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BRUMADINHO
2 anos após pior crime ambiental do Brasil, ações da Vale quase dobram e atingem recorde
Redação

Dois anos após o crime de Brumadinho (MG), onde 270 vidas foram soterradas, as ações da Vale quase dobraram, mas poderiam ter subido mais.

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O ocorrido em Brumadinho é o pior crime ambiental de que se tem notícia no Brasil e o segundo na conta da Vale em pouco mais de 3 anos. Mas, não podemos nos esquecer também do rompimento da barragem em Mariana (MG), em 2015, onde a Samarco retomou suas atividades no município após 5 anos sem justiça para o povo.

O rompimento das barragens obrigou a mineradora a se mexer e resultou em uma série de iniciativas no sentido de indenizar vítimas, revisar a segurança de suas unidades e reformular sua governança de maneira geral, porém, tudo em prol do lucro, escondendo os processos judiciais bilionários e visando não ter uma quebra de contratos com seus investidores. Um exemplo disso é hoje ter 446 famílias fora de suas casas desde o crime de Brumadinho, enquanto 432 perderam suas habitações em Mariana e Barra Longa, atingidas pelo rompimento da Barragem do Fundão três anos antes de Brumadinho.

Enquanto a Vale se esforça para convencer o mercado de que está se tornando uma empresa melhor, o preço do minério de ferro subiu mais de 80% em 2020 e bateu as maiores cotações desde o “boom” de 2012. Como resultado, as ações da Vale dispararam e chegaram a bater recordes. Os papéis avançaram 70% em 2020 e nesses primeiros 25 dias de 2021, já subiram mais 7%, chegando a bater $100 reais pela primeira vez na história.

“O preço do minério de ferro explodiu e a Vale se beneficiou muito, mas, ainda assim, está barata para a geração impressionante de caixa que tem e quando comparada a outras mineradoras”, disse Márcio Correia, gestor de ações da JGP.

Analistas calculam que o valor de mercado da Vale representa hoje pouco mais de três vezes o que ela gera de caixa (medido pelo Ebitda, uma medida de lucro), sendo esse valor 35% abaixo do que o de suas principais concorrentes globais.

Ações judiciais que continuam em andamento com vítimas e o governo de Minas Gerais, onde Zema buscou montar acordo para livrar a Vale das indenizações de 24 bilhões pelo crime de Brumadinho, podem resultar em indenizações ainda desconhecidas e maiores do que os valores já calculados.

O capitalismo e o seu modo de operação passam por cima da vida das pessoas em nome do lucro dos capitalistas, com o aval do congresso e do judiciário, que agem em diferenças instâncias, pactuadas, para defender os interesses dos empresários. Nossa confiança precisa estar na luta da classe trabalhadora e da população oprimida. É tarefa da esquerda e dos movimentos sociais fomentar a organização e luta, nos locais de trabalho e nas ruas, para garantir cada demanda que se faz urgente hoje, desde as medidas sanitárias para enfrentar a pandemia até as medidas estruturais para enfrentar as empresas assassinas.

Leia mais: 2 anos do crime da Vale em Brumadinho: lucros e impunidade garantidos pelo regime golpista

 
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