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Com mais de 178 mil mortos, Bolsonaro declara que governo se comportou bem na pandemia
Redação

Em discurso nesta quarta, 9, no Clube da Aeronáutica, Bolsonaro disse que as alas militares e civis do governo se “comportaram bem” durante a pandemia. Para Bolsonaro, alcançar mais de 178 mil mortes é sucesso de gestão de seu governo junto com os militares.

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Foto: Dida Sampaio/ Estadão

Com muita cara de pau, característica de seu governo de extrema direita, o presidente elogiou de maneira genérica a postura das diversas alas do governo durante a pandemia do novo Coronavírus.

Nada poderia ser mais negacionista do que essa afirmação do presidente. A incapacidade da indústria em produzir seringas para a aplicação das vacinas, os incêndios recorrentes em hospitais públicos pelo Brasil, as queimadas no Pantanal e na Amazônia com potencial de agravar a pandemia nas regiões afetadas, o brutal impacto da pandemia na educação, ou o fato de o próprio TCU ter apontado que o ministério da saúde não apresentou um plano de combate à pandemia, nada disso abalou a “fé” do presidente na condução do (não) combate à pandemia no país.

Ou ele estaria se referindo aos interesses capitalistas que foram intocados durante todo esse ano de mortes e sofrimento como a situação dos Bilionários brasileiros que ficaram R$269,5 bilhões mais ricos em meio à pandemia, do banco Itaú que com lucros crescentes demitiu trabalhadores, ou das montadoras que em meio a crise tem toda liberdade de demitir para garantir seus lucros às custas dos trabalhadores?

O presidente deve considerar um sucesso o fato do governo de não haver utilizado a verba disponibilizada para o combate a pandemia, ou o fato de, apesar de ter editado uma medida provisória (MP) sanitária com medidas para áreas indígenas na pandemia e mesmo assim ter havido 28,5 mil contaminados e 443 mortes nessas comunidades até o dia 1º de outubro.

De fato, para os capitalistas pode ser considerado um sucesso o aumento do PIB no terceiro trimestre apesar da alta dos índices de desemprego que nada mais é do que um mecanismo dos capitalistas para salvaguardar seus lucros em detrimento da vida dos trabalhadores e que, de acordo com analistas, tende a aumentar em 2021.

Deve ter parecido um “bom comportamento” aos patrões e aos militares - verdadeiros privilegiados - a aprovação da MP 936 que priva mais de 9 milhões e trabalhadores de seus meios de subsistência e ainda assim deixa o caminho aberto para demissões e ainda diminui o valor do 13º a ser recebido pelos trabalhadores nesse ano. Aos olhos do empresariado, Bolsonaro se “comportou muito bem” ao prorrogar esse ataque até dezembro desse ano.

Mas para o governo federal negacionista tudo não passa de uma questão de ponto de vista. Ou seja, basta mudar os cálculos, manipulando os dados da pandemia para que tudo pareça um sucesso, ou usar de uma retórica terrivelmente negacionista dizendo que retirar direitos vai salvar empregos, ou que a pandemia foi superdimensionada mesmo com mais de 150 mil mortes na época.

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