Nesta segunda (14), confluíram na Autopista Richieri, próximo ao Aeroporto de Ezeiza (em Buenos Aires), duas importantes lutas da classe trabalhadora. As e os aeronautas que defendem seus postos de trabalho, salários e delegados e as mulheres e jovens de Guernica que lutam por moradia, mas também por trabalho genuíno.
Às 8h da manhã (horário da Argentina), a Autopista Richeri, que leva ao Aeroporto de Ezeiza, foi fechada. Eram trabalhadores e trabalhadoras da Latam que lutavam para manter mais de mil empregos diante da tentativa de fechamento da empresa. Do outro lado, se uniram com os terceirizados e terceirizadas da GPS (empresa terceirizada da Aerolíneas Argentinas) e da Securitas (terceirizada da Latam), que também estão sofrendo ataques a seus postos de trabalho, tem negociações coletivas congeladas e seus delegados de base não são respeitados (GPS).
Porém, a unidade foi maior. De pronto, apareceu a bandeira da Assembleia Permanente das famílias de Guernica. Ali se reuniem centenas de famílias que seguem lutando por um teto desde 20 de julho. As mulheres encabeçam a coluna com um grupo de jovens que são parte da “primeira linha”. Mas, como diz sua bandeira, não lutam só por moradia mas também por um trabalho genuíno.
Todos se uniram em um só grito. Não querem chegar às festas de fim de ano sem trabalho, sem salário e sem um teto.
Enquanto fechavam a rodovia, a unidade se expressou também nas palavras que disseram as referências dos distintos conflitos. Brisa (moradora de Guernica) disse ao La Izquierda Diario “estamos aqui como eles estiveram na ponte [ponte Pueyrredón, foi fechada pelos moradores de Guernica em protesto]. A classe operária é uma só. Nossa luta segue, não abaixamos os braços. Fechamos a ponte, agora, temos uma mesa de negociação, mas faz um mês que há famílias na rua, e não queremos chegar assim ao Natal”.
As famílias seguem lutando e, depois de fecharem a Ponte Pueyrredón, abriram uma mesa de negociação com o governo de Axel Kicillof. Essa semana, voltaram a se reunir. Como disseram após a reunião, “o governo tem que nos dar uma solução de forma urgente. Somos trabalhadores e trabalhadoras precarizadas, desempregadas e informais, vimos nossas condições de vida piorarem com a crise e a pandemia. Muitos de nós acabamos na rua. Não vamos aceitar essa realidade, vamos seguir exigindo e lutando até conquistar terra e moradia e continuar com nossas medidas de luta”.
Os jovens de Guernica entregaram aos aeronautas um escudo que os representa em sua luta por moradia e trabalho.
Brisa, de la Comisión de Mujeres de Guernica y la 1ra Línea, se solidariza con los trabajadores de Latam. "Estamos acá porque si ustedes se quedan sin trabajo se quedan en la calle como nosotros, y nosotros peleamos para que nadie se quede en la calle". #NavidadSinDespidosLATAMpic.twitter.com/haaJxZ0Gtg