No plano de vacinação de São Paulo, anunciado pelo governo paulista em dezembro, constavam como grupos prioritários nesta primeira fase da vacinação profissionais de saúde, indígenas e os remanescentes de quilombolas. Entretanto, o governo de Doria retirou os quilombolas sem nenhum aviso às comunidades.
Agora as mais de 50 comunidades reconhecidas como remanescentes de quilombos no estado de São Paulo não têm mais data para o início da vacinação contra Covid-19.
Os quilombolas são tradicionalmente considerados como grupos prioritários nas campanhas de vacinação, em razão dos piores índices de saúde e das dificuldades de acesso ao sistema público por essas comunidades.
Vemos uma mostra da demagogia de Doria, que busca capitalizar a todo custo com
o início da imunização por São Paulo, como foi o evento para vacinação da primeira pessoa no país, inclusive com a escolha de uma enfermeira negra, mas que demonstra seu verdadeiro desprezo pelas vidas, principalmente dos negros, ao negar a vacina a esse grupo. Com as vacinas ainda contadas, Doria não iria priorizar uma população carente com baixa representatividade na sua campanha de vacinação voltada prioritariamente ao marketing.
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Atualização
Doria em declaração nas redes sociais responsabilizou o Ministério da Saúde pela retirada dos quilombolas do plano de vacinação, e afirmou que os quilombolas estarão no grupo prioritário. A Secretaria de Saúde disse que vale o comunicado do governador, mas não informou maiores detalhes do plano.
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