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TRABALHO ESCRAVO
Bolsonaro defende fazendeiro que promove trabalho escravo: "propriedade privada é sagrada"
Redação

Bolsonaro, sem partido, disse em sua última live, na quinta-feira (12), que expropriação de terra de fazendeiros que cometem crimes ambientais é mentirosa. Além disso, ele minimiza novamente que existe trabalho análogo à escravidão, isentando o dono de terra de qualquer responsabilidade, e defendendo o veto à expropriação.

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Foto: BBC News

“Se você tiver um alojamento mal ventilado, roupa de cama suja, um afastamento não regulamentar entre uma cama e outra, isso é um trabalho análogo à escravidão. O fazendeiro vai perder a fazenda por causa disso?". Assim afirma Bolsonaro, reduzindo as condições desumanas a que uma pessoa submetida a um trabalho análogo à escravidão está, colocando como se isso fosse um mal hábito de higiene da própria pessoa, como se não fosse o dono de terra que produz esse tipo de condição. Não é a primeira vez que Bolsonaro flexibiliza e minimiza o trabalho análogo à escravidão, pois, em julho de 2020, ele afirmou que as diretrizes “têm que ser adaptadas à evolução”, naturalizando a tendência capitalista de degradação da força de trabalho, que leva trabalhadores a condições de extrema exaustão, tanto física quanto psíquica, com cada vez menos direitos trabalhistas e, muitas vezes, trocando trabalho por comida ou por moradia.

Essa medida sobre a expropriação foi revelada a partir de um documento do Conselho Nacional da Amazônia. O texto sinaliza viabilizar o confisco "de todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do crime de grilagem ou de exploração de terra pública sem autorização". Apesar de Bolsonaro defender o veto à expropriação, ele mente ao dizer que votou a favor da medida para não desagradar sua base ruralista, mas a verdade é que ele foi covarde e nem mesmo compareceu à segunda votação.

Nas palavras de Bolsonaro, a “propriedade privada é sagrada” e não pode ser ameaçada sob nenhuma circunstância. No entanto, são justamente esses fazendeiros, empresários, banqueiros burgueses que roubam tudo o que os trabalhadores produzem e chamam isso de propriedade privada. São esses burgueses que envenenam terras, rios e lençóis freáticos, que queimam biomas e sua fauna, que matam pessoas soterradas por lama envenenada. Tudo isso para atender ao capital para plantar quilometricamente soja transgênica para exportação de commodity, enchendo o bolso dos empresários internacionais. Essa classe é capaz de criar leis para se favorecer, mentir sobre posse de terra com a prática da grilagem e roubar territórios históricos indígenas e quilombolas, assassinando-os.

Lutemos para que classe trabalhadora avance sim para expropriar os capitalistas, tirando das mãos deles a sua própria força de trabalho, a fauna a flora, e voltando o trabalho na terra para a produção de alimentos à serviço da população, e não à serviço de atender as commodities internacionais. Tanto uma revolução agrária [confisco e planificação do latifúndio moderno produtivo, sem seu fatiamento e com controle dos trabalhadores] quanto a reforma agrária [divisão de latifúndios para os sem-terra, para o pequeno camponês] estão na ordem do dia. Somente a classe trabalhadora organizada, tanto urbana quanto rural, em seus locais de trabalho e unida através de frentes únicas, podem expropriar esses capitalistas.

Para saber mais: Oito hipóteses sobre a questão agrária no Brasil e o agronegócio

 
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