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TRABALHADORES
É preciso romper a trégua das centrais sindicais com o governo, diz Marcello Pablito
Redação

O governo Bolsonaro vem passando ataques históricos contra os trabalhadores, e nos estados os governadores vem seguindo o exemplo. O silêncio criminoso das centrais sindicais garante o caminho aberto. Marcello Pablito, da bancada revolucionária do MRT, comentou o tema para o Esquerda Diário.

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Desde o golpe institucional que colocou Temer no governo, e abriu caminho para que Bolsonaro fosse eleito de forma ilegítima como presidente, temos visto sucessivos ataques de imensas proporções aos direitos dos trabalhadores, entre os quais se destacam a reforma trabalhista, a previdenciária e a lei das terceirizações, além de muitas privatizações, como o avanço do desmonte da Petrobras.

Já na pandemia, novos ataques foram desferidos, com pouca ou nenhuma resposta das centrais sindicais que deveriam representar os trabalhadores. Convidamos Marcello Pablito, trabalhador da USP que esteve por anos na diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), e hoje concorre ao cargo de vereador em São Paulo com a bancada revolucionária de trabalhadores do MRT, para comentar o tema:

“É ensurdecedor o silêncio das centrais sindicais frente aos ataques que a classe trabalhadora vem sofrendo. Como exemplo mais recente, vimos uma das maiores e mais importantes greves dos trabalhadores dos Correios dos últimos anos, em uma luta aguerrida contra ataques aos direitos dos trabalhadores dessa empresa e medidas que contribuem para a sua privatização, ser completamente traída pelas direções sindicais, em particular da CUT e CTB, dirigidas respectivamente pelo PT e PCdoB. No Metrô de São Paulo, cujo sindicato conta com a direção majoritária da CTB/PCBdoB, também assistimos uma escandalosa traição no último minuto a uma greve importantíssima contra a empresa, que vem avançando com o governo Doria para a destruição dos direitos dos metroviários, a terceirização e a privatização de um serviço de transporte essencial. Também na LATAM vimos milhares de demissões, e uma passividade incrível por parte do sindicato, enquanto os trabalhadores se dispunham a lutar.

Como bancada revolucionária, não apenas estivemos em cada uma dessas lutas ombro a ombro com os trabalhadores que enfrentam os patrões e os governos, mas dizemos que é preciso romper a trégua das centrais sindicais com o governo. Novos ataques estão sendo articulados nesse momento pelo pacto entre Bolsonaro, Congresso Nacional e STF, como a reforma administrativa, que irá atingir mais direitos fundamentais. Na pandemia, Bolsonaro passou sua MP da morte, que levou a suspensões de contrato com reduções salariais, deixando famílias em situações dificílimas para se sustentar. Em São Paulo, o governo Doria aprovou criminosamente a PL 529, extinguindo empresas públicas fundamentais, como a EMTU, responsável pelos transportes de ônibus na região metropolitana, entre outras.

É por isso que mesmo em meio às eleições é fundamental que a esquerda conforme um polo anti burocrático, que se proponha a organizar os trabalhadores, a juventude, negros, LGBT´s e o grande setor de mulheres que se indignaram com o caso escandaloso da Mari Ferrer, para enfrentar o conjunto desse sistema miserável que perpetua as formas mais bárbaras de violência contra as mulheres, que batalhe contra as reformas que estão por vir, como a reforma administrativa e a PEC emergencial, mas também que lute para revogar o conjunto das reformas que já passaram. Para isso ser possível é preciso exigir das centrais que rompam essa verdadeira trégua que estão com o conjunto do regime, e que se coloquem na linha de frente das lutas cumprindo seu papel elementar, que é servir como ferramenta de luta e organização dos trabalhadores, e não como um freio e amortecedor que ajuda os ataques a passarem”

 
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