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CRISE CAPITALISTA
Para Bolsonaro o que quebra o Brasil é o auxílio emergencial, o que dizer da dívida pública?
Diego Nunes

Bolsonaro declarou ontem (28) que a continuidade do auxílio emergencial quebraria o Brasil. Foram 292,94 bilhões de reais investidos para amparar mais de 70 milhões de brasileiros durante a pandemia. Para os banqueiros e grandes credores da dívida pública o governo gastou 4,7 vezes mais.

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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Os gastos com juros e amortizações da dívida pública aumentaram 33% de 2019 para 2020. Foram 1,381 trilhão de reais em 2020, em torno de 455 bilhões a mais do que em 2019. Omitindo esses dados, para Bolsonaro o que pode quebrar o Brasil é a continuidade do auxílio emergencial.

É preciso lembrar que a pandemia ainda não acabou, ao contrário, o número de mortes voltou a aumentar e centenas de milhares de pessoas ainda se espremem (literalmente como nos ônibus no RJ) entre o medo de pegar a doença e o medo de morrer de fome.

O mecanismo de juros e amortizações da dívida pública é o principal fluxo de dinheiro público para as mãos de grandes capitalistas nacionais e estrangeiros. Mas existem outros mecanismos, como as isenções de impostos para grandes empresas que vem explorar a mão de obra no Brasil como a Ford, que sem nenhuma obrigação fecham as portas quando bem entendem e demitem em massa. Além das isenções existe a sonegação bilionária de impostos que de janeiro até novembro de 2020 passou de 562 bilhões de reais de acordo com o Sindicato dos Procuradores da Fazenda Nacional.

Pode interessar:“Basta das centrais sindicais fazerem atos de fachada. Por uma luta nacional contra as demissões”, diz Marcello Pablito.

São os interesses dos grandes capitalistas que estão por trás do discurso do presidente, mas também de todo o regime golpista, com Congresso, Judiciário e outros partidos políticos.

Por uma política dos trabalhadores, independente dos partidos da burguesia, é preciso impor, por meio de uma ampla auto organização e mobilização em cada local de trabalho e moradia, saindo às ruas, que sejam os capitalistas que paguem pela crise. Sem nenhuma ilusão com setores golpistas do regime, como governadores, o STF, o Congresso ou os militares, não basta pedir o impeachment de Bolsonaro como fazem os grandes setores da esquerda nacional (PT e PCdoB) por meio de uma enorme frente ampla.

É preciso mudar as regras do jogo e não apenas os jogadores. As grandes centrais sindicais como CUT (PT) e CTB (PCdoB) precisam superar sua paralisia dirigida pelas burocracias dos seu respectivos partidos, que apostam apenas nas eleições de 2022. Uma ampla mobilização dos trabalhadores a nível nacional poderia impor, por meio da luta de classes, um Assembleia Constituinte Livre e Soberana para discutir democraticamente e amplamente as grandes questões do país, como o não pagamento da fraudulenta dívida pública que em verdade é o que realmente quebra o país.

Pode interessar: Entenda por que não pagar a dívida pública em 8 pontos.

 
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