Foto: Márcia Foletto/O Globo
O aumento de 179% das mortes pela polícia no Rio de Janeiro no mês de outubro acontece ao mesmo tempo em que os hospitais públicos chegam ao 2 dia sem vagas para internações. A Baixada Fluminense e o Rio de Janeiro foram os municípios com o maior número de assassinatos pela polícia. Isso sem sombra de dúvida é consequência do racismo estrutural, onde a vida de nós negros não vale muita coisa, não à toa durante a pandemia de coronavírus lideramos as pesquisas de número de mortalidade.
Vale lembrar que o STF, desde uma liminar de Edson Fachin, havia proibido operações policiais durante a pandemia desde o mês de junho, tentando de alguma maneira “responder” a mais uma brutalidade e covardia da PMRJ que assinou um jovem negro enquanto moradores faziam distribuição de alimentos e EPI’s na Cidade de Deus. No mês de agosto a Corte referendou essa liminar, mantendo proibidas operações nas favelas do Rio, autorizando apenas caso sejam “absolutamente excepcionais”.
Na verdade, isso mostra que a última coisa que o STF está preocupado é com a vida dos trabalhadores e do povo pobre nas favelas. Pelo contrário, a violência policial e a guerras às drogas estão longe de ser algo que o ministros se opunham. Afinal, no dia seguinte após a liminar já houve operação policial. Dessa forma, a decisão do Supremo foi mera fachada e esse aumento brutal no número de mortes pela polícia deixa bastante claro que Cláudio Castro, governador em exercício, em nada se difere de Witzel e do próprio Bolsonaro quando o assunto é a repressão policial e a vida dos negros.
A repressão nas favelas pela polícia deve acabar imediatamente, por isso lutamos pelo fim das operações policiais e dos autos de resistência. Exemplos como esse e também o recente assassinato de João Alberto um dia antes do 2o de Novembro, homem negro espancado até a morte, mostram que o racismo estrutural é a engrenagem desse sistema e que enquanto nós de baixo estamos sendo assassinados, os de cima seguem lucrando com as nossas vidas.
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