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CANDIDATURA EM DEFESA DOS TRABALHADORES
"Não dialogamos com a patronal porque nossa candidatura é da classe trabalhadora", diz Marcello Pablito
Redação

A bancada revolucionária de trabalhadores do MRT é uma candidatura coletiva para as eleições a vereador em São Paulo. Uma de suas propostas é a independência política dos trabalhadores, e conversamos com um de seus membros, Marcello Pablito, sobre isto.

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Composta por três trabalhadores, Diana Assunção, Letícia Parks e Marcello Pablito, a bancada revolucionária de trabalhadores afirma que um dos pontos fundamentais de sua atuação política é a independência política frente aos patrões. Perguntamos a Marcello Pablito, que é trabalhador da USP, o porquê disto. Veja o que ele disse ao Esquerda Diário:

“A independência política é um aspecto fundamental da nossa candidatura. Não dialogamos com a patronal porque nossa candidatura é da classe trabalhadora. Isto significa que todas as nossas propostas e toda a nossa atuação política, tanto no período eleitoral como em toda a nossa militância há mais de uma década, está voltada para atender os interesses da grande maioria da sociedade, que são os trabalhadores, aqueles que para poder sobreviver nessa sociedade são obrigados a vender sua força de trabalho e receber salários muito inferiores ao valor daquilo que criam com o seu trabalho, porque há um pequeno setor da sociedade, os capitalistas, que utilizam todos os recursos de que dispõem para impor esta imensa desigualdade.

Este é o ponto fundamental: quando vemos trabalhadores e patrões, é muito simples constatar que nossos interesses são opostos, que não é possível conciliar eles; enquanto para os patrões se trata de aumentar a exploração para ter mais lucro, nós lutamos pelo direito ao produto do nosso próprio trabalho para desfrutar de uma vida digna. Não é à toa, por exemplo, que foram estes patrões e os seus representantes na política que aprovaram as reformas da previdência e trabalhista, bem como a lei de terceirização, que servem exatamente para isto: aumentar a exploração da nossa classe e, assim, aumentar o lucro da classe deles.

A ideia de que ‘dá pra conversar’ e chegar a ‘bons acordos para todos’ com os patrões não é nada nova, e temos que aprender com a história: foi isso que os governos do PT quiseram fazer, e para isto Lula prometeu que não tocaria nos seus lucros. O resultado que vimos foi que a terceirização, uma das mais abrangentes formas de precarização do trabalho, mais do que triplicou durante seus governos. Os capitalistas, que sempre dominaram a política, tiveram também papel de destaque dentro de seu governo, como seus interlocutores; os bancos tiveram lucros recordes. Nesse país, vimos as mulheres negras continuarem a ganhar mais de 60% menos do que um homem branco, mostrando inclusive como a burguesia se utiliza de opressões seculares como o machismo e o racismo para poder lucrar mais.

Por isto tudo, sabemos que para uma candidatura ser consequente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, e em especial dos seus setores mais explorados, como negros, mulheres e LGBTs, ela precisa ter com um princípio inegociável a sua independência frente a todos os patrões: cada concessão a um patrão significa o incremento de seus luxos, seus lucros, seus privilégios às custas das necessidades básicas de muitos trabalhadores; jornadas mais longas, salários mais baixos, menos direitos, aposentadorias cada vez mais distantes e com valores ínfimos, sem falar na destruição de todos os serviços públicos e direitos essenciais dos quais dependemos: educação, saúde, transporte, moradia.

Dizemos claramente: não podemos repetir a tragédia petista, que quis ‘governar para todos’ numa sociedade dividida em classes, e na prática seguiu rifando nossos direitos em nome de alianças com os milionários que arrancam nosso couro a cada dia. Nosso dever é preparar e discutir com cada trabalhador como podemos confiar somente em nossas próprias forças para fazer valer nossa maioria e atacar seus lucros, sua propriedade, para que todos tenham assegurada uma vida digna.”

 
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