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As mulheres na luta contra a privatização da CEB
Comitê Esquerda Diário DF/GO
Luiza Eineck
Estudante de Serviço Social na UnB
Maria Elisa Muniz

A partir de uma entrevista com uma trabalhadora da CEB refletimos acerca da maior precarização que as mulheres estão predestinadas meio ao cenário de ataque à Companhia de Energia de Brasília (CEB) com a ameaça de privatização.

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Foto: votação da greve no dia 25/11

Nas últimas semanas viemos acompanhando a ofensiva neoliberal em Brasília, endossada por Ibaneis Rocha(MDB), com o caso da privatização da CEB. Voltamos ao velho discurso neoliberal da privatização, que dissemina a crença no setor privado como uma solução para os “problemas” públicos e a para os dilemas da classe trabalhadora, isso não passa de uma farsa! O que está realmente colocado é um enorme sacrifício e maior precarização do trabalho, o que em outros termos também significa maior precarização da vida das e dos trabalhadores, pois não passa de um projeto que visa a manutenção da riqueza dos grandes empresários e retroalimenta o sistema capitalista, baseado na exploração e, sobretudo, na superexploração dos setores oprimidos.

Leia mais: Privatização da CEB: por que somos contra?

A entrega do país à iniciativa privada já vem sendo uma pauta mais latente desde o início da pandemia, aproveitando da crise Bolsonaro e Guedes tentaram implementar mais fortemente seu projeto de subordinação ao imperialismo, vimos isso nas tentativas de privatização dos Correios, SUS, Petrobrás, porém já sabemos quais são os impactos e consequências desses interesses privatistas. Amapá, Brumadinho, Mariana e vários outros são prova do que significa: privatizar. É a precarização de todos os serviços e das condições de trabalho, são demissões, maior terceirização que atinge, principalmente, as mulheres, que estruturalmente estão situadas na periferia desse sistema de produção e compõe grande parte da classe trabalhadora que junto do povo pobre será a mais atingida.

Durante a assembleia que deliberou a greve de trabalhadores e trabalhadoras da CEB, o Esquerda Diário conversou com a trabalhadora Silvia, que é agente de serviços operacionais e retratou esta realidade, dizendo que “a CEB historicamente não tem mulheres no operacional”, continua dizendo que a categoria sempre foi majoritariamente masculina, e que isso é um marco, pois hoje elas já ocupam mais lugares na estatal e em todo o mercado de trabalho. Todo o avanço e necessidade da incorporação das mulheres no mercado de trabalho foi um enorme passo para a luta feminista, mas é importante lembrar que a história das mulheres no mundo do trabalho é permeada de contradições, que expressa de forma escancarada a relação de opressão e exploração. O próprio processo da feminização do trabalho, apesar de um grande avanço, ocorreu de forma extremamente precária, as marcas são visíveis até hoje, com as mulheres ocupando os piores postos, ganhando salários bem menores que os dos homens, sem contar com as duplas, triplas ou até mesmo quádruplas jornadas extenuantes de trabalho.

Leia mais: Greve de trabalhadores da CEB é aprovada: todo apoio à luta contra a privatização!

Novamente, precarização do trabalho se torna precarização da vida. “Nós mulheres somos o sustento de nossas famílias(...)”, disse Silvia. Isso se explicita em uma pesquisa realizada durante a pandemia do COVID-19, pelo ‘Gênero e Número’ e ‘SOF Sempreviva Organização Feminista’, aponta que “40% das mulheres afirmaram que a pandemia e a situação de isolamento social colocaram a sustentação da casa em risco”, ou seja, vai muito além da precarização do trabalho, o sistema capitalista e o projeto neoliberal, atinge os lares, as famílias, comunidades, a vida e cotidiano de trabalhadoras e trabalhadores. A trabalhadora Silvia também relatou que os trabalhadores da CEB são uma corrente, pois ela ajuda seu vizinho, assim como seus colegas, e que caso eles percam os empregos, serão muito mais famílias desempregadas além dos 800 trabalhadores da CEB.

Fica explícito de como as mulheres são linha de frente na luta contra a privatização da CEB que significará para elas e para todos os trabalhadores, como já apontado, um aprofundamento da exploração da sua força de trabalho, um ataque e desmonte dos direitos adquiridos, precarização das relações e condições dos serviços. Portanto, para barrar toda essa precarização precisamos ir na raiz do problema: o capitalismo, só assim poderemos romper com a lógica do lucro. Só colocando essa perspectiva, organizando as trabalhadoras de maneira independente desde a base aliadas com todos os trabalhadores, setores oprimidos, juventude e os movimentos sociais, teremos forças para uma verdadeiro combate a Ibaneis, Bolsonaro, Mourão e todos os golpistas, mas, também, sem nenhuma confiança nesse judiciário autoritário e machista que deixou passar todos esses ataques e reformas!

É por isso que nós da juventude Faísca e da agrupação de mulheres Pão e Rosas somos parte ativa na luta ao lado de todos os trabalhadores, só colocando essa perspectiva teremos uma chance real de emancipação e por uma vida que seja digna e plena de sentido!

Todos ao ato do dia 2/12 em defesa da CEB pública na Praça do Buriti às 10h! Não às privatizações! Todo apoio à greve dos trabalhadores da CEB!

Assista a entrevista completa a trabalhadora Silvia:

Acompanhe e participe da campanha de fotos em apoio a greve da CEB

 
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