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ENEM 2020
51,5% de abstenções e estudantes impedidos de entrar marcam ENEM pandêmico de Bolsonaro
Redação

Ontem (17) ocorreu a primeira etapa do ENEM 2020, mesmo em meio ao aumento de casos de coronavírus no país e apesar da forte mobilização de estudantes pelo #AdiaENEM. A realização da prova foi marcada por recorde histórico de abstenções e estudantes impedidos de fazer a prova.

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Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O índice de abstenção neste primeiro dia de ENEM ficou em 51,5%, a maior em toda a história do ENEM. Em termos de comparação, no ano anterior, em 2019, a abstenção no primeiro dia ficou em 23%. Sendo que o recorde de abstenção, até então, havia sido registrado em 2009, com 37,7%.

Além disso, houveram relatos de estudantes que foram impedidos de fazer o ENEM por conta da lotação das salas, que estavam com a ocupação já reduzida por conta da COVID. Os casos foram registrados em diversos estados pelo país, entre eles São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O Inep declarou que estes estudantes poderão realizar a prova em 23 e 24 de fevereiro.

Esses casos demonstram tremenda falta de organização e irresponsabilidade do MEC e do Inep que, ao mesmo tempo que garantiram a exclusão de mais de 50% dos inscritos no ENEM, impediram a participação de outros estudantes que estiveram presencialmente no local da prova. Essas são as consequências da política levada a frente pelo governo negacionista de Bolsonaro e Mourão que, junto do apoio do Congresso e do STF, mantiveram a data do ENEM 2020 para janeiro, mesmo em meio ao agravamento da pandemia no país, garantindo a elitização do ensino superior enquanto precarizam e atacam o ensino público.

Mesmo diante desse cenário caótico, o Ministro da Educação Milton Ribeiro disse que a realização do ENEM foi “algo vitorioso”. Acompanhado do presidente do Inep, Alexandre Lopes, que declarou que a aplicação foi “tranquila do ponto de vista sanitário”. Quando, na verdade, as imagens divulgadas nas redes sociais foram de enormes aglomerações em frente aos locais de prova.

O ENEM, assim como os demais vestibulares, são historicamente filtros sociais e raciais que impedem anualmente milhares de jovens de cursar o ensino superior, garantindo a elitização das universidades. Com a pandemia, essa característica excludente das provas vestibulares se agrava. Além do medo da contaminação, que diga-se de passagem afeta não só os estudantes que se ausentaram como também os que estavam presentes, o ensino a distância aprofundou ainda mais a desigualdade entre as escolas públicas e privadas. O EAD fez com que milhares de estudantes da escola pública, em sua grande maioria os filhos da classe trabalhadora, não tivessem nem mesmo acesso às aulas, o que dirá garantir um estudo de qualidade para realização do ENEM.

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O governo de Bolsonaro e Mourão, assim como o Congresso e o STF, junto do Inep, são responsáveis por essa situação e pela aplicação do ENEM 2020, que marca historicamente o aprofundamento da exclusão social no ensino superior. Contra essa desigualdade, é preciso lutar pela real democratização do ensino superior, o que passa por defender o fim do vestibular e a estatização sem indenização das universidades privadas, garantindo que toda pessoa que deseja possa cursar o ensino superior, sem precisar passar por uma prova que irá filtrar quem teve melhor acesso à educação ou então sem precisar se endividar em instituições privadas.

 
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