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Contra demissões no Metrô, terceirizações e falta de funcionários: organizar pela base nossa mobilização
Fernanda Peluci
Diretora do Sindicato dos Metroviários de SP e militante do Mov. Nossa Classe
Rodrigo Tufão
diretor do sindicato das Metroviárias e Metroviários de SP e do Movimento Nossa Classe

Às custas da precarização do trabalho com contratação de trabalhadores ganhando salários baixíssimos e com poucos direitos trabalhistas, o governo Doria e a direção do Metrô estão privatizando o serviço público para enriquecer grandes empresários e colocando em risco a segurança da população que usa o transporte em SP.

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Foto: STRINGERS/BRAZIL / REUTERS

A empresa terceirizou 16 bilheterias no mês de novembro, praticamente todas as bilheterias das estações. Os funcionários terceirizados prestam o mesmo serviço que os antigos funcionários efetivos, porém recebem muito menos, e não têm os mesmos direitos, ficando o lucro para os donos das empresas que prestam serviço. Essa medida vem provocando longas filas para a compra de bilhete, já que a empresa terceiriza ganha com a super exploração e não contrata funcionários suficientes para suprir a demanda.

Na manutenção, a terceirização avança em várias áreas, na mesma velocidade que as demissões por "baixa produtividade", motivadas por avaliações de desempenho "fakes" dadas com critérios subjetivos pelas supervisões. Os últimos casos foram dos funcionários Shimit e do diretor do sindicato Chuiu, demitido sumariamente após encerrar sua estabilidade como cipista. Nós do Movimento Nossa Classe, repudiamos fortemente essa ação da direção do Metrô, nos solidarizamos e exigimos a imediata readmissão desses companheiros.

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Estações do Metrô estão cotidianamente abrindo com apenas 2 funcionários em todas as linhas, o que acaba prejudicando o bom funcionamento do sistema e coloca milhões de passageiros que usam o transporte em perigo, uma vez que não é possível atender de forma adequada todos que precisam, prestar primeiros socorros, dar informações, atender idosos, com um quadro reduzido ao extremo. As estações estão abandonadas pela empresa e pelo governo, sacrificando os poucos funcionários que são obrigados a trabalhar em péssimas condições de atendimento. Em alguns casos o turno noite chega a ter apenas 1 funcionário, o que é um perigo para o fechamento e abertura das estações.

A terceirização prejudica o bom funcionamento do transporte e coloca a população em risco, precarizando o trabalho, impondo condições muito piores de serviço e dividindo nossa classe. Não são poucos os casos de funcionários terceirizados que seguem há semanas sem direito a folga e dobrando jornada. Diariamente vemos acessos do Metrô com bilheterias fechadas por conta da falta de quadro, tudo isso com intenso assédio moral por parte das chefias. Os trabalhadores efetivos terão uma grande redução salarial no meio da pandemia, uma perda em torno de 30% do salário, os passageiros terão que arcar com enormes filas para compra de bilhetes, uma vez que a quantidade de funcionários terceirizados contratados, e condições de trabalho limitadas, não permitem garantir um bom atendimento para a população que usa o transporte.

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Todos perdem, menos os empresários donos destas empresas, amigos do Doria. Mesmo com a pandemia, a direção do Metrô avança na privatização com demissões de funcionários, terceiriza as bilheterias, corta salários e precariza o atendimento para a população, causando mais aglomeração nas estações, em meio a irresponsabilidade frente ao novo crescimento de casos e mortes por Covid19, tanto por parte de Bolsonaro, como de Doria e Covas.

Não podemos aceitar essa situação de descaso com a população, que paga caras tarifas por um transporte sucateados, em base a ataques aos direitos e as condições de trabalho de quem durante toda a pandemia trabalhou para que o transporte não parasse de atender pacientes e profissionais da saúde no tratamento e combate ao vírus, e nem permitir que se contrate funcionários terceirizados com um trabalho precarizado com baixos salários e direitos. Não podemos aceitar que coloquem os metroviários e passageiros em condições maiores de risco com um transporte lotado, EPIs inadequados, como máscaras de pano, e ainda com cortes de salários dos funcionários das estações, um verdadeiro absurdo.

Ao invés de garantir os empregos e as condições para uma efetiva quarentena, Doria se aproveitou do momento de calamidade para aprofundar seu projeto de privatização e precarizar ainda mais o Metrô. Não aceitaremos esse tipo de conduta. Nós do movimento Nossa Classe Metroviários, minoria na diretoria do sindicato pela Chapa 4, dizemos basta de precarização do trabalho! Exigimos contratação imediata de funcionários para as estações e efetivação de todos os terceirizados sem concurso para o quadro efetivo, e chamamos todos os metroviários a participarem das setoriais, como a das estações dia 11/12, e da nossa assembleia dia 14/12, para levantarmos uma grande mobilização, organizada pela base, contra a privatização e a precarização do transporte e decretarmos Estado de Greve da categoria.

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