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VACINAÇÃO
Pronunciamento de Pazuello para amenizar críticas não mudou a falta do plano de vacinação
Redação

O ministro da saúde, Eduardo Pazuello, foi à rede nacional anunciar a MP segundo a qual pretende comprar vacinas independentemente da autorização da Anvisa. Se esquivando da enxurrada de críticas recebidas pelo governo, seguiu sem apresentar um plano nacional de imunização.

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Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo

Na noite desta quarta-feira o ministro da saúde, Eduardo Pazuello, fez um pronunciamento em rede nacional para anunciar uma medida inicial - mas ainda não um plano - para a vacinação. Segundo ele, o governo Bolsonaro vai apresentar uma Medida Provisória segundo a qual as diversas vacinas em desenvolvimento podem ser usadas antes de receber o aval da Anvisa.

O ministro tem um tom otimista durante todo o pronunciamento, dizendo que o Brasil tem seringas suficientes para começar a vacinação da população ainda em janeiro. O que, como ficou conhecido nacionalmente no dia de ontem, é duvidoso, visto que Bolsonaro prorrogou a compra (que deveria ter sido feita já em julho do ano passado) de seringas até que os preços voltem ao normal. E vai além: "Asseguro que todos os estados e municípios receberão a vacina de forma simultânea, igualitária e proporcional à sua população.", ainda esse mês.

Numa clara tentativa de estancar a enxurrada de críticas que o governo federal tem recebido quando ao atraso na vacinação e em ao menos apresentar um plano para tal, o general fez um discurso com algum destaque para a vacinação pública, tendo começado por uma reivindicação do SUS - o mesmo que ele, todo o governo Bolsonaro, todas as demais instituições do regime e inclusive os governos anteriores nunca hesitaram em defender uma intensa precarização, ou diretamente aplicá-la.

Pazuello tentou inclusive "sair por cima" não só nas críticas, mas também na corrida entre estados e municípios para se antecipar ao governo federal comprando vacinas que depois poderiam ser vendidas ao Ministério da Saúde. Segundo ele, o país que atrasado na compra de insumos, no planejamento do armazenamento da vacina, na contratação de profissionais de saúde e na liberação de bolsas de pesquisa, é o mesmo país que vai ser um exportador de vacina para outros países.

Leia também: Contra Bolsonaro e Doria, defendemos a vacina gratuita para todos que queiram

Esse discurso mostra uma esperança falsa nos precarizados Instituto Butantã e Fundação Oswaldo Cruz, já que os órgãos públicos não recebem pelo governo federal nem pelos estaduais o fomento necessário. Mas, mais ainda, exibe uma confiança nas negociações com os laboratórios Gamaleya, da Rússia; Janssen, Pfizer e Moderna, dos Estados Unidos; e Barat Biotech, da Índia - sem citar o chinês Sinovac, que tem contrato fechado com o governador de São Paulo, João Doria. No entanto, o próprio ministro viu necessidade de dirigir uma crítica em rede nacional à Pfizer, que tem dado sinais de não facilitar um contrato com o governo brasileiro.

Por trás do tom de vitória, talvez haja desespero em ter que responder, sem muita concretude, aos questionamentos causados por uma crise sanitária e econômica que se anuncia com perspectivas ainda mais severas para 2021, diante do fim do auxílio emergencial, crescimento do desemprego, a lentidão e o desgoverno em torno da imunização da população.

 
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