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PRIVATIZAÇÃO
Trabalhadores da CEB votam por assembleia com indicativo de greve para essa quarta
Rosa Linh
Estudante de Relações Internacionais na UnB
Comitê Esquerda Diário DF/GO

Diante da morte de Ricardo, trabalhador da CEB, enquanto fazia manutenção na rede de energia e da ameaça de privatização da empresa, em assembleia hoje, dia 20, os trabalhadores votaram, por unanimidade, por nova assembleia com indicativo de greve para a próxima quarta.

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A Companhia Energética de Brasília (CEB) está em vias de ser privatizada - é o que deseja Ibaneis, um verdadeiro privatista que assina embaixo dos planos de Bolsonaro e Paulo Guedes, e do presidente da empresa Edison Garcia, que foi indicado para o cargo justamente para possibilitar essa privatização.

Ibaneis e Edison Garcia - representantes diretos do regime do golpe institucional - não se importam se Ricardo Gomes Lamounier morreu por eletrochoque enquanto fazia manutenção na rede elétrica. O que lhes interessa é o lucro de meia-dúzia de capitalistas. Eles não se importam com o fato dos trabalhadores da CEB, tanto do operacional, do administrativo, terceirizados - que todos estejam trabalhando normalmente desde o começo da pandemia, estando na linha de frente com ameaça de terem seu acordo coletivo rasgado. Tanto é que a empresa negou todas as propostas do sindicato, enquanto a categoria está em data-base. Nada disso importa para Ibaneis e Edison Garcia, a não ser o lucro de meia-dúzia de capitalistas.

Contudo, diante desse profundo ataque à categoria e ao conjunto da classe trabalhadora do DF, os trabalhadores da CEB votaram, por unanimidade, uma nova assembleia com indicativo de greve para quarta-feira, dia 25. Segundo o STIU-DF (Sindicato dos Urbanitários), não seria possível começar greve hoje por um impedimento legal. Também segundo a direção do sindicato, está se tentando impugnar o leilão da CEB, que ocorrerá em dezembro, por meios judiciais.

No entanto, esse é o mesmo judiciário que rasgou o acordo coletivo dos trabalhadores dos Correios alguns meses atrás. O mesmo judiciário que deu aval à reforma da previdência e a reforma trabalhista, bem como ao próprio golpe institucional, deixando passar a boiada enquanto os ministros do STF ganham mais de 50 mil reais por mês.

Dessa forma, a greve teve que ser arrancada pelos trabalhadores. Desde o começo da primeira fala da direção da entidade, gritos de insatisfação interrompiam toda a narrativa que se contava sobre a necessidade de aguardar uma resposta dos juízes para agir.

No final da assembleia, os funcionários presentes mostraram sua força e conseguiram impor de forma unânime o indicativo de votação da greve para próxima quarta-feira. Afinal, como um dos trabalhadores deixou claro em uma das reclamações vindas da multidão, se dependesse dos dirigentes só haveria greve após a privatização.

Esse sentimento de urgência que tomou conta da categoria também se deve à situação de ataque aos empregados e precarização do trabalho. Um dos funcionários da CEB presentes assembleia disse ao Esquerda Diário que trabalha mais de 30 anos na empresa no setor de fiscalização de equipamentos. Segundo ele, a terceirização já atingiu mais da metade dos empregados que prestam esse serviço. Disse que enquanto um efetivo tem que cumprir meta em uma hora, o terceirizado tem que fazer a mesma meta em 20 minutos. A empresa terceirizada esconde os números de acidentes de trabalho.

E é justamente nesse sentido que a empresa ENEL SpA se apresenta como uma forte candidata a comprar o segmento de distribuição. Essa multinacional italiana que já domina o ramo de energia elétrica em quatro estados brasileiros - Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. Em todos os casos subiram o número de reclamações sobre a qualidade do serviço prestado ao mesmo tempo que aumentaram a cobrança de taxas abusivas, o que gerou maior endividamento da população. A ENEL chegou a ser considerada uma das piores empresas do ramo energético no país. Em 2018 foram registradas 24 mortes de trabalhadores da ENEL durante o serviço com eletrochoque.

O que está acontecendo no Amapá é exemplo do que significa privatizar. Mesmo na foz do rio Amazonas e em um estado que tem várias usinas hidrelétricas, a classe trabalhadora e o povo pobre está sem água, sem luz, com fome - e tudo isso no meio de uma pandemia e de uma crise econômica mundial. Isso não é distopia, é capitalismo em um país subordinado ao imperialismo e que Ibaneis, Bolsonaro, Mourão, junto também do judiciário golpista, tanto querem que continue.

O Esquerda Diário e a Juventude Faísca Anticapitalista e Revolucionária esteve presente na assembleia se solidarizando com a luta da categoria.

Diante de tamanho ataque, é fundamental que a CUT, central sindical da qual o STIU-DF é filiado, organize a categoria para lutar e, inclusive, chame outros categorias para se solidarizarem e entrarem em greve conjuntamente. São várias as empresas ameaçadas de privatização e cujos sindicatos estão sob direção da CUT: Correios, Eletrobras, Eletronorte, entre outros. É preciso unificar efetivos e terceirizados, combater com um só punho para barrar a privatização, garantir emprego e renda digna, sem nenhuma cláusula do acordo coletivo retirada. Apenas a força da classe trabalhadora pode barrar esse ataque. Por isso, nós do Esquerda Diário e da Juventude Faísca Anticapitalista e Revolucionária nos solidarizamos com a luta da categoria e, portanto, apoiamos a greve!

É o trabalho dos eletricistas e urbanistas do DF que movem a CEB e, portanto, a CEB é dos trabalhadores, não de Edison Garcia ou de Ibaneis. E é com os métodos históricos da classe trabalhadora, com greve, que se conquista direitos, combate ataques e enfrenta regimes que estão nas mãos dos patrões.


RICARDO PRESENTE!
CONTRA IBANEIS, EDISON GARCIA E TODOS OS GOLPISTAS!
EM DEFESA DA CEB PÚBLICA, TODO APOIO À LUTA DOS ELETRICISTAS!

 
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