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Fim do processo de greve na ARTEB em São Bernardo do Campo escancara o papel do sindicato
Redação
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Imagem: Edu Guimarães

Na tarde desta quinta-feira (28), em assembleia junto aos trabalhadores da planta da ARTEB em São Bernardo do Campo, encerrou-se o processo de greve que era mantido em rechaço às demissões impostas pela patronal. Em plena pandemia, onde a carestia de vida só aumenta, os patrões seguem demitindo sem se importar como esses trabalhadores e suas famílias irão lidar com as dificuldades impostas pela realidade de precarização das relações de trabalho, crise sanitária e econômica.

A patronal conseguiu manter as duzentas demissões com o apoio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (CNM/CUT), que discursou sozinho na assembleia de hoje através de seu secretário geral, Moisés Selerges, mantendo a linha de que não há o que se fazer diante da crise. É impressionante o nível de adaptação da burocracia sindical às demandas dos patrões, se colocam como mantenedores de uma política nefasta que desmoraliza a classe trabalhadora e naturaliza o aprofundamento das demissões e retirada de direitos conquistados legitimamente.

O representante do sindicato que comunicou a decisão aos trabalhadores, colocou como conquista a garantia de convênio médico para os demitidos até setembro e a estabilidade dos postos de trabalho aos que se mantiveram empregados, também até setembro desse ano. Aos trabalhadores demitidos, as verbas frutos da rescisão do contrato de trabalho serão pagas em 7 ou até 18 parcelas. Chegou a colocar de forma bem inconclusiva que a empresa poderá recontratar trabalhadores, pois a ARTEB mantém contrato com a Volkswagen e a Fiat, mas somente aqueles que se mostrarem merecedores de tal ação, ou seja, caso se coloquem em alguma ação (judicial ou não) contra a empresa essa recontratação será automaticamente descartada.

Em pleno agravamento da pandemia que coloca na ordem do dia a necessidade de produzir mais insumos hospitalares, tubos de oxigênio, respiradores e outros equipamentos necessários para os tratamentos de saúde, porque não se coloca também na ordem do dia que os trabalhadores se mantenham em seus postos de trabalho para que, com uma reconversão da produção, pudessem por exemplo, produzir o que for necessário para que o SUS possa garantir um combate efetivo à pandemia?

As direções burocráticas das centrais sindicais, em primeiro lugar da CUT (dirigida pelo PT) e da CTB (dirigida pelo PCdoB), seguem perfilando-se cadavéricas diante da catástrofe. Só a auto-organização dos trabalhadores pode colocar de pé um plano de lutas nacional para enfrentar as demissões decorrente do fechamento de várias empresas pelo Brasil inteiro, e pode fortalecer de conjunto os trabalhadores para erguer uma frente única, sem alianças com a direita e os patrões, para derrotar os ataques brutais como esse da Arteb, assim como para colocar a força da classe trabalhadora em movimento e derrotar as reformas de Bolsonaro e dos golpistas. Não podemos esperar uma luta consequente por parte das grandes centrais sindicais, em mais esse episódio é possível perceber o papel que elas cumprem em permitir com tapete vermelho os ataques dos patrões e do governo, diretamente ligados à garantia do lucro por cima de nossas vidas.

 
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