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PRIVATIZAÇÃO
Bolsonaro inicia mega-privatização na Petrobras, o maior entreguismo desde a Vale
Redação

Os campos de Marlim e Albacora foram postos à venda esta semana. Esses campos com suas 7 plataformas e 6 FPSOs são responsáveis pela produção de uma riqueza anual no valor de R$ 23,9 bilhões. Se trata da modalidade fraudulenta e secreta de venda por “teaser” para favorecer amigos.

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Sob mando de Bolsonaro e dos militares que comandam o Conselho de Administração da estatal, foram colocados à venda alguns dos maiores e mais bem-equipados campos de petróleo do país, se somando à entrega de todos campos terrestres do país e metade das refinarias. Trata-se de completo desmantelamento de uma infra-estrutura e tecnologia longamente produzidas. Como sempre a modalidade de venda é aquela secreta, sem licitação, e com preços desconhecidos para favorecer o entreguismo, os infames “teasers” e negociações secretas.

A Petrobras publicou nesta semana o “teaser” de venda de todos os 3 campos de Marlim e os 2 campos Albacora, os criminosos documentos com todos esses laudos de produção podem ser acessados aqui e aqui.

Juntos esses 5 campos constituem a jóia da coroa da Bacia de Campos. Se trata de aberta e abjeta destruição das riquezas nacionais. Todos esses campos são campos com prospecção sísmica conhecida e com altíssimo potencial de pré-sal além de suas gigantescas produções de pós-sal.

Os teasers dão conta de um gigantesco potencial de produção incluindo o pré-sal. 20,4 bilhões de barris de petróleo a quem levar os campos de Marilm e 8,2bilhões de barris para quem levar os campos de Albacora. Em preços de hoje isso equivale a R$4,8 trilhões para Marlim e R$ 1,94 trilhões para Albacora. Para ter dimensão de tamanhas riquezas que poderiam servir para gerar planos de obras públicas que garantissem emprego e moradia, garantissem educação e saúde para todos, esses montantes são comparáveis ao PIB (ou seja a soma de todas riquezas do país) que alcançou R$ 7,3 trilhões em 2019. É um ano de um Brasil que está sendo posto à venda!

O beneficiário da transação – o comprador à preço de banana e em negociações secretas – de Marlim vai embolsar junto 6 plataformas e 4 FPSOs e acesso a vasta malha de gasodutos e oleodutos para facilitar e baratear o escoamento de produção. Já o ganhador do benefício de saquear Albacora levará 1 plataforma e 2 FPSO e também acesso a rede de gasodutos e oleodutos submarinos.

A entrega dos campos de Marlim implica em se desfazer do 6º, 8º e 15º maiores campos do país, que somaram uma produção de 205mil barris de petróleo por dia segundo o último levantamento da ANP disponível (agosto de 2020). A preços de hoje (18/11) e de acordo com a produção de agosto reportada a ANP, diariamente esses campos produzem uma riqueza de R$48,5 milhões por dia, ou R$17,7 bilhões por ano.

Já os campos de Albacora, 12º e 14º maiores do país, implicam em produção 72mil barris por dia ou R$ 17,042 milhões por dia ou R$ 6,2 bilhões por ano.

São fortunas incalculáveis subtraídas do país em transações que sequer contam licitação pública para fornecer qualquer aparência de transparência. Muito pelo contrário, se trata de operações para destroçar o patrimônio nacional e da estatal sem sequer precisar de votação no Congresso, como autorizou o STF, e podendo ser realizado por “teaser” ao mercado, onde o comprador pega a informação vai na estatal e oferece secretamente um valor e ela vende sem precisar provar nada a ninguém.

Trata-se de corrupção, mas uma corrupção autorizada por lei e pelo STF (ou seja tecnicamente não é corrupção), mas nada impede nessa modalidade de venda secreta sancionada pelo STF que os diretores da estatal – escolhidos por Bolsonaro – ou os militares no comando do Conselho de Administração escolham seu amigo yankee favorito para levar esses “world class assets” como a empresa corretamente remarca no teaser.

Essa modalidade de privatização feita com o aval do STF, com o aplauso da Globo e silêncio do MPF escancara mais uma vez como a Lava Jato visava não a procura de corrupção mas substituir um modelo de corrupção por outro, esse aqui, funcional ao entreguismo e ao imperialismo.

É urgente que os sindicatos petroleiros e suas duas federações, a FUP e FNP, coloquem de pé uma plano de luta unificado e construído a partir de assembleias de base contra todas as privatizações da Petrobras. É necessário exigir que as maiores centrais sindicais do país, começando pela CUT e CTB, que se declaram opositoras a Bolsonaro e ao entreguismo, rompam sua efetiva trégua com o governo e todo esse entreguismo sancionado por todos os atores autoritários e golpistas não-bolsonaristas que saíram fortalecidos desta eleição, como é o caso do judiciário, do centrão e do DEM. Milhares de empregos e infinitos recursos que poderiam servir aos interesses do povo em uma Petrobras 100% estatal e administrada democraticamente pelos trabalhadores estão em jogo.

 
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