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ESCOLAS OCUPADAS
As ocupações denunciam: materiais estragam sob a gestão das direções atuais das escolas
Maíra Machado

As escolas devem ser geridas pelos próprios alunos, em conjunto com a comunidade escolar. Assim mostram as ocupações.

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Nos últimos dias centenas de ocupações de escola tomaram a cena no estado de São Paulo e chegaram a questionar a prova do Saresp, abrindo uma grande crise para o governo e suas avaliações meritocráticas do que se ensina e aprende na precária escola pública.

Porém, os questionamentos abertos pelos estudantes vão muito além das provas e avaliações falidas e mentirosas impostas pelo governo. As ocupações desnudam o descaso, a gestão anti democrática da escola e sua precarização pensada pelo governo e implementada por diretorias sem compromisso com a educação e com os alunos.

Na primeira escola ocupada no estado, os alunos consertaram todo o vestiário que servia há anos como depósito de entulhos. Chuveiros quentes e banheiros limpos serão deixados para o futuro na EE Diadema, comprovando que alunos e professores podem gerir a escola sem a interferência da diretora e dos cargos de confiança da Secretaria de Educação, os estudantes podem cuidar da escola porque são parte real dela.

Em outras escolas foram achados uma imensa quantidade de materiais abandonados em salas trancadas, onde ninguém podia ter acesso. São ventiladores em caixas fechadas, guardados enquanto alunos e professores cozinham literalmente em salas de aula super lotadas e com ventiladores quebrados.

Mas não foi só isso que os estudantes encontraram. Bebedouros fechados e lacrados, computadores estragando dentro de salas imundas, tudo quanto é tipo de material didático virando lixo por falta de uso. Lousa branca e canetão guardados enquanto milhares de alunos recebem as matérias em lousas verdes pintadas nas peredes desgastadas pelos anos de uso.

Livros, muitos livros e apostilas estragando junto a cadernos, lápis, canetinhas, cartolinas e jogos educativos. Centenas de DVD´s com filmes históricos, comédias e romances, alguns de música. Coletâneas de artistas brasileiros lacrados, sem uso junto a aparelhos eletrônicos quebrados. Sem falar no laboratórios fechados, com acesso proibido, cheios de tubos de ensaio empoeirados. Assim se clarifica a cada dia que não precisa ir longe para melhorias rápidas e necessárias de imediato para a escola pública, mas também fica claro que nenhuma confiança nos governos e em suas diretorias para levar a frente os avanços necessários.

As ocupações em várias cidades denunciam que a carência de melhores condições de ensino já poderiam ser supridas, mas essas “metas” só serão alcançadas por uma gestão escolar que de fato tenha compromisso com a educação e esse compromisso só é verdadeiro quando implementado por estudantes que lutam por garantia de futuro. Assim, sabemos já que não adianta mais voltar as antigas gestões escolares, a escola só poderá ser salva se for gerida por estudantes e professores que já estão provando na prática que não precisam de diretores e governos para ditar as regras de sua vida e de sua escola.

 
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