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EDUCAÇÃO
Secretário da Educação de Doria ameaça professor que questionou reabertura de escolas
Redação

No primeiro dia de planejamento da rede pública estadual de São Paulo, Rossieli, Secretário da Educação de Doria, ameaça professor quando questionado sobre as condições de retorno às aulas presenciais.

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Foto: José Cruz/Arquivo/Agência Brasil

Nesta segunda-feira, 26, os professores da rede pública estadual de São Paulo retornaram ao trabalho, depois do final de ano letivo de 2020, com uma semana de planejamento pedagógico e também para terem contato com o plano de retorno às aulas presenciais que está sendo imposto pelo Estado. Ao invés de abrir para a comunidade escolar junto às entidades de saúde, que estão diariamente nas escolas e atendendo demandas dos estudantes, para pensar o retorno, o Estado organizou um plano, que impõe aulas presenciais, de forma a atender aos seus interesses e aos interesses dos empresários da educação, e não respeitando a saúde e a vida dos professores, estudantes, trabalhadores da educação e todas as pessoas que a partir daí estarão indiretamente expostas ao risco de se contaminar pela COVID-19.

Veja também: Secretário Estadual da Educação de SP decreta retorno obrigatório às aulas em fevereiro

Durante o primeiro dia de planejamento, que está acontecendo de forma virtual, o Secretário da Educação do governador João Doria (PSDB), fez um discurso defendendo a necessidade de as aulas retomarem, independente da fase em que a cidade/estado se encontrar, alegando que a contaminação pelo vírus não acontece nas escolas ou trabalho, e sim em casa.

Doria e Rossieli tentam se mostrar como bons representantes da população, se diferenciando do negacionismo de Bolsonaro, no entanto é em momentos como esse que escancaram sua política criminosa ao colocar toda a comunidade escolar em risco com o retorno sem condições básicas de segurança.

Veja também: Começou hoje o planejamento da rede estadual de Educação de São Paulo e os professores exigem condições para o retorno

Rossieli disse aos professores, que as escolas foram equipadas e adaptadas, para que todos os protocolos de segurança possam ser seguidos, ele só esqueceu que todos os que estavam ouvindo tem conhecimento da precária realidade escolar, que compromete o funcionamento da mesma inclusive anteriormente à pandemia: falta de água, sabonete, papel higiênico, infraestrutura insuficiente de internet e equipamentos de computador, por vezes ausência de energia elétrica são situações bastante recorrentes no dia-a-dia escolar. Diante de tudo isso, porque a comunidade escolar deve acreditar que a escola funcionará de forma segura em meio a uma pandemia que já matou mais de 215 mil pessoas no país?

Enquanto o pronunciamento do secretário era transmitido, diversos comentários e manifestações eram enviadas no chat do aplicativo por professores que apresentavam revolta com a situação atual e muito desacordo com o retorno presencial. Comentários exigindo vacinação para toda a população, questionando a estrutura da escola e dizendo que da forma como o retorno está sendo colocado, muitos professores, estudantes e funcionários irão se contaminar e até morrer.

Um professor se posicionou com uma mensagem dizendo que Rossieli não devia pisar no chão da escola pública há muito tempo para se esquecer das condições estruturais e dizer demagogicamente que todos os protocolos serão cumpridos, sendo que as escolas não têm sequer profissionais em número suficiente, quem dirá EPI´s em quantidade e qualidade para os trabalhadores e estudantes. O secretário respondeu a esta manifestação com uma ameaça velada de perseguição ao professor, dizendo com tom de afronta que iria até a escola desse professor. Logo em seguida tentou disfarçar a ameaça, reivindicando que é importante que cada professor volte para a escola, para assim verificar as mudanças que foram feitas e reclamar caso ainda tenham coisas a melhorar. Ele diz isso como se historicamente a categoria docente não travasse diversas lutas por melhorias nas condições de trabalho, das escolas e da educação; lutas essas que sempre foram reprimidas e as reivindicações ignoradas.

Desde o início da pandemia a batalha dos professores tem sido para que quem decida como e quando as aulas presenciais devem retornar seja a comunidade escolar em conjunto com os trabalhadores da saúde, e agora que o Brasil atravessa mais um grande pico da pandemia, com milhares de mortes, sistema de saúde colapsando e sem poder vislumbrar imunização para toda a população, os governos federal e estaduais impõe plano de retorno irresponsável, que ainda vai comprometer muitas vidas. Não podemos aceitar. É fundamental que o governo garanta a vacinação de toda a população e a realização de todos os protocolos de segurança para que, dessa forma, o retorno aconteça com segurança à comunidade escolar e à população de conjunto.

Veja também: Contra Bolsonaro e Doria, batalhemos pela disponibilização universal da vacina

 
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