinge taxa de desemprego recorde de 14,6%, de acordo com IBGE

 
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