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PRESIDÊNCIA DO SENADO
PT irá apoiar candidato de Bolsonaro para a presidência do Senado
Simón J. Neves

Depois de anunciar que vai apoiar o candidato de Rodrigo Maia, Baleia Rossi (MDB), na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados contra Arthur Lira (PP), candidato favorito do Presidente, o PT irá votar em Rodrigo Pacheco (DEM) no Senado.

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Foto: Leopoldo Silva/Agência Se

A eleição deverá se dar entre Pacheco e Simone Tebet (MDB), partido com a maior bancada da Casa. Pacheco angariou o apoio do PP, PT, Republicanos, PSD, Pros, PL, PSC, além de seu partido, o DEM. Nesse bolo estão também o presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o senador Flávio Bolsonaro. Tebet recebeu apoio do MDB, Podemos, PSDB e Cidadania. O PSDB, no entanto, liberou sua bancada para votar como preferirem.

Estas alianças no Senado são uma demonstração do entrelaçamento entre Bolsonaro e o Centrão. Na Câmara dos Deputados, Arthur Lira não só faz parte de um partido tradicionalmente do Centrão, como busca o apoio de outros deputados de setor para sua eleição, inclusive com a liberação de emendas parlamentares, caso necessário, para quebrar a base de apoio de Rodrigo Maia, representante máximo do Centrão nos últimos anos.

No Senado, Pacheco foi apoiador da eleição de Davi Alcolumbre (DEM), em 2019, e apoiava sua reeleição neste ano. Com o impedimento dessa possibilidade pelo STF, é agora Alcolumbre quem o apoia. Quando deputado federal, em 2017, na época pelo MDB, Pacheco era o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) quando foram apresentadas as denúncias contra Michel Temer, que a Câmara terminaria por recusar, à qual se absteve. Também votou pela Reforma Trabalhista, pela PEC do Teto dos Gastos e foi a favor do golpe de 2016. Como advogado, Rodrigo Pacheco atuou em processos como o do Mensalão.

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O PT anunciou publicamente seu apoio através de uma nota assinada pelo líder e pelo vice-líder da Bancada, no dia 11 de janeiro. O senador petista Humberto Costa afirmou que, na reunião onde se definiu o apoio a Pacheco, chegou a ser discutido o apoio a um nome do MDB, que naquele momento ainda não havia definido candidato. Porém, nas palavras do mesmo senador “O problema é que não temos como apoiar qualquer candidato do MDB. Como o MDB não tem ainda a sua definição, isso dificulta.”

Essa declaração demonstra como não houve sequer a discussão sobre a possibilidade de se propor um enfrentamento ao regime golpista, que é representado por Bolsonaro mas também por aqueles que, em nome das “instituições”, encenam uma oposição a ele, como Rodrigo Maia. Nas discussões petistas, não existia a opção de levar a frente uma luta através da CUT, maior central sindical da América Latina e que é dirigida pelo partido, para buscar garantir a vacinação universal, ou para reverter as demissões na Ford.

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Bastou lançar uma nota e elencar 8 pontos de programa que foram entregues para Pacheco. Na nota, é ressaltada a importância de defender a democracia e o papel que o Senado pode cumprir nisso. Além disso, reivindica a continuação do Auxílio Emergencial, o combate à fome, a defesa do SUS e da vacina e o combate ao racismo, machismo e LGBTfobia. Chega a ser risível apresentar estas propostas em um documento endereçado ao candidato apoiado pelo Republicanos, partido de Crivella e Flávio Bolsonaro, e o PSC, partido do governador amazonense Wilson Lima. Tal qual Maia fez com os diversos pedidos de impeachment apresentados pela esquerda e a oposição ao longo de 2020, Pacheco ficará feliz em receber este peso de papel.

A posição petista obrigou Jair Bolsonaro a se justificar para seus apoiadores. “O PT resolveu apoiar quem (eu) tenho simpatia no Senado. Eu nunca conversei com deputado do PT, PC do B e PSOL, nem eles procuraram falar comigo. Eu já sei qual a proposta deles”, declarou o presidente. Bolsonaro já negociava com Alcolumbre em torno de um nome comum desde dezembro.

Em um momento em que a segunda onda da pandemia no Brasil produz situações como as de Manaus, que se passa por uma crise econômica com o anúncio de demissões massivas na Ford e no Banco do Brasil, e onde somente a luta da classe trabalhadora, através de uma frente única, pode significar um caminho para avançar, a política das centrais sindicais continua sendo a de paralisia. O PT mantém sua estratégia de buscar se cacifar para 2022, mesmo que neste ínterim tenha que fazer uma aliança pontual, como eles mesmo descrevem, com setores bolsonaristas.

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