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Protestos de trabalhadores agrários se espalham no Peru e trabalhador é morto na repressão
Redação

Um jovem trabalhador morreu em decorrência de uma violenta repressão aos bloqueios realizados pelo país por trabalhadores rurais.

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Jorge Muñoz Vílchez, de 19 anos, trabalhador agrário da empresa Campo Sol, morreu na brutal repressão policial quando protestava com seus colegas contra os abusos impostos pelas agroexportadoras.

O protesto de trabalhadores agrícolas se espalhou nesta quinta-feira de sul ao norte do país, deixando caminhões de carga parados em bloqueios de estradas.

Segundo o pai do jovem, Jorge teria recebido tiros na cabeça que o levaram à morte; o mesmo foi certificado no centro de saúde Valle Ciudad de Dios, em La Libertad.

Nesta quinta-feira, trabalhadores rurais da região norte do Peru aderiram por tempo indeterminado à greve realizada por seus companheiros de trabalho da região de Ica, região no centro-sul do país. Os trabalhadores exigem a revogação da chamada "Lei de Promoção Agrária", que promove a super exploração da mão-de-obra e o empobrecimento de milhares de trabalhadores agrícolas.

O governo de Sagasti e o Congresso peruano até hoje não respondem às justas demandas dos trabalhadores, fazendo com que a medida da força se estenda a outras regiões do país e se radicalize a cada dia que passa.

O país está abalado com os protestos que levaram à demissão de Manuel Merino, antecessor de Sagasti, em novembro. Durante essas manifestações, dois jovens foram assassinados pela repressão policial, o que levou à renúncia de Merino, que havia chegado ao poder poucos dias antes, diante do afastamento do ex-presidente Martín Vizcarra, em uma das piores crises políticas do país.

Nesse contexto, os trabalhadores rurais protestam pelo aumento de salários, e pela revogação de uma antiga lei que concede benefícios fiscais às empresas exportadoras e permite a redução dos direitos trabalhistas e o funcionamento de empresas terceirizadas.

Os bloqueios afetaram o tráfego de veículos nas regiões norte e sul da principal rodovia do litoral peruano, justamente nas áreas que abrigam as mais importantes empresas agroexportadoras do país.

O agronegócio para exportação tornou-se o segundo maior gerador de divisas nos últimos anos, depois da mineração, segundo a Associação de Grêmios Produtores Agrícolas do Peru (AGAP).

O país tornou-se o maior exportador mundial de mirtilos e também exporta outros produtos como uvas frescas, abacates e aspargos. Durante a pandemia, os empresários continuaram se beneficiando e, entre janeiro e setembro, as exportações agrícolas somaram cerca de 5,086 milhões de dólares, 0,51% a mais que no mesmo período do ano anterior, segundo dados oficiais.

 
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