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PANDEMIA
Covid-19: Porque voltamos a ter mil mortes por dia?
Redação

Neste domingo, 10, segundo consórcio de imprensa, a média móvel de mortes por COVID cresceu 55% em relação a média de 14 dias atrás. Tentam culpar a população, dizendo ser decorrência das festas e férias do final do ano, mas os números mostram que o país voltou ao número de mortes da primeira onda que atingiu o país, quando desde lá, as vidas perdidas já eram em decorrência da ganância de lucros e interesses políticos. Capitalistas, Bolsonaro e governadores como Doria são culpados.

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Foto: Chico Batata / Getty Images

Segundo consórcio de imprensa, a média móvel de mortes tem aumentado e as perspectivas apontam possível crescimento depois do período de férias. Mas a culpa não pode ser individualizada, mas sim vista como resultado da ganância por lucros e atuação dos governos e capitalistas para despejarem a crise nas costas dos trabalhadores.

Neste domingo, quando menos testes são analisados, foram registradas novas 403 vidas ceifadas pelo descaso dos governos e mais de 29 mil casos novos de infecção. Os dados publicados mostram que a média móvel - calculada a partir dos resultados dos últimos 7 dias - atingiu 998 mortes diárias. Esta média representa um aumento de 55% em relação a média de 14 dias atrás. O país já chega a mais de 203 mil mortes e mais de 8 milhões de infectados desde o começo da pandemia.

A quem diga que o número de mortes é baixo perto da quantidade de infectados, mas não se pode esquecer que foram mais de 203 mil pessoas que perderam suas vidas, fora aqueles que nem se quer foram testados. São pessoas - mães, pais, avós, familiares, amigos, filhos. Essas mortes só são vistas como números por aqueles que não se importam com as vidas que foram perdidas.

Jair Bolsonaro (sem partido), quando o país atingiu a marca de 200 mil mortes, declarou em uma live: "A gente lamenta hoje, que estamos batendo 200 mil mortes. [...] A gente lamenta profundamente. Eu estou preocupado com a minha mãe, que tem 93 anos. [...] Não adianta continuar, como alguns querem, aquela velha história de ’fique em casa que a economia a gente vê depois’. Isso não vai dar certo. Pode nos levar a condições mais dramáticas que as consequências do vírus. A gente lamenta, mas a vida continua".

Para o presidente, que tem atendimento médico - para ele e sua família - de alta qualidade, nos melhores hospitais privados e ricos do país, a "vida" precisa continuar, pois os lucros estão acima da vida da classe trabalhadora que depende do atendimento público de saúde que o governo de Bolsonaro, junto com governadores como Doria (PSDB - São Paulo) e Wilson Lima (PSC - Amazonas), atacam e precarizam enquanto a quantidade de mortes só aumentam.

Veja também: Na disputa de Bolsonaro e Doria os trabalhadores que sofrem com a pandemia.

Desde o início desta pandemia, governos junto com militares e poderes legislativo e judiciário se negaram a promoção de um efetivo programa de combate à essa profunda crise. Deixaram vidas serem ceifadas e utilizaram a pandemia para passar mais ataques contra a população, retirando direitos e sonhos da juventude e dos trabalhadores - "passando a boiada" por cima da classe trabalhadora.

Mesmo diante de tantos discursos e atuações de oposição, todos se mantiveram alinhados por um objetivo em comum: garantir o lucro do agronegócio, os ataques de privatizações, o enriquecimentos dos grandes banqueiros e o lucros dos empresários.

A mídia burguesa, até agora, também cumpriu um papel muito importante nisso tudo. Enquanto entra também em uma disputa de interesses políticos, se utiliza de um discurso em que leva os trabalhadores a acreditarem que são eles mesmos os culpados principalmente por este aumento do número de mortes. Atuam inclusive para falar que alguns setores de trabalhadores são mais privilegiados que outros, somente para ajudar os capitalistas a precarizarem ainda mais a vida dos trabalhadores, nivelando salários por baixo - tudo para que não se veja quem são os verdadeiros privilegiados dessa sociedade capitalista.

O que os governos e golpistas fizeram então pela população? Não aplicaram testes massivos - nem no início da pandemia, nem agora - para um controle e programa efetivo de uma quarentena racional. Não promoveram a produção em grande escala dos insumos necessários para que tantas vidas não fossem perdidas - como leitos suficientes, respiradores, medicamentos para intubação e atendimentos hospitalares, seringas e agulhas para vacinação gratuita e universal, nem se quer EPIs para os trabalhadores da saúde, entre outros.

Em meia a pandemia, precarizaram ainda mais o Sistema Único de Saúde, que já vinha sendo defasado e sob constante ataque para sua privatização. Fecharam escolas, mas não deram a possibilidade de quarentena para os responsáveis pelas crianças. Pagaram um auxílio emergencial de valor baixíssimo perante o crescimento da inflação, mas que mesmo assim ainda não permitiu que muitos morressem de fome, tamanha crise e desemprego que a classe trabalhadora vive.

Veja também: A luta contra a privatização do SUS e o sistema de saúde que precisamos.

Agora com a corrida das vacinas, os interesses políticos e as eleições de 2022 estão colocados acima da vida dos trabalhadores e da juventude. Assim, a classe trabalhadora segue sem perspectivas, sendo obrigada a trabalhar ou buscar emprego em meio a pandemia, sem garantias sanitárias e sem data efetiva para a imunização.

A culpa desse crescimento do número de mortes e infectados - não só no Brasil, mas também em tantos outros lugares no mundo - não é de cada um, não pode ser encarada como individual. Os resultados dessa crise na realidade mostram que o problema é o sistema capitalista, que coloca os lucros e interesses de poucos acima da vida da grande maior parcela da humanidade.

 
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