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USP
Sintusp organiza ato em homenagem à trabalhador do hospital da USP morto pela covid-19 e pela liberação do grupo de risco
Redação

O comando de greve dos trabalhadores da USP, organizado pelo SINTSUP (Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo) aprovou a realização de um ato em frente ao Hospital Universitário (HU) no dia 26 de novembro às 12h30.

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O chamado ao ato é em homenagem ao funcionário da farmácia do hospital José Manoel Sapia que morreu vítima da covid-19 no último dia 14. Sapia era parte do grupo de risco, no entanto foi mantido trabalhando no hospital por ordem do superintendente do hospital, o médico Paulo Ramos Margarido. O ato também lembrará dos 13 funcionários mortos pela pandemia, dois desses funcionários que também eram parte do grupo de risco e foram mantidos trabalhando, o que resultou na contaminação e morte.

Desde o início da pandemia os trabalhadores do hospital denunciaram a falta de EPIs, racionamento de álcool em gel e mascaras e exigiam a necessidade de testagem para todos os funcionários, efetivos, terceirizados e residentes e a liberação daqueles que fazem parte do grupo de risco, ou seja, maiores de 60 anos e que possuem alguma comorbidade que eleva o risco de morte. Para responder a sobrecarga de trabalho e possibilitar a liberação do grupo de risco é necessário contratações emergenciais, demanda também levantada pelos funcionários desde o início. No entanto, o reitor da USP, Vahan Agopyan, e o superintendente do hospital Paulo Margarido se recusaram a tomar as medidas básicas para resguardar a vida desses trabalhadores.

Babi Della Torre, funcionária do Hospital e representante dos trabalhadores no Conselho Universitário da USP declarou:

“É com profundo pesar que nos despedimos do nosso companheiro José Sapia. Ele, que os colegas relatam que sempre tinha uma palavra para alegrar o dia, foi mais uma vítima dessa pandemia agravada pelas políticas públicas criminosas dos governos que sucatearam a saúde e de gestores como os da Universidade de São Paulo que nos colocaram nessa guerra ao vírus desarmados. Denunciamos o racionamento de máscaras, a falta de álcool em gel. E, sobretudo, imploramos pela liberação do grupo de risco. O Brasil é um dos campeões em mortes de trabalhadores da saúde pela covid. E dissemos: não queremos ser nem heróis ou mártires, queremos condições de trabalho adequadas para quem está desde o início na linha de frente do combate a pandemia. Para isso é fundamental mais contratações, EPIs, testes periódicos e principalmente, liberem o grupo de risco já! São medidas elementares e que são negligenciadas pela USP. O reitor e o superintendente têm suas mãos sujas do sangue desses trabalhadores como o Sapia, o Manoel, o Jair. Nossa tristeza também é indignação e não vamos parar até que atendam nossas demandas!”

Enquanto a pandemia ainda faz vítimas em São Paulo, o reitor da USP promove um evento de barcos e iates de luxo na Raia Olímpica da USP, o Boat Show. Estudantes moradores do CRUSP (a moradia estudantil da USP) protestaram contra o evento denunciando a situação de abandono que o CRUSP passa. Recentemente a mídia denunciou as marmitas entregues aos estudantes, com um valor nutricional baixíssimo, além das condições precárias dos prédios com cozinhas sem fogão ou água aquecida nos banheiros. A manifestação foi reprimida pela PM a mando do reitor.

Saiba mais: Cruspianos fazem ato na USP em rechaço ao SP BoatShow

Os trabalhadores da USP estão em greve sanitária, mantendo apenas o trabalho remoto, desde o dia 09 de novembro contra o plano de retorno da reitoria, imposto sem nenhuma discussão com os trabalhadores ou o sindicato da categoria. O Plano incluía o retorno compulsório das atividades presenciais não essenciais dos funcionários apenas, professores e estudantes só retornarão em 2021, além de rever o conceito de grupo de risco, contrariando pesquisas e orientações da OMS. Diversos professores, congregações, entidades estudantis e sindicatos se solidarizaram com a greve se manifestando contra o retorno das atividades presenciais e a diferenciação entre funcionários, professores e estudantes. A greve também exige a necessidade de testagem periódica (com o teste RT-PCR) de todos os trabalhadores em atividades presenciais, sejam efetivos ou terceirizados.

O governo Doria há uma semana retrocedeu em relação à fase azul, depois de um “apagão de dados da covid” que escondeu da população os novos casos de infecção e mortes no Estado. A reitoria da USP em seguida publicou novo plano de retorno, alterando apenas a compulsoriedade do retorno, deixando a cargo dos dirigentes das unidades a convocação ao trabalho presencial. No entanto, a reitoria continua se recusando a receber o SINTUSP bem como tomar as medidas em relação à segurança dos trabalhadores do hospital.

No dia 24 de novembro haverá nova assembleia para votar a continuidade ou suspenção da greve diante do novo comunicado da reitoria.

Veja aqui: Reitoria da USP apresenta plano arbitrário de retorno das atividades presenciais

 
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