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COVID-19
Região Norte do país teve 79% de mortalidade por covid em UTI em 2020, segundo estudo
Redação

Estudo recém publicado na revista científica The Lancet Respiratory Medicine identificou que as disparidades regionais de leitos e de recursos agravam o cenário de mortalidade de pacientes internados com Covid-19 no Brasil.

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Foto: Manaus - Bruno Kelly/Reuters

Destaca-se aqui especialmente os dados sobre a região Norte do país, região mais afetada atualmente pelo descaso dos governos e irracionalidade capitalista, a partir de estudo publicados na Folha. Foram analisados 254.288 mil pacientes, com idade média de 60 anos, internados nos sistemas públicos e privados nos primeiros seis meses da pandemia (entre fevereiro e agosto).

Os dados são diversos e revoltantes, começando pelo apontamento do estudo de que, no Norte, o índice de mortes por Covid-19 dentro dos hospitais foi de 50%, num período em que ainda não fazia parte do cenário no Amazonas (que hoje chega ao Pará) mortes por asfixia, pela falta de cilindros de oxigênio.

Em comparação com outras regiões em relação a intubação fora da UTI, o índice na região foi de 17% de pacientes, enquanto que no Sul foi de 8%. Segundo Otavio Ranzani, pesquisador da USP e um dos autores do estudo, apesar de o Norte e o Nordeste terem populações mais jovens, houveram mais pacientes que necessitaram de internação em UTI e ventilação invasiva.

A porcentagem geral de mortalidade de pacientes internados na UTI em todo o país foi de 55% e, somente no Norte, foi de 79%.

É o descaso dos governos e a irracionalidade capitalista que produziu essa situação entre fevereiro e agosto de 2020 e que hoje permite que dezenas morram por falta de ar nos hospitais amazonenses e agora paraenses.

Veja aqui: Falta de oxigênio em Manaus é fruto da irracionalidade capitalista.

Não houve contratação emergencial de todos os profissionais de saúde disponíveis para o combate à pandemia e especialmente de disponibilidade de formação para esses profissionais, como se prova pelo estudo da Amib (Associação de Medicina Intensiva Brasileira), com 999 intensivistas de todo o país, que mostra que a maior escassez de profissionais também foi observada no Norte e no Nordeste. "A saída para a escassez foi a contratação de profissionais não intensivistas ou profissionais que passaram a cuidar de mais de dez pacientes durante o plantão, sendo que dez é o máximo recomendado", disse Suzana Lobo, presidente da Amib, na Folha.

Ao menos 24 pessoas já morreram sem oxigênio no Amazonas e no Pará. O colapso na saúde no Amazonas segue, atinge o Pará e novas pessoas morrem por asfixia nas cidades do interior desses estados. Dados extraoficiais de prefeituras e médicos indicam que 35 pessoas já morreram pela falta de oxigênio. Essa absurda realidade é fruto do descaso dos governos e da irracionalidade capitalista.

Toda essa situação escancara a extrema negligência com que a vida da população está sendo relegada.

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), Bolsonaro e o general Pazuello, ministro da Saúde, são responsáveis. Assim como o conjunto do regime político do golpe institucional, que contribuíram para a tragédia anunciada da pandemia, seus governadores, ministros do STF, parlamentares, que aprovaram cada corte na saúde e ataque à classe trabalhadora, e trabalham para manter intocados os lucros dos empresários nessa situação, que significam as mortes por Covid-19, mas também o apagão no Amapá.

É preciso que se levante um plano emergencial para que todo os cilindros de oxigênio no país sejam confiscados e enviados aos hospitais. E ainda, toda a indústria que tenha estrutura para uma reconversão, opere sob controle dos trabalhadores para a produção imediata de oxigênio. É inaceitável que pessoas paguem com suas vidas, com a falta de ar, pelo lucro dos capitalistas.

 
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