Em uma dessas manifestações na última sexta-feira (6), um garoto de 13 anos (Matheus Cavalcante Abreu) foi atingido por um tiro de bala de borracha e perdeu a visão. Estava ele e sua família sentados em frente ao seu depósito de água quando o ato começou: “ a polícia já chegou atirando em todo mundo, os manifestantes correram embora e a gente ficou lá. Foi aí que uma bala da PM atingiu o olho do meu filho. Eu coloquei ele dentro do carro para sair de lá" - Disse Edilene madrasta de Matheus em entrevista para o portal Uol.
A polícia agindo como de costume chega atirando, e vai embora sem prestar socorro. As pessoas que se manifestavam gritavam por atenção, o descaso do governo com essas pessoas é tamanho, e a sociedade dividida em classes se escancara.
Enquanto nos bairros da burguesia a situação se normalizou, nas periferias nem o rodízio anunciado pelo estado está de fato acontecendo.
Entenda melhor: Apagão no Amapá provoca caos e revolta da população, respondida com forte repressão policial
O fornecimento de energia de responsabilidade da empresa privada Isolux, foi interrompido após um dos gerados da empresa pegarem fogo. Sem plano B e sem nenhum preocupação com a classe pobre, o governo do Amapá (Góes, PDT), diz que a responsabilidade é do governo federal, enquanto Bolsonaro diz em seu twitter que 76% do fornecimento de energia já foi restabelecido, mas a realidade é outra:
“No Amapá, a população está há pelo menos uma semana sem fornecimento de energia em 13 dos 16 municípios do estado. A falta de energia interrompeu também o fornecimento de água, os alimentos estragaram, são filas enormes para comprar mantimentos e abastecer os carros, o preço da água explodiu. Nos hospitais o banco de sangue está zerado, os leites nas maternidades estragaram. Enquanto isso, os números de covid-19 só aumentam no estado. A baixa cobertura da mídia tradicional sobre o caso é chocante. Nos últimos três dias os amapaenses realizaram diversas manifestações nas cidades para que pudessem ser ouvidos e aparecessem na mídia, a resposta do governo foi uma brutal repressão com balas de borracha à população.” - disse Ana Tereza moradora do Amapá em entrevista ao Esquerda diário.
Veja entrevista na íntegra
O que o caos no Amapá deixa ainda mais claro é que a vida da classe trabalhadora de nada vale para a burguesia, desde que sigamos sendo explorados e nos sujeitando a situações precárias de trabalho e de vida. Quando nos levantamos contra essa miséria, somos recebidos com a truculência policial, que chega atirando, que deixou um garoto de 13 anos sem visão em um dos olhos.
A cada dia fica mais claro a necessidade de lutar pelo Fora Bolsonaro e Mourão que são os gestores do regime apodrecido do golpe institucional, mas também os golpistas que comprova o governador do Amapá, pensam sempre nos lucros acima das vidas. O caos no Amapá também é reflexo das privatizações.
Para que os capitalistas paguem pela crise! Para que não sejamos mortos ou feridos pelas balas opressoras da polícia! Nossas vidas valem mais que o lucro deles!
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