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CORONAVÍRUS E INDÍGENAS
894 indígenas morreram por covid, segundo dados que contrastam com notificação do governo
Redação

Segundo relatório mais atualizado da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), 894 membros de aldeias indígenas morreram por covid-19. Os dados contrastam com a subnotificação do governo, que contabiliza 501 óbitos.

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Foto: Indígenas da comunidade Parque das Tribos choram no funeral do chefe Messias, da tribo Kokama, vítima do novo coronavírus, em agosto - Michael Dantas / AFP

Os dados da APIB também apontam que 42.192 indígenas foram confirmados com a doença e 161 de seus municípios em que vivem são afetados pelo vírus. Esses dados são informados pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e apurados pela Comissão Nacional de Vida e Memória Indígena.

Não é o que mostra a contagem do Ministério da Saúde, escancarando subnotificação, sob a justificativa de que o critério utilizado pelo governo é de que não são notificados os casos de indígenas que se encontram em contexto urbano. Pazuello e Bolsonaro estão contabilizando até o momento 36.124 contaminações entre comunidades indígenas e 501 mortes.

O projeto de Bolsonaro, herdeiro do golpe institucional de 2016, despreza as vidas indígenas, pois, além de subnotificar as mortes de indígenas por coronavírus, carrega consigo um histórico brutal de ataques. Na última segunda (14), chegou ao ponto de o Tribunal Penal Internacional preparar denúncia contra Bolsonaro por crime contra humanidade, acusando-o de violações contra populações indígenas e tradicionais, perseguição de pesquisadores laureados de órgãos de pesquisa e de ter sido ’flagrantemente omisso’ na resposta aos crimes ambientais na Amazônia.

Em novembro, Bolsonaro autorizou a mineração dentro de território indígena, mesmo a prática sendo ilegal, para beneficiar os lucros das mineradoras estrangeiras, piorando o já acachapante cenário de devastação ambiental.

Não somente Bolsonaro, mas todo o regime político golpista, como pode ser visto com o Supremo Tribunal Federal (STF) colocando para julgamento em outubro o Marco Temporal, medida que deriva de um processo de reintegração de posse movido pela Fundação do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (Farma) contra a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o povo indígena Xokleng em que a Terra Indígena Ibirama-Laklaño, parte do território tradicional dos Xokleng e também habitado por Guaranis e Kaingang, era reclamada.

Em meio à necessária e dura luta pelo direito às suas terras originárias e à sua plena auto-determinação, a pandemia e o negacionismo e desprezo de Bolsonaro, os generais e os golpistas, arrasta consigo as vidas dos povos indígenas. Que todos os crimes contra esses povos sejam apurados e punidos.

 
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