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ELEIÇÕES 2020
Representantes do centrão ligados ao latifúndio se fortalecem no MS
Rosa Linh
Estudante de Ciências Sociais na UnB
Comitê Esquerda Diário DF/GO

No estado do latifúndio, as principais cidades ficaram nas mãos do centrão golpista, com o PSDB mantendo suas principais posições e o DEM crescendo.

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O primeiro turno terminou no Mato Grosso do Sul e o que pode ser constatado facilmente é o fortalecimento do centrão na política do estado.

O panorama geral foi de diversas reeleições de candidatos do centrão político, políticos que tentaram se colocar como mais “racionais” na gestão da pandemia, mas que no final das contas, nenhum deles realizou testes massivos para a população para organizar uma quarentena racional, muito menos garantiu emprego digno e renda. Nessas eleições, não emplacaram candidatos bolsonaristas na maioria das cidades.

A localização do centrão se dá na medida em que há um pacto no regime do golpe institucional, em que o STF, Bolsonaro e os militares, juntos do centrão no Congresso estão alinhados para passar as reformas anti-operárias e descarregar a crise nas costas dos trabalhadores e oprimidos. Apesar das diferenças que cada candidato apresentou, a direita que se apresenta como “racional” também quer a reforma administrativa, bem como manter todas as outras reformas de pé para assegurar o lucro do latifúndio.

Campo Grande

Na capital, Marquinhos Trad (PSD) foi reeleito prefeito com 52% dos votos. Ele é o candidato de Reinaldo Azambuja (PSDB), o latifundiário que governa o estado e deixou o pantanal arder em chamas esse ano para aumentar o pasto e criar mais gado. Sua coligação também conta com o DEM de Ronaldo Caiado, a REDE de Marina Silva (uma verdadeira ecocapitalista), PTB, PSB e, vergonhosamente, o PCdoB.

Parente de Mandetta, Trad é de família tradicional na política - um verdadeiro oligarca que sempre governou para a elite da cidade e do estado. Nesse sentido, Campo Grande contará com mais quatro anos de um prefeito que estará, mais do que nunca, disposto a continuar sua quarentena policial, com toque de recolher; sem promover testes massivos para a população e muito menos garantindo emprego digno e renda; repressão para as aldeias indígenas urbanas e também fechamento de bares e restaurantes para o público jovem pela lei do silêncio.

Para saber mais: Nas eleições em Campo Grande/MS, 10 dos 14 candidatos são milionários:qual alternativa?

Dourados

Já no polo do agronegócio do estado, Alan Guedes (PP) foi eleito prefeito. Ele era o então presidente da Câmara Municipal da cidade.

Na cidade com um foco intenso de conflito do latifúndio com os povos indígenas, não restam dúvidas que Alan Guedes estará incondicionalmente do lado dos grandes proprietários de terras, como é de se esperar do PP, um partido herdeiro da ditadura e que expressa o pior da aristocracia rural sul-matogrossense, uma das que mais mata indígenas no país. Ao todo, o estado do Mato Grosso do Sul tem 4 etnias reivindicando suas terras fora todas as outras ameaçadas cada vez mais pela invasão, pelas queimadas criminosas - todas incentivadas pelo governo Bolsonaro e permitidas pelos governos anteriores. É a vez de Alan Guedes continuar essa tradição. Dentre elas, temos a Guarani-Kaiowá, cujos membros, em boa medida, residem e trabalham na cidade de Dourados.

Corumbá

Na capital do pantanal, Marcelo Iunes (PSDB) foi reeleito prefeito - mesmo tendo sido responsável, junto de Reinaldo Azambuja, por deixar o pantanal queimar e a cidade arder em fumaça por semanas.

Nada de novo virá de Marcelo. O Rio Paraguai está cada vez mais seco, o pantanal degradado em quase 40%. Uma prefeitura que representa o agronegócio apenas abrirá mais espaço para o latifúndio, para mais pasto, mais devastação e lucro para uma meia dúzia, enquanto mais de 20 mil famílias não tem terra no estado.

Três Lagoas

Por fim, em Três Lagoas, uma das cidades que cresce mais a indústria no estado, se reelegeu Ângelo Guerreiro (PSDB).

Mais um que se elege sob a influência de Reinaldo Azambuja, que fará de tudo para preservar e expandir o latifúndio na região. Trata-se do mais do mesmo do PSDB no centro-oeste: um governo para a meia-dúzia de grandes proprietários de terras da região, um empresário que já foi condenado a devolver R$ 118 mil quando era vereador e teve 22 denúncias enviadas ao MP - claro, a grande maioria foi engavetada e nada aconteceu.

Para saber mais: Pantanal em chamas e 28 mil famílias sem terra: um panorama das eleições no MS

Diante do cenário atual de degradação do sistema político, de ameaças de reformas a nível nacional, mas também municipal, é tarefa fundamental da esquerda organizar a classe trabalhadora e os oprimidos para enfrentar o regime do golpe institucional de conjunto. As eleições municipais no Mato Grosso do Sul demonstram que, para defender os direitos dos povos indígenas, preservar o pantanal, promover a reforma agrária e garantir plenos direitos para o povo trabalhador - será preciso organizar nossa classe para lutar nas ruas por nossos direitos.

Fora Bolsonaro, Mourão e todos os golpistas! Que os capitalistas paguem pela crise!

 
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