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1000 DIAS DE MARIELLE
1000 dias: Veja as principais manifestações de luta por justiça à Marielle
Ana Vitoria Cavalcante

Há exatos mil dias ocorreu o assassinato de Marielle Franco e seu motorista Anderson, que foram avejados por 13 disparos dentro do carro que estavam, na região central do Rio de Janeiro, no dia 14 de março de 2018. São mil dias sem resposta: quem mandou matar Marielle?

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Foto: Carl de Souza/AFP

O ódio pelo assassinato de Marielle, mulher negra, LGBTs, de esquerda e favelada, tomou as ruas do país.

Manifestações massivas exigindo justiça por Marielle foram registradas nas grandes capitais, como no Rio de Janeiro, onde dezenas de pessoas se reuniram na frente da Assembleia Legislativa e caminharam até a Cinelândia, foram ao menos 50 mil pessoas que tomaram as ruas da cidade.

Foto: Mídia Ninja, Manifestação na ALERJ, Rio de Janeiro

Em São Paulo, outras dezenas de milhares de pessoas fecharam ruas perto da Avenida Paulista em repudio a esse brutal assassinato, professores em greve juntaram-se aos manifestantes na principal avenida da cidade. Cenas semelhantes foram vistas em Belo Horizonte, Porto Alegre e tantas outras cidades, onde manifestantes gritavam a plenos pulmões “Marielle, presente!”

O anseio de justiça ultrapassou as fronteiras nacionais, a onda de solidariedade chegou de outros países. Na Argentina, houve ato impulsionado por organizações de esquerda como a Frente de Esquerda (FIT) homenageando a vereadora. Também foi realizado um ato em frente à embaixada brasileira no Chile.

Na França, a marcha intitulada “Justiça para Marielle Franco” reuniu brasileiros e franceses em frente à Ópera de Paris por justiça a vereadora carioca. Centenas de pessoas se reuniram na Praça Sant Jaume, na Espanha, para homenagear Marielle. As homenagens ocorreram também na Union Square, em Nova York, onde centenas de pessoas se reuniram com cartazes de “Marielle Presente!” e "She was Murder" ("Ela foi execuada!").

A história de luta de Marielle foi contada no histórico samba enredo da Mangueira, no carnaval de 2019. Contando a história dos negros, índios e do povo pobre no Brasil de forma diferente da contada pela história oficial, a escola colocou em evidencia todos os reais lutadores e lutadoras desse país.

Um ano após o seu assassinato e sem nenhuma resposta dos mandates do crime, manifestações pelo Brasil ecoaram a pergunta “Quem mandou matar Marielle?”. Capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, entre outras cidades, homenagearam a vereadora e exigem justiça. Solidariedade internacional voltam realizadas, diversas organizações políticas e sociais se concentração no Obelisco, em Buenos Aires. E campanha por justiça para Marielle foram impulsionadas por entidades estudantis de todo o país.

Na UERJ, os estudantes do Serviço Social e da Geografia deram um exemplo, paralisando as aulas. Apontaram o caminho pois só com a força da mobilização vamos impor justiça por Marielle. Exigiram também investigação independente. Fizeram assembleias de base com dezenas de estudantes que foram sujeitos de votar e construir as paralisações levando ao festival na Cinelândia um importante bloco de estudantes. Estas ações surgiram a partir do chamado da gestão Por isso me grito do CASS, composta pelo MRT, Pão e Rosas e independentes, que foi parte do bloco na Cinelândia.

O assassinato de Marielle é uma ferida aberta do golpe institucional que significou o avanço dos ataques a população, até mesmo a seus direitos democráticos elementares. A sua execução que segue sem resposta e sem justiça é expressão de que não podemos confiar na justiça, esse poder que nunca foi neutro e sempre atuou em defesa de interesses próprios. Uma justiça racista, que mantem a população negra presa sem julgamento, é também um dos principais condutores do golpe institucional e das suas reformas que tem as trabalhadoras negras e negros na linha de frente da precarização.

Em um regime político apodrecido, representado por Bolsonaro, que declara cotidianamente seu ódio a esquerda, as mulheres, LGBTs, aos negros e ao povo pobre com seus ataques que tem respaldo de outras alas do regime. Congresso e STF, a Globo mesmo se colocando como oposição a Bolsonaro, tem acordo com os ataques, além de terem sido atores fundamentais do golpe institucional que tem como objetivo precarizam ainda mais a vida dos trabalhadores. Se colocam solidários a luta pro justiça à Marielle, mas não nos enganemos, são parte dos que teremos que derrotar se quisermos impor justiça de verdade.

Em um cenário onde se fortalece a direita e setores do golpe de 2016, como o reacionário Centrão, após as eleições municipais deste ano, se faz de extrema necessidade se colocar contra o regime político e impor através da nossa luta justiça por Marielle. Seguimos exigindo do Estado uma investigação independe que tenha participação de grupos de direitos humanos, coletivos de negros, sindicatos, e que possa de fato responder quem foram os mandantes do crime.

 
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