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Eleições 2020
Segundo turno no Centro-oeste: centrão golpista ganha nas principais cidades
Rosa Linh
Estudante de Ciências Sociais na UnB
Comitê Esquerda Diário DF/GO
Jéssica Schüler
Doutoranda em Ecologia pela UnB

Em Anápolis, saiu fortalecido o centrão que ganhou mais fôlego com a perda de influência dos partidos tradicionais do pacto constituinte de 88, principalmente o PSDB, MDB e PT. O MDB, contudo, manteve as prefeitura em Goiânia e Cuiabá, mas já afirmando pactos com os governadores do DEM. A tendência que se viu nacionalmente, e também no centro-oeste, foi uma vitória eleitoral do golpismo institucional, principalmente do DEM, PP e PSD.

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Goiânia

fonte: Jornal Opção

Na maior cidade do centro-oeste, quem venceu a disputa contra Wanderlan Cardoso (PSD) foi Maguito Vilela (MDB), meio que dando continuidade à gestão de Iris Resende (MDB), atual prefeito. Ambos são políticos de longa data - tanto o atual como o novo prefeito.

Iris foi vereador em 1958, deputado estadual em 1962 pelo Partido Social Democrático (PSD), prefeito de Goiânia em 1965. Também já foi deputado estadual em Goiás, governador do estado por dois mandatos, senador da República por Goiás, ministro da Agricultura no governo José Sarney e da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso (FHC). É um verdadeiro patriarca do fisiologismo, sempre o mais do mesmo do centrão político que nunca fez nada a não ser administrar o Estado capitalista e burguês.

Já Vilela foi um dos deputados constituintes de 88. Lá votou favoravelmente ao mandato de cinco anos para o presidente José Sarney e votou contra a anistia aos micro e pequenos empresários, a jornada semanal de 40 horas, a pluralidade sindical e a desapropriação de propriedade produtiva. Ele também já foi governador do estado. Durante seu mandato como prefeito de Aparecida de Goiás, Vilela também foi acusado de desviar R$ 2 milhões de reais dos cofres da prefeitura na compra de 5 mil notebooks superfaturados.

No caso, não foi o candidato de Caiado quem ganhou, mas Maguito já tem um histórico também bastante longo como um político burguês, herdeiro direto da ditadura militar. Hoje mais do que nunca, ele está comprometido com os interesses mais podres do que é o regime golpista.

Por enquanto, o candidato está na UTI por conta da COVID-19, sendo que Iris chegou a declarar que deveria ser o filho de Vilela quem seria o mais indicado para ocupar o cargo de prefeito - Daniel Vilela, atual presidente do MDB no estado.

Anápolis

fonte: Mais Goiás

Em Anápolis, o candidato de Caiado foi reeleito Roberto Naves (PP) contra Antônio Gomide (PT). Foi também candidato preferido por Bolsonaro em seu primeiro mandato.

Roberto Naves, do PP, partido herdeiro direto da corrupção e do fisiologismo da ditadura militar terá mais uma gestão para levar a frente o descaso com a classe trabalhadora e o povo pobre. Desde o começo da pandemia do SARS-Cov-2 o município sempre esteve refém das ações da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Anápolis), que mantém a pressão sobre prefeito reeleito. Naves que manteve o comércio aberto à revelia dos trabalhadores que veem os casos de covid-19 aumentando substancialmente na cidade. Dados recentes disponibilizados pela prefeitura demonstram que o risco de contaminação é alto e consideram o risco de colapso do sistema de saúde como baixo, quando a realidade, demonstrada até mesmo por mídias burguesas, é contrária à esses dados.

Anápolis terá um prefeito que estará comprometido com os interesses dos capitalistas, do agronegócio golpista de Caiado e que está mais do que nunca disposto a precarizar e atacar a classe trabalhadora da cidade, como faz o governador.

Para saber mais: As eleições em Goiás - um olhar benjaminiano

Cuiabá

fonte: Folha 360

Na capital do Mato Grosso, Emanuel Pinheiro (MDB), foi reeleito, derrotando o bolsonarista Abílio Júnior (Podemos), o candidato do governador Mauro Mendes (DEM). Contudo, logo de cara, Emanuel já disse que quer "erguer a bandeira da paz" com o governo do estado, isto é, dar as mãos para descarregar a crise nas costas dos trabalhadores e do povo pobre.

Em gravação feita em 2013, durante seu mandato como deputado estadual, e divulgada em 2017, Emanuel aparece recebendo maços de dinheiro de Silvio Correa. O dinheiro fazia parte de um esquema de compra de votos de deputados pelo ex-governador do Mato Grosso, Silval Barbosa. Apesar do escândalo, Emanuel conseguiu se manter na prefeitura ao firmar acordos com a Câmara Municipal, e, mais ainda, conseguiu se reeleger ao se coligar com mais 10 partidos do mais podre do centrão: PMB, PTC, SOLIDARIEDADE, PV, REPUBLICANOS, PL, PSDB, PTB e PP. De forma vergonhosa, essa aliança também incluiu o PCdoB.

Cuiabá terá um prefeito que representa o pior da política. Corrupto e comprometido exclusivamente com os latifundiários e capitalistas.

E agora?

Agora, a tarefa da esquerda é, antes de tudo, organizar a classe trabalhadora e os oprimidos para se defender dos ataques, mas sem perder a perspectiva de combater o regime do golpe institucional de conjunto. O resultado político destas eleições levará o regime do golpe institucional a buscar intensificar os ataques. A hora não é de “calcular as coalizões” e “frentes amplas” para 2022, uma política que é irmã daquela que aceita ficar de braços cruzados quando o que é necessário é articular forças para resistir a esses ataques.

Leia mais em: O triunfo do golpismo institucional e as tarefas da esquerda

Nós do MRT, que tivemos candidaturas em São Paulo, em Contagem (MG) e em Porto Alegre (RS), batalhamos desde o começo por uma política de independência de classe e um plano de luta para enfrentar esse regime do golpe.

Trata-se de atacar não apenas Bolsonaro e Mourão, mas todas as instituições desse arcabouço golpista dos poderes instituídos (STF, Congresso nacional, etc.) que nos trouxeram até aqui - o que no centro-oeste inclui a burguesia latifundiária representada no DEM de Caiado e Mauro Mendes; o PSDB de Reinaldo Azambuja; o MDB de Ibaneis Rocha; mas também todos os prefeitos e vereadores capachos desse projeto - estando na linha de frente da defesa de todos os direitos democráticos e sociais da classe trabalhadora e do povo pobre em uma luta nacional.

Por isso, nós levantamos a necessidade de uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana imposta pela luta, algo que exige a auto-organização e autodefesa dos trabalhadores contra os poderes do Estado capitalista, rumo a um governo dos trabalhadores de ruptura com o capitalismo.

Nesse caminho, nós do MRT estaremos, como sempre, na linha de frente da luta contra cada ataque, na defesa de cada direito democrático. De importância estratégica, ao calor dessas batalhas, está a necessidade de reagrupar a vanguarda em base a um programa e uma estratégia socialista, para superar o PT pela esquerda (e também os fracassos de partidos amplos) e dar passos na construção de um verdadeiro partido revolucionário no centro-oeste e em todo o Brasil.

Saiba mais: Resultados eleitorais, esquerda, moderação e "sonhos"

 
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